Estudantes brasileiros ganham bronze em Olimpíada Internacional de Química

Estudantes brasileiros foram premiados durante a 59ª edição da Olimpíada Internacional de Química Mendeleev (IMChO), realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A competição é considerada uma das mais tradicionais no mundo. Oito jovens — sendo um de São Paulo e sete do Ceará — foram contemplados com a medalha de bronze. Ao todo, o Brasil contou com 15 representantes no evento. Leia mais Etecs estão com inscrições abertas para mais de 50 cursos; veja lista Faculdade de medicina em Portugal abre inscrições com nota do Enem Não conseguiu a isenção no Enem 2025? Veja o que fazer Os cearenses medalhistas de bronze na IMChO 2025 foram: Daniel Suda (São Paulo) Vinicius Queiroz Dias (Ceará) Ian Barreto (Ceará) João Lucas Santos Vieira (Ceará) Arthur Barroso Uchoa (Ceará) Cristian Levi de Souza Silveira (Ceará) Luís Cláudio de Sá Cavalcante Generoso (Ceará) Paulo Vinícius de Azevedo (Ceará) A competição reuniu cerca de 200 estudantes do ensino médio de 40 países, com provas teóricas e práticas que exigiram alto nível de conhecimento em áreas como química orgânica, inorgânica, analítica, físico-química e ciências da vida. Não gosta de matemática? Veja truques que podem ajudar nas provas Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudantes brasileiros ganham bronze em Olimpíada Internacional de Química no site CNN Brasil.
Olimpíada Internacional de Química será realizada pela 1ª vez no Brasil

O Brasil vai sediar pela primeira vez a Olimpíada Internacional de Química Mendeleev (OIQM-59). Considerado uma das competições escolares mais antigas e prestigiadas do mundo, e reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o evento chega à sua 59ª edição em 2025. Para participar, os estudantes devem estar cursando o último ano do ensino médio. A inscrição também é permitida nos casos em que o candidato esteja na fase de pré-graduação e entre os vencedores das Olimpíadas Nacionais de Química. Leia mais Matemática: só 5% dos alunos do 3º ano médio têm bom desempenho, diz estudo Enem 2025: MEC prorroga prazo para pedir isenção da taxa de inscrição MEC lança curso gratuito de espanhol; veja passo a passo da inscrição A competição final acontecerá em três etapas, que serão divididas entre os dias 5 a 12 de maio, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em seu campus de Belo Horizonte. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a instituição mineira, a Faculdade de Química da MGU (Moscou) e Fundação Melnichenko. Segundo os organizadores, um dos principais objetivos da competição é apoiar os alunos na formação de um novo grupo de futuros cientistas, além da cooperação para promover uma plataforma de diálogo entre a comunidade educacional e científica internacional. Matemática no Enem: como estudar os assuntos que mais caem Este conteúdo foi originalmente publicado em Olimpíada Internacional de Química será realizada pela 1ª vez no Brasil no site CNN Brasil.
Do Homo Machina ao Formulador Digital: a Jornada da Robótica e da Inteligência Artificial na Indústria de Tintas

Desde os primeiros autômatos renascentistas desenhados por Leonardo da Vinci até os robôs conectados por IA nas fábricas do século XXI, a relação entre humanos e máquinas atravessa séculos de mitos, ficções, temores e descobertas. A matéria recente publicada pela MIT Technology Review aprofunda essa evolução tecnológica e filosófica dos robôs, revelando como a robótica e a Inteligência Artificial estão diluindo as fronteiras entre o humano e o artificial. O que muitas vezes parece distante da realidade da indústria química — especialmente no setor de tintas e revestimentos — já começa a se materializar em laboratórios de P&D, linhas piloto e fábricas inteligentes. A IA está deixando de ser um conceito futurista para se tornar uma ferramenta indispensável para quem deseja desenvolver produtos com mais agilidade, segurança, menor custo e maior aderência às exigências regulatórias e ambientais. Neste artigo, apresentamos a jornada dos robôs na sociedade e como essa trajetória se entrelaça com a revolução que a Inteligência Artificial está promovendo na formulação de tintas e revestimentos, com foco em inovação, sustentabilidade e transformação digital. 1. Da Ficção à Ciência: O nascimento do Homo Machina A ideia de construir seres artificiais que pensem e ajam como humanos remonta a obras literárias e filosóficas como Frankenstein, de Mary Shelley, ou aos robôs insubordinados da peça de teatro R.U.R. de Karel Čapek, onde o termo “robô” foi cunhado pela primeira vez. Esses artefatos imaginários refletiam os anseios — e os medos — de uma sociedade prestes a ser transformada pela mecanização. Durante o século XX, os robôs deixaram os palcos da ficção para adentrar as fábricas. Com a Primeira e a Segunda Revoluções Industriais, o uso de automação e controle numérico cresceu exponencialmente, culminando no surgimento de braços mecânicos como o Unimate, adotado pela General Motors nos anos 60. Mais tarde, o desenvolvimento de sistemas como o Shakey, um robô que combinava sensores e planejamento, consolidou a robótica como campo científico e técnico. Ao mesmo tempo, figuras como Alan Turing e Ada Lovelace alimentaram o imaginário da IA com questões profundas sobre a consciência, a criatividade e o papel das máquinas como “agentes pensantes”. 2. IA e Robótica: da indústria automobilística para os laboratórios de formulação Enquanto a indústria automotiva e aeroespacial adotava robôs para soldagem, montagem e inspeção, setores como a química formulativa — incluindo tintas, cosméticos, adesivos e polímeros — seguiram por muito tempo presos a rotinas analógicas e altamente dependentes do conhecimento tácito dos profissionais. Esse cenário começou a mudar com o surgimento de plataformas que uniam automação laboratorial com modelagem computacional e, mais recentemente, Inteligência Artificial aplicada à formulação. A meta: transferir conhecimento técnico para sistemas capazes de sugerir, ajustar e até criar formulações com base em dados históricos e metas de desempenho. Empresas como ReactorModel, nascida no ecossistema da Universidade de São Paulo, desenvolvem sistemas que permitem prever propriedades de formulações e otimizar custos com alta precisão. Outros players globais, como a Labman Automation no Reino Unido, oferecem robôs físicos que realizam tarefas como pesagem, mistura e medição de propriedades, criando linhas automatizadas de P&D com altíssimo grau de repetibilidade. 3. O Nascimento do Formulador Digital: Colaboração homem-máquina na bancada Inspirando-se no conceito de exocórtex da matéria da MIT Technology Review, podemos imaginar a IA como uma extensão cognitiva do formulador. Ao invés de substituí-lo, a IA passa a ser um copiloto técnico, fornecendo sugestões baseadas em milhares de dados de formulação, propriedades desejadas, preços de matérias-primas, aspectos regulatórios e metas de sustentabilidade. Esse novo papel — que chamamos de Formulador Digital — combina a experiência humana com a capacidade de processamento das máquinas. Um formulador, ao invés de testar dezenas de protótipos manualmente, pode selecionar rapidamente três ou quatro melhores caminhos sugeridos por um modelo de IA treinado com as formulações anteriores da empresa, respeitando limites técnicos, legais e mercadológicos. 4. IA Generativa e Robôs Criativos: O Futuro das Tintas Inteligentes Se os algoritmos de IA já conseguem escrever textos, compor músicas e gerar imagens, por que não poderiam criar formulações de tintas com propriedades personalizadas? Essa é a proposta da IA generativa aplicada à indústria química: modelos capazes de propor combinações inéditas de matérias-primas que atendam critérios como VOC reduzido, alta resistência UV ou aderência sobre substratos específicos. A combinação entre IA generativa e robótica laboratorial (como o sistema da Labman) permite um ciclo de experimentação contínuo e automatizado, onde a IA propõe, o robô formula, os sensores avaliam e os dados voltam para o sistema treinar novos algoritmos. Um verdadeiro ciclo autossustentado de inovação. Isso é particularmente promissor para mercados como tintas arquitetônicas de alta performance, revestimentos industriais anticorrosivos, tintas com propriedades antimicrobianas ou até tintas reativas à luz, calor ou pressão, que exigem testes combinatórios intensivos. 5. Desafios e Oportunidades para o Setor de Tintas Apesar das promessas, a adoção da IA em formulação de tintas enfrenta desafios importantes: • Qualidade e volume dos dados disponíveis; • Integração com sistemas legados (ERP, LIMS, SAP); • Treinamento de equipes técnicas para o uso das ferramentas; • Segurança da informação e propriedade intelectual sobre dados de formulação. Por outro lado, os ganhos potenciais são enormes: • Redução de até 50% no tempo de desenvolvimento; • Aumento da taxa de acerto em projetos de formulação complexos; • Diminuição de custos com retrabalho e desperdício; • Aceleração da inovação sustentável com menor pegada de carbono. 6. W2S Consultoria e o papel na transformação digital do setor químico A W2S Consultoria atua na interseção entre inovação, sustentabilidade e tecnologia, acompanhando de perto o avanço da Química 4.0. Com expertise em gestão de P&D, estruturação de processos e inteligência técnica, oferecemos apoio estratégico e operacional para empresas que desejam implementar soluções de IA, robótica e automação na sua rotina de desenvolvimento de tintas e revestimentos. Nossos projetos vão desde diagnósticos de maturidade digital até a implantação de modelos preditivos para formulação, passando por mentoria técnica, workshops de inovação e apoio à integração de ferramentas como o ReactorModel e robôs de bancada para laboratórios como da LabMan. 7. Da
Colchões infantis podem liberar químicos tóxicos durante o sono, diz estudo
Colchões e roupas de cama de bebês e crianças emitem produtos químicos tóxicos e substâncias retardantes de chama associados a distúrbios de desenvolvimento cerebral e hormonais, de acordo com dois novos estudos. “Medimos produtos químicos no ar de 25 quartos de crianças entre 6 meses e 4 anos e encontramos níveis preocupantes de mais de duas dezenas de ftalatos, retardantes de chama e filtros UV”, disse a autora sênior do estudo, Miriam Diamond, professora do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Toronto. Os níveis mais altos dos produtos químicos foram encontrados próximos às camas das crianças, segundo o estudo publicado nesta terça-feira (15) na revista Environmental Science & Technology. Para verificar o motivo, um estudo complementar da equipe de Diamond testou 16 novos colchões infantis e descobriu que eles eram uma fonte importante da exposição. Em seguida, usando uma simulação, a equipe descobriu que o calor e o peso da criança dormindo poderiam aumentar a liberação dos produtos tóxicos. “Eles descobriram que até mesmo algo tão simples quanto o calor corporal e o peso de uma criança em um colchão pode aumentar a liberação de produtos químicos tóxicos no ar que elas respiram enquanto dormem – um fator que os padrões de segurança atuais não consideram”, disse Jane Houlihan, diretora de pesquisa da Healthy Babies, Bright Futures, uma aliança de organizações sem fins lucrativos, cientistas e doadores dedicados a reduzir a exposição de bebês a produtos químicos neurotóxicos. Ela não participou da nova pesquisa. Leia mais Ardor ocular e tempo frente às telas: saiba como equilibrar essa relação Receita feita com repolho é aliada de saúde intestinal; veja Além da melatonina: como funcionam os outros suplementos para o sono? O estudo não incluiu nomes de marcas, mas os pesquisadores informaram à CNN que eram colchões conhecidos, de menor custo, encontrados em grandes lojas varejistas. Os colchões testados foram comprados no Canadá, mas continham materiais dos Estados Unidos e México. Portanto, os resultados provavelmente se aplicam a colchões comprados em toda a América do Norte, disse Diamond. “Os resultados mostram que os pais não podem resolver o problema apenas com compras”, disse Houlihan por e-mail. “Os colchões testados emitiram produtos químicos tóxicos independentemente de seu preço, materiais ou país de origem. E alguns continham aditivos acima dos limites legais.” O American Chemistry Council, que representa a indústria química, plástica e de cloro dos EUA, disse à CNN por e-mail que seus membros levam a segurança a sério. “O uso de químicos retardantes de chama pode ser crítico em situações onde uma faísca acidental ou fio em curto-circuito se transforma em chama”, disse Tom Flanagin, diretor sênior de comunicações de produtos do grupo. “Embora precisemos de tempo para analisar o estudo em detalhes, a mera presença de um produto químico não é indicativo de risco ou efeito adverso. Hoje, qualquer produto químico introduzido ou importado para os EUA deve passar por rigorosos processos de revisão e aprovação por agências federais, como a EPA e a FDA.” Químicos perigosos presentes em muitos produtos Os ftalatos – encontrados em centenas de produtos de consumo, como recipientes para armazenamento de alimentos, xampu, maquiagem, perfume e brinquedos infantis – são conhecidos por interferir no mecanismo de produção hormonal do corpo, conhecido como sistema endócrino. Além disso, estão ligados à puberdade precoce, problemas reprodutivos e defeitos genitais, problemas hormonais e outros, segundo o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental dos EUA. “Em nosso estudo, encontramos altos níveis de ftalatos que são restritos em brinquedos, mas não em colchões”, disse Diamond. Mesmo pequenas perturbações hormonais podem causar “efeitos significativos no desenvolvimento e biológicos”, afirma o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental em seu site. As crianças são especialmente vulneráveis ao impacto disruptivo dos produtos químicos devido aos seus cérebros e corpos em rápido desenvolvimento. Pesquisas conectaram os ftalatos a problemas reprodutivos, como malformações genitais e testículos não descidos em bebês do sexo masculino e menor contagem de espermatozoides e níveis de testosterona em homens adultos. Estudos também ligaram os ftalatos à obesidade infantil, asma, problemas cardiovasculares, mortes prematuras e câncer. Retardantes de chamas proibidos Um tipo bem estudado de retardantes de chamas chamado éteres difenílicos polibromados, ou PBDEs, é o “maior contribuinte para a deficiência intelectual” em crianças, resultando em uma perda total de “162 milhões de pontos de QI e mais de 738.000 casos de deficiência intelectual” entre 2001 e 2016, de acordo com um estudo de janeiro de 2020. Alguns dos retardantes de chama PBDE foram proibidos pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA em 2012, mas substitutos foram introduzidos. Um deles, chamado éster organofosforado, ou OPFRs, foi medido na nova pesquisa. Esses produtos químicos também foram associados a distúrbios reprodutivos, de desenvolvimento e do sistema nervoso em crianças pequenas. “Os OPFRs estão sendo usados em grandes volumes, são suficientemente persistentes para serem detectados globalmente, apresentam riscos à saúde e podem causar danos aos humanos, especialmente às crianças, nos níveis atuais de exposição”, escreveram Diamond e seus colegas em um estudo de outubro de 2019. Um colchão continha 1.700 partes por milhão de um éster organofosforado chamado TDCPP, um conhecido carcinógeno segundo o site National Library of Medicine PubChem. Outro tinha 1.600 partes por milhão, disse Diamond. Um colchão tinha um rótulo certificado afirmando que os materiais estavam em conformidade com as regulamentações atuais, disse Diamond. No entanto, o estudo descobriu que continha 1.800 partes por milhão de pentaclorotiofenol, ou PCTP, um dos cinco retardantes de chama proibidos pela EPA. Um retardante de chama é ilegal no Canadá, mas foi encontrado em um colchão e foi banido em roupas de dormir infantis nos EUA. Em alguns estados, como a Califórnia com a aprovação da Prop 65, os reguladores impuseram limitações adicionais em produtos comercializados para crianças, mas não existe uma lei nacional abrangendo classes de retardantes de chama, apesar de um relatório de 2017 da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos EUA sobre os perigos dos ésteres organofosforados. “É preocupante que esses produtos químicos ainda sejam encontrados em colchões
Etanol de Cereais: A Nova Fronteira do Biocombustível no Brasil e as Oportunidades para a Indústria Química

Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma transformação silenciosa, porém poderosa, em sua matriz de biocombustíveis: a ascensão do etanol produzido a partir de cereais, especialmente o milho. Tradicionalmente líder global na produção de etanol de cana-de-açúcar, o país agora diversifica sua base produtiva, abrindo caminho para novas tecnologias, investimentos e oportunidades em toda a cadeia industrial. Um exemplo emblemático dessa mudança vem de Santa Catarina. A cooperativa Copercampos anunciou a construção da primeira usina de etanol de cereais do estado, localizada em Campos Novos. Com investimento de R$ 200 milhões, a planta terá capacidade inicial para produzir 36 milhões de litros de etanol de milho por ano, além de gerar 25 mil toneladas de DDGs (grãos secos de destilaria com solúveis), 1.500 toneladas de óleo e 15.000 MWh de energia anualmente, processando cerca de 87.000 toneladas de cereais por ano. Essa iniciativa está inserida em um contexto de crescimento exponencial da produção nacional de etanol de milho, que aumentou 800% nos últimos cinco anos – de 520 milhões para 4,5 bilhões de litros anuais. Com R$ 19 bilhões em investimentos previstos até 2032, o Brasil já ocupa a segunda posição no ranking global, atrás apenas dos Estados Unidos, que produzem etanol quase exclusivamente a partir de milho, com destaque para os 49,3 bilhões de litros produzidos em 2010. Na Europa, a abordagem é mais diversificada, com o uso de trigo, beterraba e outros cereais. Em 2012, a UE produziu cerca de 4,3 bilhões de litros de etanol, o que representava 2,5% da produção mundial. O que isso significa para a indústria química? A expansão do etanol de cereais não é apenas uma tendência agrícola ou energética – é uma plataforma de inovação para a indústria química, que pode atuar como protagonista em várias frentes: 1. Avanço em Tecnologias de Processamento A indústria química pode liderar o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes para a conversão de cereais em etanol. Isso inclui desde melhorias nos processos de hidrólise enzimática e fermentação alcoólica, até o uso de novas rotas químicas e biotecnológicas que aumentem o rendimento, reduzam o consumo energético e tornem a produção de etanol de segunda geração mais competitiva e sustentável. 2. Produção de Insumos e Enzimas Específicas A expansão das usinas de etanol de milho impulsiona a demanda por enzimas industriais especializadas, voltadas à quebra eficiente de celulose, hemicelulose e amidos complexos. A indústria química pode atuar na produção e customização desses insumos, criando soluções sob medida que acelerem a conversão de biomassa em açúcares fermentáveis. 3. Valorização e Transformação de Subprodutos Subprodutos como o DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis) representam uma fonte rica em proteínas, fibras e lipídios. A indústria química tem a oportunidade de desenvolver tecnologias para refinamento e extração de compostos de alto valor agregado, como aminoácidos, peptídeos bioativos, óleos funcionais e até ingredientes para nutracêuticos e cosméticos, ampliando as possibilidades de aplicação e rentabilidade. 4. Produção de Bioplásticos e Químicos Verdes A biomassa residual oriunda do processamento de cereais pode ser transformada em bioplásticos, solventes verdes, álcoois superiores e outros bioquímicos. Ao utilizar resíduos como matéria-prima, a indústria química se alinha às estratégias de economia circular, promovendo inovação com menor impacto ambiental e criando novas linhas de produtos sustentáveis. 5. Biotecnologia Aplicada à Fermentação O desenvolvimento de microrganismos geneticamente modificados ou adaptados para otimizar a fermentação de diferentes tipos de açúcares (incluindo pentoses e hexoses) é uma fronteira promissora. Essa inovação pode aumentar a eficiência dos processos, reduzir custos operacionais e ampliar a viabilidade econômica da produção de etanol a partir de diferentes cereais. 6. Novos Catalisadores e Otimização de Processos A criação de catalisadores mais seletivos e duráveis é fundamental para aprimorar etapas químicas tanto na produção de etanol quanto no aproveitamento de subprodutos. A indústria química pode explorar novos materiais e técnicas que aumentem a produtividade, reduzam o uso de insumos e tornem os processos mais limpos. 7. Parcerias Estratégicas e Ecossistemas de Inovação A colaboração entre empresas químicas, produtores agrícolas e usinas de biocombustíveis pode gerar sinergias poderosas. Parcerias estratégicas voltadas para pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) permitem criar soluções integradas, acelerando a implantação de tecnologias avançadas e promovendo uma cadeia de valor mais robusta e sustentável. A iniciativa pioneira de Santa Catarina sinaliza mais do que um investimento regional, ela representa uma mudança de paradigma na matriz energética brasileira, refletindo uma tendência nacional de diversificação das fontes de biocombustíveis. O crescimento expressivo da produção de etanol a partir de cereais aponta para um cenário promissor, impulsionado por tecnologia, inovação e investimentos estruturantes. Para a indústria química, esse movimento representa uma oportunidade estratégica sem precedentes. A expansão da produção de etanol de cereais exige soluções inovadoras, em insumos, processos, reaproveitamento de resíduos e desenvolvimento de novos produtos, criando um ecossistema fértil para parcerias, investimentos e novos modelos de negócios. Mais do que atender a uma demanda energética crescente, a indústria tem nas mãos a chance de liderar a transição para uma economia de baixo carbono, tornando-se protagonista na construção de um futuro mais sustentável, competitivo e integrado. Se você leu até aqui e gostou desse assunto, conecte-se com a W2S em todos os nossos canais de comunicação para não perder nenhum assunto sobre Inovação, Governança e Tecnologia. Até a próxima! W2S, transformando ideias em resultados! -Por Leticia Rodrigues
Inovação Sustentável no Setor de Tintas: Resinas de Base Biológica e a Redução da Pegada de Carbono

A indústria de tintas e revestimentos está em plena transformação rumo à sustentabilidade, impulsionada pelo avanço de tecnologias inovadoras voltadas à redução da pegada de carbono. Entre essas soluções, destacam-se as resinas e emulsões de base biológica, que apresentam alternativas sustentáveis sem comprometer o desempenho dos produtos. O que é Pegada de Carbono? A pegada de carbono é uma métrica que quantifica as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas, direta ou indiretamente, a uma pessoa, organização, evento ou produto. Esses gases, como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), são responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas. O impacto é expresso em toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e), permitindo uma análise precisa do efeito ambiental das atividades industriais e produtivas. Como se Mede o Carbono Renovável? A determinação do carbono renovável em materiais, como resinas e emulsões de base biológica, avalia a fração de carbono oriunda de fontes renováveis (biomassa) em relação ao total presente no material. Uma metodologia amplamente utilizada para essa análise é a quantificação do carbono-14 (¹⁴C), um isótopo radioativo naturalmente encontrado em compostos orgânicos recentes. Essa análise é essencial para certificar a origem renovável dos produtos, garantindo conformidade com padrões de sustentabilidade e possibilitando uma tomada de decisão mais informada por parte das empresas e consumidores. O que são Gases de Efeito Estufa (GEE)? Os gases de efeito estufa (GEE) são compostos que retêm calor na atmosfera, intensificando o efeito estufa. Embora esse fenômeno seja crucial para a manutenção da temperatura do planeta, o excesso de emissões oriundas de atividades humanas tem agravado o aquecimento global e acelerado mudanças climáticas. Os principais GEE incluem: • Dióxido de carbono (CO₂): resultante da queima de combustíveis fósseis, processos industriais e desmatamento. • Metano (CH₄): liberado na decomposição de resíduos orgânicos, pecuária e extração de combustíveis fósseis. • Óxido nitroso (N₂O): emitido pela agricultura (uso de fertilizantes), processos industriais e combustão de combustíveis fósseis. • Gases fluorados (HFCs, PFCs, SF₆ e NF₃): utilizados em sistemas de refrigeração, ar-condicionado e processos industriais. A indústria de tintas e revestimentos desempenha um papel estratégico na mitigação dessas emissões, tanto por meio da otimização de processos produtivos quanto pelo desenvolvimento de formulações mais sustentáveis. Principais matérias-primas que contribuem para a Pegada de Carbono A fabricação de resinas e emulsões convencionais utiliza insumos que impactam significativamente a pegada de carbono: • Monômeros de origem fóssil: estireno, acrilatos e epóxi, derivados do petróleo e gás natural, cuja extração e processamento são altamente intensivos em emissões de CO₂. • Solventes Orgânicos Voláteis (VOCs): substâncias como tolueno, xileno e acetona, que, além de serem derivados de fontes fósseis, contribuem para a formação do ozônio troposférico e para a degradação da qualidade do ar. • Aditivos petroquímicos: plastificantes, estabilizantes e agentes de cura derivados de compostos fósseis, que aumentam a pegada de carbono devido aos seus processos de síntese. Impacto da substituição de matérias-primas na redução da pegada de carbono A incorporação de resinas de base biológica no setor de tintas contribui significativamente para a mitigação do impacto ambiental. A substituição de matérias-primas fósseis por insumos renováveis reduz a emissão de CO₂ ao longo do ciclo de vida do produto, além de minimizar a liberação de compostos orgânicos voláteis (VOCs), resultando em melhor qualidade do ar. Alternativas sustentáveis na produção de resinas e emulsões Para reduzir o impacto ambiental, a indústria tem adotado matérias-primas mais sustentáveis na formulação de resinas e emulsões: • Monômeros de origem biológica: substituição de monômeros petroquímicos por alternativas renováveis, como ácido succínico e 1,4-butanodiol de base biológica, empregados na síntese de polímeros como o polibutileno succinato (PBS). • Solventes ecológicos: adoção de solventes biodegradáveis, como álcoois leves e ésteres naturais, reduzindo emissões de VOCs. • Aditivos de fontes renováveis: utilização de plastificantes e estabilizantes derivados de óleos vegetais, reduzindo a dependência de produtos petroquímicos. • Recursos reciclados e secundários: incorporação de materiais reciclados e resíduos industriais na produção de resinas, promovendo a economia circular e reduzindo a extração de novos recursos. Resinas de base biológica: Uma nova abordagem para sustentabilidade Essas resinas representam um avanço tecnológico crucial para a indústria de tintas e revestimentos. Fabricadas a partir de óleos vegetais e resíduos agroindustriais, elas reduzem significativamente as emissões de gases de efeito estufa e promovem uma cadeia produtiva mais sustentável. Dentre os principais avanços nesse segmento, destacam-se: • Poliuretanos de poliamida: polímeros de base biológica desenvolvidos para aplicações exigentes que combinam sustentabilidade e alto desempenho. • Poliamida de alto desempenho 100% de base biológica: derivada do óleo de mamona, essa tecnologia se destaca pela versatilidade, segurança e durabilidade, alinhada aos princípios da sustentabilidade. • Monômeros acrílicos de base biológica certificados e rastreáveis por Carbono 14: promovem a produção de polímeros acrílicos à base de água mais sustentáveis, garantindo a continuidade do fornecimento de matérias-primas renováveis. Esses avanços impulsionam a indústria de tintas e revestimentos rumo a uma produção mais sustentável, alinhada às exigências ambientais e às demandas do mercado por soluções de menor impacto ambiental. No Brasil, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) estruturou o Programa Setorial de Sustentabilidade (PSS) para estimular práticas responsáveis no setor. A adoção de resinas de base biológica está diretamente alinhada a esse programa, promovendo a redução da pegada de carbono e incentivando uma abordagem mais sustentável na formulação de tintas e revestimentos. A transição para resinas e emulsões de base biológica é um marco na jornada da indústria de tintas rumo à sustentabilidade. Além de reduzir a pegada de carbono, essas inovações demonstram um compromisso com a modernização do setor e com a crescente demanda por soluções de menor impacto ambiental. Ao adotar essas tecnologias, as empresas não apenas atendem às exigências do mercado e das regulamentações ambientais, mas também consolidam seu papel na construção de um futuro mais sustentável. Se você leu até aqui e gostou desse assunto, conecte-se com a W2S em todos os nossos canais de comunicação para não perder nenhum assunto sobre Inovação, Governança e Tecnologia. Até a próxima! W2S, transformando ideias em resultados! -Por Wiliam Saraiva
Projeto on-line e gratuito prepara alunos para olimpíadas de conhecimento
Os estudantes que desejam participar de olimpíadas de conhecimento podem aproveitar a preparação gratuita da Turma Olímpica On-line do Pensi. As inscrições estão abertas até o dia 12 de março. O grupo é voltado para alunos que já têm experiência em competições acadêmicas. O objetivo é oferecer um ambiente para troca de experiências entre jovens talentos que desejam melhorar os resultados nas olimpíadas científicas. Leia Mais Olimpíada de Química de SP tem inscrições abertas; confira Projeto prepara estudantes brasileiros para olimpíadas acadêmicas Alunos da Unicamp vencem desafio Nasa sobre mudanças climáticas “Uma preparação estruturada e focada é essencial para que eles possam explorar ao máximo seu potencial e alcançar resultados expressivos”, disse o coordenador das Turmas Preparatórias do Pensi, Lucas Herlin. Podem se candidatar estudantes matriculados: na 1ª e 2ª série do ensino médio, para as competições de química, no 6º, 7º ou 8º ano do ensino fundamental, para competições de matemática. Para participar, eles devem preencher o formulário de inscrição. Depois disso, a organização vai analisar as respostas e dar um retorno sobre a aprovação ou não para matrícula nas turmas. Conheça plataformas que oferecem cursos gratuitos e on-line da USP Este conteúdo foi originalmente publicado em Projeto on-line e gratuito prepara alunos para olimpíadas de conhecimento no site CNN Brasil.
Embalagens de Papel: Inovação e Sustentabilidade na Fabricação, Revestimento e Impressão

O papel é um dos materiais mais versáteis e amplamente utilizados no mundo, desempenhando uma função fundamental no setor de embalagens. Sua popularidade deve-se à reciclabilidade, leveza e versatilidade. A crescente demanda por soluções sustentáveis impulsiona inovações nos processos de fabricação, revestimento e impressão do papel para embalagens, melhorando sua qualidade, desempenho e impacto ambiental. Com novas formulações de revestimentos biodegradáveis, tintas ecológicas e impressão digital personalizada, o setor se reinventa para oferecer embalagens mais resistentes, funcionais e sustentáveis, substituindo plásticos e reduzindo desperdícios. A evolução da fabricação de papel tem sido guiada por tecnologias limpas, economia circular e processos de baixa emissão de carbono. O desenvolvimento de novos tipos de fibras, a digitalização do processo produtivo e a bioengenharia estão revolucionando o setor. 1. Produção de Papel: Tecnologia e Sustentabilidade A fabricação de papel evoluiu para processos mais eficientes e sustentáveis, incorporando novas tecnologias e práticas ambientais responsáveis: Matéria-prima renovável: O uso de celulose de florestas certificadas e fibras recicladas reduz a pegada ambiental e promove a economia circular. Processos de baixa emissão: O branqueamento sem cloro e a reutilização de água minimizam impactos ambientais e garantem um ciclo produtivo mais sustentável. Nanocelulose: Essa inovação fortalece o papel sem aumentar seu peso, permitindo embalagens mais resistentes e leves, reduzindo a necessidade de materiais adicionais. A Indústria 4.0, com sensores inteligentes, automação e inteligência artificial, otimiza a produção, reduzindo desperdícios e aumentando a eficiência energética. Sistemas de monitoramento em tempo real e algoritmos preditivos ajudam a evitar falhas na produção e aprimorar a qualidade do papel. 2. Revestimentos Inovadores: Funcionalidade com Sustentabilidade Os avanços nos coatings estão ampliando as aplicações do papel para embalagens que antes dependiam de plástico: Biopolímeros e ceras naturais substituem revestimentos sintéticos, tornando o papel resistente à umidade e gordura sem comprometer sua reciclabilidade. Coatings inteligentes oferecem barreiras funcionais que garantem a conservação de produtos alimentícios e cosméticos. Tecnologias emergentes como plasma e spray coating garantem maior eficiência produtiva, reduzindo o uso de insumos e melhorando a qualidade final do produto. Impacto do Revestimento na Qualidade do Papel O processo de revestimento confere ao papel uma série de melhorias funcionais e estéticas, tornando-o mais adequado para diversas aplicações. Entre os principais benefícios, destacam-se: Aprimoramento estético: O revestimento melhora a aparência visual do papel, conferindo maior brilho, suavidade e uniformidade à superfície. Qualidade de impressão: Reduz a absorção excessiva de tinta, garantindo cores mais vivas, maior nitidez em imagens e textos bem definidos. Controle de porosidade: Garante uma superfície menos porosa, essencial para evitar borrões e proporcionar impressões de alta precisão. Essas propriedades são particularmente importantes para embalagens, que exigem não apenas um ótimo design, mas também resistência e qualidade para proteger e valorizar o produto. 3. Métodos de Impressão para Embalagens de Papel A evolução dos processos de impressão garante embalagens cada vez mais atraentes e funcionais, as impressões offset e flexográfica são utilizadas para grandes volumes e alta qualidade, garantindo embalagens resistentes e visualmente atraentes. Enquanto a Impressão digital permite personalização sob demanda, menor desperdício de tinta e menor impacto ambiental, sendo ideal para tiragens reduzidas e embalagens promocionais. O método de impressão deve ser selecionado de acordo com a demanda: Impressão Flexográfica: Ideal para embalagens de grande volume, utiliza tintas de secagem rápida. Impressão Offset: Proporciona alta qualidade de imagem e é amplamente usada em embalagens premium. Impressão Digital: Flexível e personalizável, permite adaptações rápidas para lotes pequenos e designs variáveis. Impressão Rotogravura: Alta precisão e qualidade para embalagens sofisticadas e detalhadas. 4. Tendências e Inovações para o Futuro das Embalagens de Papel A inovação no setor de embalagens de papel está moldando um novo paradigma de consumo responsável, eficiência produtiva e sustentabilidade. Entre as principais tendências, destacam-se: Papel funcional e inteligente: Superfícies antimicrobianas, barreiras térmicas e tintas reativas que mudam de cor conforme temperatura ou exposição à luz. Impressão inteligente: Uso de QR codes e etiquetas para rastreamento e interatividade com consumidores. Revestimentos funcionais: Barreiras antimicrobianas, resistentes à umidade e biodegradáveis, aumentando a segurança dos produtos embalados. Papel interativo: Aplicações inovadoras como tintas termocrômicas e fotoativas que mudam de cor com temperatura e luz. Produção carbono neutro: Integração de energia renovável e compensação de emissões, garantindo uma indústria mais sustentável. A combinação de tintas biocompatíveis, novas técnicas de impressão e digitalização abre caminho para embalagens mais interativas e sustentáveis, transformando a experiência do consumidor e reduzindo o desperdício industrial. Os revestimentos desempenham um papel central na qualidade e funcionalidade do papel, conferindo características essenciais como resistência, proteção e compatibilidade com diferentes processos de impressão. As tecnologias de impressão continuam avançando, permitindo soluções cada vez mais personalizadas e de alta qualidade. A integração entre fabricação, revestimento e impressão destaca o papel como uma solução versátil, inovadora, competitiva e personalizável no mercado de embalagens. A busca contínua por novos materiais, processos mais eficientes e alternativas ecológicas são essenciais para atender às exigências de consumidores e da sustentabilidade, impulsionando o desenvolvimento de embalagens de alta performance. Se você leu até aqui e gostou desse assunto, conecte-se com a W2S em todos os nossos canais de comunicação para não perder nenhum assunto sobre Inovação, Governança, Tecnologia e ESG. Até a próxima! W2S, transformando ideias em resultados! -Por Leticia Rodrigues
Olimpíada de Química de SP tem inscrições abertas; confira

A USP (Universidade de São Paulo) está com inscrições abertas para a Olimpíada de Química de São Paulo. A competição é voltada para estudantes de ensino médio de escolas públicas e particulares. Os interessados podem se candidatar gratuitamente no portal da Fuvest até o dia 15 de março. Vale destacar que as escolas públicas têm incentivos para participar da Olimpíada, como curso preparatório para os selecionados para a fase final e premiação diferenciada. Leia Mais Não gosta de matemática? Veja truques que podem ajudar nas provas Alunos de universidade federal em MG vencem competição da Nasa Projeto prepara estudantes brasileiros para olimpíadas acadêmicas O objetivo da competição é aumentar o interesse dos estudantes por química e atrair talentos para a área. Além disso, os alunos premiados passam para a etapa nacional, que é a porta de acesso para a Olimpíada Internacional e para a Olimpíada Ibero-Americana. Como vai funcionar? A primeira etapa para participar da Olimpíada de Química de São Paulo é enviar uma redação com o tema “A Química na Descarbonização”. Depois, a comissão vai selecionar 85 redações de autores que estão na 1ª ou 2ª série do ensino médio e mais 65 redações de estudantes na 3ª série. Esses alunos serão selecionados para a Fase II Final, que será no dia 7 de junho no Instituto de Química da USP. Os alunos mais bem colocados recebem medalhas e premiações em dinheiro. No total, serão distribuídas 120 medalhas e 28 premiações em dinheiro, sendo 14 para cada categoria (2ª e 3ª série do ensino médio). O primeiro colocado recebe R$ 1.200, o segundo R$ 800 e o terceiro R$ 500. Além disso, seis estudantes e seis professores considerados destaques entre as escolas públicas recebem R$ 600 e as 10 mulheres com melhor pontuação também recebem R$ 600. Confira todas as informações e prazos no regulamento. Não é “de exatas”? Veja 5 filmes para se aproximar da matemática Este conteúdo foi originalmente publicado em Olimpíada de Química de SP tem inscrições abertas; confira no site CNN Brasil.
Luz de vaga-lume dá origem a sensor que detecta alterações nas células
O gene que codifica uma enzima de um vagalume descoberto no campus de Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) deu origem a um biossensor capaz de indicar mudanças de pH nas células de mamíferos – o que pode ser útil no estudo de doenças e na avaliação da toxicidade de um candidato a fármaco, por exemplo. A luciferase da espécie Amydetes vivianii muda de cor, passando do verde-azulado para o amarelo e o vermelho, à medida que a acidez diminui em fibroblastos, o tipo celular mais comum do tecido conjuntivo. Tudo isso com bastante intensidade e estabilidade, algo que não havia sido alcançado com outras luciferases testadas pelo grupo de pesquisadores. O trabalho, apoiado pela FAPESP, foi publicado na revista Biosensors. As luciferases são enzimas encontradas em seres vivos bioluminescentes, que geram luz quando oxidam a luciferina, um composto que também precisa estar presente no processo. A luciferase estudada agora provém de uma espécie descoberta em 2006 por um dos coordenadores do estudo, Vadim Viviani, coordenador do Laboratório de Bioquímica e Tecnologias Bioluminescentes da UFSCar. A enzima foi clonada em 2011 pelo seu grupo de pesquisa. Leia mais Cientistas acham “partícula fantasma” com energia recorde no Mediterrâneo Paleontólogos descobrem crânio de 30 milhões de anos no Egito Superpoder faz tartarugas-marinhas “dançarem” em busca de comida; entenda “Dentro da célula, as mudanças de pH podem ser indicadoras de processos como homeostase, proliferação e morte celular, entre outros. Nossa técnica tem potencial para estudar doenças ou a toxicidade de fármacos, por exemplo”, aponta Vanessa Bevilaqua, primeira autora do artigo e bolsista de pós-doutorado na Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), campus de Sorocaba. O trabalho foi realizado nos laboratórios coordenados por Viviani, na UFSCar, e por Eliana Duek, na PUC-SP. Duek também é apoiada pela FAPESP. Outras luciferases testadas pelo grupo produziam luz avermelhada e que mudavam menos de cor na temperatura de 36 °C, em que as células de mamíferos funcionam. “A nova luciferase foi modificada para ser mais bem expressa em células de mamíferos. Além de ter uma maior amplitude de mudança de cor da luz, tem uma estabilidade maior e propicia um brilho [intensidade] mais forte. A técnica não é tóxica e não depende de fonte de luz externa, como no caso da fluorescência, outra forma de utilizar luz para estudar células”, explica Viviani. Nos ensaios realizados pelo grupo, além de fazer imagens da bioluminescência em câmeras de fotodetecção, foi possível fotografar a luz emitida pelas luciferases nas células de mamíferos mesmo com a câmera fotográfica de um smartphone. O brilho foi intenso pelos primeiros 30 minutos, quando começou a diminuir. Embora mais fraco, se manteve por pelo menos 12 horas – ainda que só pudesse ser detectado com um equipamento de fotodetecção avançado. “Com isso, é possível usar a cor da luz para indicar o pH dentro de células, incluindo as humanas, e inferir se há estresse celular ou outro efeito relacionado com a acidez. É algo inédito e que desenvolvemos totalmente no Brasil”, acrescenta Viviani. O trabalho integra o projeto “Desenvolvimento de insumos bioluminescentes para imunoensaios, análises ambientais e bioimagem”, apoiado pela FAPESP e coordenado por Viviani. Outros coautores são Gabriel Pelentir, bolsista de doutorado na UFSCar, e Moema Hausen, professora na PUC-SP. Histórico Em estudos anteriores, os pesquisadores já haviam desenvolvido a aplicação da luciferase de outro vagalume, do gênero Macrolampis, para indicar o pH de células bacterianas. Quando testada em células de mamíferos, porém, a bioluminescência emitida pela luciferase do Macrolampis era muito avermelhada e mudava pouco com alterações de pH, não tendo a estabilidade acima de 36 °C e diminuindo a efetividade necessária para esse tipo celular. O grupo de Viviani também desenvolveu durante a pandemia um imunoensaio que pode ser usado para detectar COVID-19 baseado na luciferase de Amydetes vivianii, que brilha quando em contato com anticorpos contra o SARS-CoV-2. Com o trabalho agora concluído, o laboratório liderado pelo professor da UFSCar, que já tinha uma infraestrutura única para estudos e aplicações da bioluminescência, adquire também capacidade para realizar testes bioluminescentes em células de mamíferos. Com isso, pode tanto realizar novos estudos com essa luciferase como testar outras que fazem parte do acervo do laboratório, reunido ao longo de mais de 30 anos pelo pesquisador, principalmente a partir de insetos brasileiros. “Com este desenvolvimento, abrimos um leque de perspectivas que vão desde bioensaios de toxicidade de fármacos e cosméticos, efeito de biomateriais em células humanas e até mesmo novas formas de estudar células cancerígenas”, encerra Bevilaqua. O artigo Selection and Engineering of Novel Brighter Bioluminescent Reporter Gene and Color- Tuning Luciferase for pH-Sensing in Mammalian Cells pode ser lido aqui. Macacos conseguem ajudar quando humanos não sabem de algo, diz estudo Este conteúdo foi originalmente publicado em Luz de vaga-lume dá origem a sensor que detecta alterações nas células no site CNN Brasil.