Pesquisas sobre proteínas do corpo humano dividem Nobel de Química
O Nobel de Química deste ano foi entregue em duas partes. A primeira, para David Baker, pesquisador da Universidade de Washington que estuda o design computacional de proteínas. E a outra para a previsão de como uma estrutura proteica deve se desenvolver, desenvolvida por pesquisadores do Google DeepMind, do Reino Unido. A Academia Real Sueca de Ciências destacou que David Baker foi responsável por montar uma nova proteína em 2003, uma tarefa considerada “quase impossível”. Já a dupla britânica criou um modelo de Inteligência Artificial que foi capaz de prever a estrutura de 200 milhões de tipos diferentes de proteínas. Segundo a Academia, a descoberta já beneficiou 2 milhões de pessoas ao permitir uma compreensão mais clara da resistência a antibióticos e permitindo a criação de enzimas que fazem a decomposição de plástico. A base para esse modelo é o Aprendizado de Máquina, tema relacionado às duas pesquisas laureadas com o Nobel de Física na terça-feira (8). Este conteúdo foi originalmente publicado em Pesquisas sobre proteínas do corpo humano dividem Nobel de Química no site CNN Brasil.
Conheça brasileiros que já foram indicados ao Nobel de Física, Química e Medicina
Oito brasileiros já foram indicados ao Prêmio Nobel nas categorias de Física, Química ou Medicina entre os anos de 1901 e 1971. Como as indicações ao prêmio só podem se tornar públicas 50 anos após terem ocorrido, estes são os dados mais recentes divulgados pela Fundação Nobel — o que quer dizer que só vamos descobrir os brasileiros indicados à premiação deste ano em 2074. Nenhum dos brasileiros nomeados foi laureado com o Prêmio Nobel, mas alguns receberam várias indicações. Leia mais Agricultura das formigas surgiu com asteroide que extinguiu dinossauros, diz estudo Destroços do “Navio Fantasma do Pacífico” são encontrados na costa dos EUA Cientistas fazem mapeamento completo do cérebro de animal pela primeira vez Conheça os oito brasileiros indicados ao Prêmio Nobel de Física, Química e Medicina César Lattes Lattes recebeu sete indicações ao Nobel de Física entre 1949 e 1954. O cientista pode não ter recebido o prêmio, mas foi um dos responsáveis pelo estudo dos mésons que rendeu a Cecil Powell, chefe do laboratório onde ele trabalhava, o Nobel de Física, em 1950. Por suas contribuições à ciência, seu nome foi dado à plataforma que reúne o histórico acadêmico de todos os cientistas e pesquisadores do Brasil, o Lattes. David Bohm Bohm recebeu uma indicação ao Nobel de Física em 1958. O físico estadunidense ganhou cidadania brasileira ao morar e dar aulas no país. É considerado um dos físicos mais importantes do século 20, com contribuições na área da teoria quântica. René Wurmser Wurmser recebeu três indicações ao Nobel de Química entre 1942 e 1958. O físico francês adquiriu cidadania brasileira ao passar uma temporada no país e fez contribuições na área da botânica e da biologia celular e molecular. Fritz Feigl Feigl recebeu 11 indicações ao Nobel de Química entre 1955 e 1969. O químico austríaco naturalizado brasileiro foi responsável por criar a Análise de Toque. Carlos Chagas Chagas recebeu duas indicações ao Nobel de Medicina em 1913 e 1921. Ele foi um médico sanitarista e infectologista que se destacou no combate à malária no Brasil. Também foi ele quem descobriu a tripanossomíase americana, que ficou mais conhecida como doença de Chagas. Antonio C Fontes Fontes recebeu uma indicação ao Nobel de Medicina em 1934. O médico e pesquisador se destacou por seus estudos sobre tuberculose. Adolpho Lutz Lutz recebeu uma indicação ao Nobel de Medicina em 1938. O médico e cientista foi pioneiro na medicina tropical e na pesquisa de doenças infecciosas no Brasil, ele publicou diversos trabalhos sobre febre tifóide, malária, esquistossomose, difteria, leishmaniose, hanseníase, entre outros. Manoel de Abreu Abreu recebeu seis indicações ao Nobel de Medicina entre 1946 e 1953. O médico e inventor foi responsável por desenvolver um método de tirar radiografias dos pulmões, como maneira de diagnosticar a tuberculose e outras doenças. Cientistas descobrem “oxigênio negro” produzido no fundo do oceano Este conteúdo foi originalmente publicado em Conheça brasileiros que já foram indicados ao Nobel de Física, Química e Medicina no site CNN Brasil.
Em decisão polêmica, governo eleva tarifas de importação para 30 produtos químicos
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) decidiu, nesta quarta-feira (18), acolher um pedido da indústria nacional e elevar temporariamente as tarifas de importação para 30 produtos químicos. Boa parte das alíquotas — que variam de caso a caso — subirá de 10,8% ou 12,6% para 20%. Elas vão permanecer nesse patamar por um período de 12 meses. O pedido de proteção adicional veio da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que apontava um “surto” de importações vindas da Ásia, principalmente com origem na China. Outros mercados, como os Estados Unidos e a União Europeia, adotaram medidas recentemente para conter essa “invasão” chinesa. Leia Mais Empresas já podem aderir ao programa de depreciação acelerada, diz Alckmin Carros elétricos, pneus, aço: quem mais teve ou pede proteção contra “invasão” chinesa Indústria química alega concorrência desleal de importados e interrompe produção de duas fábricas A Abiquim pleiteava o aumento das tarifas para 62 categorias de produtos — nomenclaturas comuns do Mercosul (NCMs). O pedido foi analisado pelo Gecex, comitê-executivo da Camex, que é presidida pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). A associação alega que algumas fábricas, como a da Rhodia em Paulínia (SP) e a da Fortal em Candeias (BA), chegaram a fechar suas linhas de produção por conta da suposta concorrência desleal — com preços abaixo dos custos de fabricação pelos asiáticos. A Camex acatou o pedido de alta das alíquotas aplicadas sobre 30 das 62 NCMs. As outras 32 não tiveram deliberação. O presidente da Abiquim, André Passos Cordeiro, disse à CNN ter ficado satisfeito com a decisão. “O importante não é a quantidade [de produtos contemplados pela decisão da Camex], mas o que isso representa em valores”, afirma. Segundo ele, 65% das importações totais dos 62 produtos — que eram estimadas em até US$ 5 bilhões por ano — terão aumento temporário das tarifas. Além disso, Cordeiro ressalta que os principais segmentos da cadeia produtiva serão cobertos pela medida, incluindo químicos orgânicos e inorgânicos. “A decisão é bem-vinda, está equilibrada e foi muito bem fundamentada tecnicamente. A expectativa é termos um alívio para a indústria química”, diz o executivo. Entre 2000 e 2023, a participação dos importados no mercado brasileiro saltou de 21% para 47%. No primeiro semestre de 2024, o déficit comercial do setor chegou a quase US$ 23 bilhões e o nível de ociosidade da indústria nacional é o pior índice da história. Indústria química fecha duas fábricas no Brasil | BASTIDORES CNN Reação contrária A medida, no entanto, não é unânime na indústria. Setores que usam químicos como insumos na produção reclamam de potencial aumento dos custos e dificuldades em manter empregos. O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, criticou a decisão da Camex. “Ela vai contra tudo o que diz o governo em termos de proteção do emprego de qualidade. E, ainda por cima, terá impacto inflacionário”, afirma. De acordo com Roriz,o Brasil tem cerca de 12,5 mil empresas transformadoras de plástico, que consomem produtos químicos, com aproximadamente 300 mil empregos diretos. Automóveis, construção civil, alimentos e bebidas, eletroeletrônicos, brinquedos, calçados e pneus são exemplos citados pelo executivo como setores da economia negativamente afetados com o aumento das tarifas de importação para químicos. “No caso dos alimentos, as embalagens podem chegar a 15% do preço final ao consumidor. Teremos aumentos de custos, que poderão ser repassados e pressionam a inflação”, acrescenta. Este conteúdo foi originalmente publicado em Em decisão polêmica, governo eleva tarifas de importação para 30 produtos químicos no site CNN Brasil.
Transformando Desafios em Soluções: O Poder da Criatividade na Indústria de Tintas.

Adaptado do artigo original de Joseph Grenny, publicado na Harvard Business Review. A criatividade, frequentemente vista como um fenômeno enigmático, pode parecer milagrosa quando se manifesta. Embora nunca possamos identificar todas as variáveis que a geram, existem formas de criar condições favoráveis para que a criatividade floresça, especialmente no contexto da gestão da inovação. A seguir, exploramos abordagens detalhadas e modernas para fomentar a criatividade nesse segmento, integrando ferramentas como Inteligência Generativa, Design Thinking e práticas colaborativas. Enquadre o Problema e Depois Recue No setor de tintas, enfrentamos desafios complexos que vão desde a criação de produtos mais sustentáveis até o desenvolvimento de soluções que atendam às novas exigências do mercado. Para estimular a criatividade, é essencial começar com a articulação clara do problema a ser resolvido. Um exemplo prático seria: “Como podemos desenvolver uma linha de tintas sustentáveis que não comprometa a qualidade e a durabilidade do produto?” A formulação dessa pergunta é mais do que um simples passo inicial; ela é a base sobre a qual todo o processo criativo se desenrola. Aqui, o Design Thinking se destaca como uma ferramenta poderosa, guiando a equipe na compreensão profunda do problema, identificando as necessidades reais dos usuários e gerando ideias inovadoras por meio de prototipagem e testes rápidos. O processo começa com a empatia, onde os profissionais se colocam no lugar do usuário final, entendendo suas dores e expectativas. Essa abordagem centrada no ser humano permite que o problema seja definido de forma mais empática e precisa, facilitando a geração de soluções criativas que não apenas resolvem o problema, mas também encantam o usuário final. Após definir o problema de forma clara, o próximo passo é recuar. Essa pausa é fundamental, pois permite que o cérebro processe as informações de maneira subconsciente. Durante essa fase, que pode ser chamada de “incubação”, o trabalho inconsciente começa a integrar experiências, conhecimentos e conexões criativas, gerando soluções inovadoras que podem surgir de maneira inesperada. Obedeça a Sua Curiosidade A criatividade frequentemente resulta de conexões inesperadas entre ideias aparentemente não relacionadas. No setor de tintas, isso pode significar explorar novas tecnologias, tendências de cores, ou métodos de aplicação que ainda não são amplamente adotados. Aqui, a curiosidade desempenha um papel crucial, agindo como o motor que impulsiona a exploração de territórios desconhecidos. Seguir sua curiosidade pode abrir portas para novas ideias. Uma abordagem moderna para maximizar essa curiosidade é a utilização de ferramentas de Inteligência Generativa, como o GPT (Generative Pre-trained Transformer). Essas ferramentas analisam grandes volumes de dados, sintetizam informações complexas e sugerem novas direções criativas, auxiliando na exploração de caminhos que talvez não fossem considerados de outra forma. Por exemplo, um sistema de inteligência generativa pode analisar tendências de cores e sugerir combinações inovadoras que estão emergindo em diferentes partes do mundo, permitindo que sua empresa esteja na vanguarda do design de tintas. Além disso, a curiosidade pode ser alimentada pela exploração de diferentes disciplinas e setores. O contato com áreas como a nanotecnologia, a sustentabilidade ou até mesmo a psicologia das cores pode gerar insights valiosos para o desenvolvimento de novos produtos. Essa abordagem interdisciplinar é essencial para fomentar a inovação, pois permite que as ideias se desenvolvam a partir de uma base mais rica e diversificada. Mantenha uma Caixa de Ideias No processo criativo, é fundamental coletar e organizar suas experiências e insights de maneira estruturada. Uma das práticas recomendadas é manter uma “caixa de ideias”, onde você armazena artigos interessantes, anotações de reuniões, inspirações visuais e até mesmo esboços de ideias que possam parecer inacabadas no momento. Para potencializar essa prática, ferramentas digitais como bancos de dados colaborativos e softwares de gerenciamento de ideias, como o Miro, o Notion ou o Evernote, podem ser integrados ao processo. Essas plataformas permitem a coleta, organização e compartilhamento de ideias de forma colaborativa, facilitando o acesso a insights valiosos por toda a equipe e promovendo uma cultura de inovação contínua. Por exemplo, no desenvolvimento de novas cores ou acabamentos para tintas, onde a inspiração pode vir de fontes variadas como a natureza, a moda ou a arquitetura, essas plataformas digitais podem facilitar a identificação de padrões e tendências que poderiam passar despercebidos em um processo menos organizado. Além disso, ao revisitar essas ideias armazenadas, você pode encontrar conexões que antes não eram óbvias, como a relação entre uma tendência de design minimalista e a necessidade de criar uma linha de tintas com menos compostos orgânicos voláteis (VOCs), alinhando criatividade com sustentabilidade. Explore o Desconhecido Um dos maiores obstáculos para a criatividade é a zona de conforto. Para estimular a criatividade, é crucial sair dessa zona e explorar o desconhecido. Isso pode significar participar de workshops fora do seu campo de atuação, como aqueles que discutem materiais biodegradáveis, inovação em embalagens ou mesmo design de experiência do usuário (UX design). O Design Thinking incentiva essa exploração durante a fase de ideação, onde o pensamento divergente é aplicado para gerar o maior número possível de ideias, independentemente de sua viabilidade imediata. A ideia é fomentar a inovação ao encorajar o pensamento “fora da caixa” e a consideração de soluções que inicialmente possam parecer não convencionais. Além disso, o uso de simulações virtuais e Inteligência Artificial (IA) pode ajudar a modelar cenários “e se”, permitindo a exploração de possibilidades criativas sem os riscos associados a testes no mundo real. Por exemplo, uma IA pode simular como diferentes fórmulas de tintas se comportariam em condições ambientais extremas, permitindo que a equipe explore inovações sem a necessidade de testes físicos extensivos, economizando tempo e recursos. Convide Conversas Desconfortáveis Conversar com pessoas de diferentes áreas ou com perspectivas divergentes pode ser uma fonte rica de inspiração. No segmento de tintas, isso pode significar discutir com especialistas em sustentabilidade, consumidores finais ou até mesmo concorrentes. Essas conversas podem revelar necessidades não atendidas ou novas oportunidades de mercado. A técnica de co-criação do Design Thinking é particularmente útil aqui, pois permite que equipes multidisciplinares colaborem para resolver problemas complexos. A co-criação não só envolve diferentes especialistas, mas também
Cientistas explicam como colágeno de dinossauros resistiu por milhares de anos
O colágeno é uma proteína encontrada naturalmente nos seres humanos e em outros animais, presente em ossos e no tecido conjuntivo. Mas os cientistas tinham dificuldade em explicar como essa proteína consegue sobreviver durante tanto tempo, presente em fósseis de dinossauros de até 195 milhões de anos de idade. O tempo de meia-vida (tempo necessário para que uma quantidade de matéria seja reduzida à metade) das ligações peptídicas que mantêm as proteínas unidas é de 500 anos. O diferencial das ligações do colágeno está em uma interação especial ao nível atômico que defende a proteína de moléculas de água — impedindo que a água quebre as ligações através de hidrólise. O estudo que descobriu esta peculiaridade do colágeno foi publicado no períodico ACS Central Science na quarta-feira (4). Leia mais Asteroide de 1 m queima ao entrar na atmosfera em registro raro Por que o céu está mais alaranjado? Seca e poluição ajudam a explicar Gigantismo de herbívoros levou à extinção de predadores há 15 milhões de anos A resistência às moléculas de água ocorre graças a um par de elétrons do grupo carbonila de uma ligação peptídica é compartilhado com o grupo carbonila de outra ligação peptídica vizinha. Como essas duas ligações se tornam “unidas” pelo par de elétrons, a água não consegue entrar na estrutura do colágeno e romper a ligação. Este conteúdo foi originalmente publicado em Cientistas explicam como colágeno de dinossauros resistiu por milhares de anos no site CNN Brasil.
Pesquisa revela mistérios do laboratório de alquimia de cientista do século 16
Embora o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe seja mais conhecido por suas descobertas celestiais feitas no século 16, antes da invenção do telescópio, ele também era um alquimista que preparava remédios secretos para clientes da elite. O que exatamente Brahe fazia em seu laboratório alquímico, localizado sob sua residência no castelo e observatório chamado Uraniborg, no entanto, sempre foi um enigma histórico. A natureza secreta do seu trabalho era comum entre os alquimistas da Renascença, que guardavam seu conhecimento a sete chaves. Hoje, apenas algumas de suas receitas alquímicas permanecem. O Castelo Uraniborg, situado na ilha de Ven, na costa da Suécia e nomeado em homenagem à musa da astronomia, Urânia, foi demolido após a morte de Brahe em 1601. Agora, pesquisadores que conduziram uma análise química de fragmentos de vidro e cerâmica recuperados do local onde Uraniborg ficava dizem ter descoberto novas pistas sobre o que acontecia no laboratório do cientista renascentista séculos atrás. Novos sinais potenciais de vida são encontrados em Vênus Espécie de milípede “perdida” é registrada novamente na ilha de Madagascar Cientistas descobrem “oxigênio negro” sendo produzido no fundo do oceano Os cinco fragmentos estudados na nova pesquisa estavam entre aqueles encontrados durante escavações realizadas por outra equipe de 1988 a 1992. Descobertos nos restos de um jardim ao redor do local, acreditava-se que os fragmentos vinham do laboratório alquímico. Kaare Lund Rasmussen, professor emérito do departamento de física, química e farmácia da Universidade da Dinamarca do Sul, foi inspirado a estudar os fragmentos após se perguntar quais insights eles poderiam oferecer para entender o trabalho alquímico de Brahe. Como autor principal da nova pesquisa, ele trabalhou com o coautor Poul Grinder-Hansen, pesquisador sênior e curador de museu no Museu Nacional da Dinamarca em Copenhague, na investigação. Quatro dos fragmentos continham concentrações mais altas de elementos do que o esperado, incluindo níquel, cobre, zinco, estanho, mercúrio, ouro e chumbo, relataram os pesquisadores na quarta-feira na revista Heritage Science. O ouro era uma substância que Rasmussen já associava a Brahe. Em um esforço contínuo para entender por que o cientista renascentista morreu, Rasmussen coassinou um estudo de novembro de 2016 que analisou alguns dos cabelos e ossos de Brahe, e encontrou quantidades excessivas de ouro em seus restos mortais. No entanto, a maior revelação dos fragmentos de vidro e cerâmica na nova análise — e a origem de um mistério separado — foi a presença de um elemento que nem era conhecido pelos cientistas da época de Brahe. Uma surpresa entre os fragmentos Rasmussen e sua equipe ficaram surpresos ao detectar tungstênio entre os elementos encontrados no interior e no exterior dos fragmentos. Durante a Renascença, mercúrio e ouro eram comumente usados em receitas para medicamentos que tratavam uma ampla gama de doenças, mas a evidência de tungstênio entre eles é “muito misteriosa”, disse ele. “O tungstênio nem tinha sido descrito naquela época, então o que devemos inferir de sua presença em um fragmento do laboratório alquímico de Tycho Brahe?” disse Rasmussen. O químico sueco Carl Wilhelm Scheele descobriu o ácido túngstico no mineral agora conhecido como scheelita em 1781, mais de 180 anos após a morte de Brahe. Pouco tempo depois, os químicos espanhóis Juan José e Fausto d’Elhuyar y de Suvisa realizaram experimentos de acompanhamento que isolaram com sucesso o tungstênio, descrito em um artigo publicado em 1783. O elemento químico, também conhecido como volfrâmio, ocorre naturalmente em certos minerais. É possível que o tungstênio tenha aparecido no laboratório de Brahe através de um mineral, ou talvez ele tenha processado um de maneira a isolar o tungstênio sem perceber, disse Rasmussen. Há também a chance de que Brahe tenha encontrado o tungstênio através do trabalho do mineralogista alemão Georgius Agricola, que descobriu a formação de uma substância incomum quando tentou fundir estanho a partir de minério de estanho. Agricola nomeou a substância de volfrâmio em seu livro “De Natura Fossilium”, em 1546. “Talvez Tycho Brahe tenha ouvido falar disso e, portanto, soubesse da existência do tungstênio,” disse Rasmussen. “Mas isso não é algo que sabemos ou podemos dizer com base nas análises que fiz. É apenas uma possível explicação teórica para o motivo de encontrarmos tungstênio nas amostras.” Os resultados do novo estudo serão de interesse para historiadores e arqueólogos, disse Lawrence Principe, Professor Drew de Humanidades e diretor do Singleton Center for the Study of Premodern Europe na Universidade Johns Hopkins em Baltimore. Principe não esteve envolvido na pesquisa. “Como os autores observam, a descoberta de um resíduo de tungstênio é muito surpreendente,” disse Principe. “Os minérios de tungstênio são relativamente raros e sabemos muito pouco sobre o quanto eles podem ter sido experimentados no período moderno inicial.” Principe acredita que qualquer pessoa que encontrasse um minério de tungstênio teria ficado impressionada com seu peso extremo — o nome do elemento significa “pedra pesada” em sueco — “e, portanto, poderia muito bem ter tentado fundir ouro a partir dele, o que eu arriscaria um palpite que pode ter sido o que estava acontecendo neste caso,” disse ele. Um astrônomo e um alquimista Brahe foi um cientista dinâmico durante a Renascença que se tornou famoso após sua descoberta de uma supernova em 1572. Ele era tão bem-quisto que o rei Frederico 2º da Dinamarca e Noruega lhe ofereceu a ilha de Ven como um lugar para construir seu observatório e laboratório alquímico. A propriedade serviu como casa e centro de pesquisa científica onde estudantes de toda a Europa vinham viver e trabalhar, e o laboratório alquímico no porão continha uma série de fornalhas especiais, de acordo com o estudo. O laboratório foi projetado de forma única, contendo 16 fornalhas para aquecimento, produção de cinzas e destilação, com tubos de cobre que corriam para fora para resfriamento. Uma escada em espiral levava até a sala de estar da família, chamada de Sala de Inverno, para que Brahe nunca estivesse longe de seus experimentos. Rasmussen acredita que o rei deu um presente tão generoso a Brahe não apenas por causa de seu bom e confiável relacionamento, mas
Cientistas chegam mais perto de descobrir novo elemento da tabela periódica
Após terem sido bem-sucedidos em sua tentativa de sintetizar o elemento de número atômico 116 (livermório) usando um feixe de titânio, cientistas estão prontos para tentar chegar a um novo elemento da tabela periódica: o elemento 120. Se descoberto, o elemento de número atômico 120 seria o átomo mais pesado já criado, e ficaria na oitava linha da tabela periódica. (O número atômico representa o número de prótons de um átomo; que somado ao número de nêutrons resulta na massa deste átomo.) Ilustração da tabela periódica mostra onde o elemento 120 ficaria localizado / Marilyn Sargent/Laboratório Berkeley Os pesquisadores do Grupo de Elementos Pesados do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos EUA, apresentou os resultados do experimento na conferência Nuclear Structure 2024. O artigo científico está disponível no arXiv e foi submetido ao periódico Physical Review Letters. A “descoberta” de elementos superpesados É a primeira vez que os cientistas conseguem criar átomos de um elemento superpesado — todos aqueles com número atômico acima de 100 — utilizando um feixe de urânio. Mesmo que o estudo utilize a palavra “descoberta”, os elementos superpesados não existem na natureza, e só podem ser sintetizados em laboratório. Leia mais Pesquisa revela mistérios do laboratório de alquimia de cientista do século 16 Novos sinais potenciais de vida são encontrados em Vênus Paris 2024: Tocha Olímpica não apaga na chuva; entenda o porquê Para criar um elemento superpesado, os cientistas “chocam” dois elementos mais leves que combinados tenham o número de prótons desejado para o átomo final. Ou seja, a combinação de um elemento de número atômico 40 com um de número atômico 60 resultaria em um elemento de número atômico 100. Para conseguir fazer isso na prática, os pesquisadores costumam utilizar um deixe de cálcio (que tem 20 prótons) para bombardear outro elemento alvo. Esta foi a primeira vez que um feixe de titânio (com 22 prótons) foi utilizado — e com sucesso — na fabricação de elementos superpesados. O titânio foi escolhido para formar o novo feixe de átomos com número atômico maior, pois os elementos alvo de número atômico 100 (férmio) ou mais são muito instáveis e com a meia-vida muito curta, o que impossibilitaria a experiência bem-sucedida. Os cientistas do Laboratório de Berkeley conseguiram fazer dois átomos de livermório, o elemento 116, usando um feixe de titânio, ao longo de 22 dias de operações no acelerador de íons pesados do laboratório, o 88-Inch Cyclotron. Pesquisador Damon Todd segura o forno menor que um dedo mindinho utilizado para aquecer o titânio e formar o feixe / Marilyn Sargent/Berkeley Lab A busca por um novo elemento Agora que já existem provas de que o feixe de titânio funciona para sintetizar elementos superpesados, os cientistas querem criar um novo elemento para a tabela periódica, com 120 prótons. “Quando tentamos fazer esses elementos incrivelmente raros, estamos no limite absoluto do conhecimento e da compreensão humana, e não há garantia de que a física funcionará da maneira que esperamos. Criar o elemento 116 com titânio valida que esse método de produção funciona, e agora podemos planejar nossa busca pelo elemento 120”, explicou Jennifer Pore, pesquisadora do Grupo de Elementos Pesados do Laboratório de Berkeley. Para tentar sintetizar o elemento 120, cerca de 6 trilhões de íons de titânio por segundo precisarão atingir o elemento alvo (califórnio), que é mais fino que um pedaço de papel. Além disso, os operadores do acelerador de íons pesados do laboratório precisam ajustar o feixe para que ele tenha a quantidade exata de energia. Se for pouca energia, os isótopos não se fundirão em um elemento pesado, se for muita, o titânio explodirá os núcleos no elemento alvo. Os pesquisadores ainda não determinaram uma data para começar a tentar produzir o elemento 120 — uma vez iniciada, pode ser que a tentativa leve anos para produzir algum átomo do novo elemento, isso se acontecer. “Mostramos que temos uma instalação capaz de fazer esse projeto, e que a física parece torná-lo viável”, disse Reiner Kruecken, diretor da Divisão de Ciência Nuclear do Laboratório de Berkeley. “Assim que tivermos nosso alvo, blindagem e controles de engenharia no lugar, estaremos prontos para assumir esse experimento desafiador.” Ciência dá novo passo em direção à energia de fusão quase ilimitada Este conteúdo foi originalmente publicado em Cientistas chegam mais perto de descobrir novo elemento da tabela periódica no site CNN Brasil.
Haddad diz que vai trabalhar por medidas para proteger indústria química de importações em reunião com setor
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes da indústria química nesta sexta-feira (23) e se comprometeu a operar por medidas de proteção à produção nacional. A informação foi confirmada à CNN pelo presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos, que esteve no encontro. Segundo Passos, o ministro afirmou que vai operar junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), chefiado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, para incluir produtos químicos na chamada Lista de Elevações Transitórias à Tarifa Externa Comum (TEC). Essa ferramenta permite aos países do Mercosul elevarem de forma transitória, acima da TEC do Mercosul, as alíquotas do Imposto de Importação para as importações originárias de fora do bloco. As propostas para elevação das tarifas deverão ser submetidas à aprovação da Comissão de Comércio do Mercosul (CCM). Leia mais: Agricultores franceses protestam contra Macron antes de feira agrícola Entenda o que pode mudar na relação entre motoristas e aplicativos com decisão do STF GPA negocia venda de postos e sede; estimativa é arrecadar até R$ 450 milhões Também ficou encaminhado na reunião que o ministro vai buscar soluções para a entrada ilegal de resinas no mercado brasileiro através da Zona Franca de Manaus. A Braskem, que esteve representada no encontro, é peticionário no Mdic de investigação contra os Estados Unidos por dumping em Resina de Polipropileno. “Conversamos sobre a situação sufocante que a indústria química está passando por conta da avassaladora onda de importações Informamos que fábricas já fecharam e que outras estão próximas de parar, operando com baixa produção e alta ociosidade”, disse André Passos à CNN. O representante disse que argumentou junto ao ministro que a situação da indústria química contribui para as recentes perdas de arrecadação do governo. Segundo Passos, em 2023 a gestão federal perdeu R$ 8 bilhões em tributos pagos pelo setor. “Pedimos ajuda para reverter esse cenário, para garantir a competição justa dos químicos importados com os nacionais. É preciso ajustar o imposto de importação e evitar a entrada fraudulenta de certos químicos no Brasil, que estão aproveitando incentivos fiscais sem qualquer industrialização local”, disse. Além de Haddad e Passos, esteve presente na reunião Roberto Bischoff, presidente da Braskem, Reinaldo José Kroger, vice-presidente da Innova e Francisco Fortunato, presidente da Elekeiroz. Este conteúdo foi originalmente publicado em Haddad diz que vai trabalhar por medidas para proteger indústria química de importações em reunião com setor no site CNN Brasil.
Cientistas atam o menor nó do mundo usando apenas 54 átomos
Um grupo de cientistas atou o menor nó do mundo, com apenas 54 átomos. O nó molecular, no formato de “trevo”, foi feito sem querer pelo quarteto de pesquisadores do Instituto de Física Química de Dalian, da Academia Chinesa de Ciências, e da Universidade de Western Ontario, de Londres, enquanto eles trabalhavam na criação de acetiletos metálicos. “Os nós moleculares, cuja síntese apresenta muitos desafios, podem desempenhar papéis importantes na estrutura e função das proteínas, bem como em materiais moleculares úteis, cujas propriedades dependem do tamanho da estrutura com nós”, diz o artigo publicado na revista Nature, no qual os cientistas detalharam a criação acidental do menor nó do mundo. Leia mais Neuralink: o que você precisa saber sobre o implante cerebral Telescópio James Webb captura imagens “espantosas” de 19 galáxias Nasa encerra missão de helicóptero em Marte após 72 voos Os nós de trevo são aqueles usados para fazer um pretzel, por exemplo, no qual há “três segmentos” que se enroscam sem deixar nenhuma ponta solta. O recorde anterior de menor nó do mundo pertencia também a pesquisadores chineses, que sintetizaram um nó molecular com 69 átomos em 2020. Neste caso, os nós foram feitos propositalmente pelos cientistas, que treinaram a cadeia de átomos a se enroscar três vezes para formar um nó trevo. A criação acidental nos deixa um pouco mais perto de entender como funcionam nós microscópicos existentes na natureza e no DNA e RNA, além de outras proteínas. Este conteúdo foi originalmente publicado em Cientistas atam o menor nó do mundo usando apenas 54 átomos no site CNN Brasil.
Planejamento Estratégico – Parte2

Na última semana, iniciamos o assunto acerca do planejamento estratégico, sua função e possíveis benefícios para a organização. Hoje, daremos continuidade explorando algumas ferramentas disponíveis dentro do planejamento estratégico para que este ocorra da maneira mais fluida e eficiente possível. ● Premissas estratégicas Fique atento às principais tendências e interrupções e teste suposições estratégicas É fundamental verificar e responder às tendências e interrupções que podem afetar sua estratégia e seus planos estratégicos — e alterar suas premissas estratégicas. Os ciclos de planejamento estratégico devem incorporar algum mecanismo para verificar a relevância das premissas (consulte também “Planejamento de Cenários”). Ignorar ou desvalorizar tendências e disrupções pode deixar lacunas críticas tanto em suas premissas estratégicas quanto em seu processo de planejamento estratégico, porque você pode estar ignorando ameaças e oportunidades para sua proposta de valor e posicionamento competitivo. O Gartner define as sete áreas-chave de mudança disruptiva como um “TPESTRE”de áreas de tendência interconectadas (veja a figura), e em uma de suas pesquisas, descobriu que apenas 38% das organizações têm um processo formal para esse tipo de detecção de tendências. Executivos de todas as funções e equipes podem usar o construto TPESTRE para identificar as principais tendências a qualquer momento – desde a experiência humana aumentada até organizações orientadas a propósitos e sustentabilidade habilitada digitalmente – e analisar seu impacto. A partir daí, eles podem construir suposições estratégicas em torno das tendências à medida que começam a mapear quais ações podem ser necessárias em termos de modelos de negócios, pessoas/capacidades, sistemas e recursos de TI. Após interrupções humanitárias ou geopolíticas repentinas, como a pandemia de COVID-19 ou a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma estrutura como o TPESTRE pode ajudá-lo a identificar e monitorar uma série de riscos que podem afetar sua empresa ou função e você pode precisar incluir no planejamento de cenários. ● Planejamento de cenário O planejamento de cenários como ferramenta de planejamento estratégico para funções O objetivo do planejamento de cenários é garantir o melhor resultado imediato enquanto prepara planos de ação alternativos adequados, dependendo de como uma situação se desenrola. Acordar proativamente tanto as decisões operacionais de curto prazo quanto os planos estratégicos de longo prazo reduzirão o tempo que você leva para responder aos riscos e oportunidades emergentes. Isso pode ajudar sua função a antecipar, em vez de controlar de forma reativa, os efeitos negativos de um grande evento ou interrupção. A ferramenta permite que os executivos e suas equipes explorem e avaliem futuros alternativos plausíveis para tornar os planos estratégicos mais robustos e resilientes. A interrupção e a volatilidade relacionadas à pandemia mostraram a importância de aproveitar uma variedade de cenários para redefinir a estratégia de negócios e os planos estratégicos. Comumente usado por estrategistas no nível organizacional, o planejamento de cenários no nível funcional é igualmente valioso. Muitos líderes funcionais têm pouca experiência com planejamento de cenários estratégicos, embora possam trabalhar regularmente com seu CFO para construir cenários de orçamento e previsão. Aqueles que podem aprender e aplicar o planejamento de cenários no planejamento estratégico podem ajudar sua organização a navegar por condições voláteis e dinâmicas de forma mais eficaz, especialmente em áreas como cadeia de suprimentos, onde a disrupção permanece alta. A exploração de cenários permite determinar planos de ação ou estratégias adequadas para diferentes futuros possíveis. Ele revela como reagir a um futuro específico e qual conjunto de ações faria sentido, não importa quais condições se desenvolvam. Para os líderes de equipes funcionais, desenvolver cenários e suas premissas subjacentes é, por si só, um exercício útil para corroborar ou desafiar estratégias e mantê-las atualizadas. ● Estratégia adaptativa Use o planejamento estratégico adaptativo para permitir uma resposta dinâmica Em um mundo cada vez mais volátil e incerto, a estratégia pode rapidamente se tornar desatualizada. Para enfrentar este desafio, o planejamento estratégico deve ser adaptativo, quanto mais rápida a taxa de mudança nas condições operacionais e quanto mais interrupções você precisar integrar à estratégia de longo prazo, mais adaptáveis devem ser seus modelos de estratégia. Uma abordagem de estratégia adaptativa é o que garante que sua organização possa identificar novas oportunidades mais cedo e responder mais rapidamente do que seus concorrentes, aumentando a probabilidade de você ter sucesso em um mundo digital dinâmico. Para que uma abordagem seja verdadeiramente adaptativa, é necessário que apresente quatro práticas principais (veja a figura) projetadas para mover a empresa de um processo rígido, de cima para baixo e baseado em calendário para uma abordagem de estratégia mais orientada a eventos. A estratégia funcional pode incorporar os mesmos princípios. Embora uma abordagem verdadeiramente adaptativa seja baseada em todas as quatro práticas principais, os líderes funcionais podem se concentrar, inicialmente, nas práticas que abordam seus desafios estratégicos imediatos. Em vez de exigir informações perfeitas e completas para execução, a estratégia adaptativa usa as informações disponíveis para identificar as ações imediatas necessárias para que uma empresa ou função seja bem-sucedida. Essas ações podem variar desde o foco em áreas de alta prioridade até a realização de investimentos fundamentais ou a realização de experimentos para testar ideias. Você pode usar insights dessas ações, juntamente com quaisquer novas informações e análises, para identificar seu próximo conjunto de ações. A estratégia adaptativa exige que você revise a estratégia sempre que informações novas (e relevantes) estiverem disponíveis, por isso é importante examinar continuamente o contexto de negócios para identificar mudanças e ajustar – quando necessário – a estratégia em resposta às mudanças. (Veja também “Suposições Estratégicas”.) * Os fluxogramas pertencem ao Grupo Gartner e foi feita apenas uma tradução livre por nossa equipe, a fim de entendimento geral de seu conteúdo.