Métodos de Resolução de Problemas – Passo a passo

No mundo corporativo de hoje, há uma diversidade enorme de problemas e situações, com categorias e níveis de impacto diferentes. Em muitas situações, nos encontramos com dificuldade para definir como iremos resolver aquele determinado problema. Uma boa notícia é que da mesma forma que há problemas diversos a serem resolvidos, há também diversos tipos de resolução de problemas, e no post de hoje a W2S Education traz algumas dicas de tipos de métodos que podem ser utilizados nesse processo. Mas para iniciar, o que é a Resolução de problemas? De modo geral, os Métodos de Resolução de problemas são um composto de maneiras diferentes de alcançar a solução de um problema identificado. Um problema, nesse caso, é qualquer evento não desejado ou, em outras palavras, “qualquer gap entre o que é esperado e o que é obtido”. Nesse sentido, qualquer esforço utilizado para reduzir esse gap é conhecido como “Método de Resolução de problemas”. Abordando a Resolução de Problemas Há duas coisas importantes na abordagem da Resolução de Problemas: em primeiro lugar, o objetivo; e em segundo, os obstáculos. Objetivo: Em termos práticos e bem simples, “se eu estou com fome, então meu objetivo é comer alguma coisa”. “Se eu sou o Diretor Executivo de um companhia, então meu objetivo é aumentar os lucros da empresa e posteriormente, subdividir em objetivos secundários para atingir o objetivo principal”. Obstáculos: Se não há obstáculo para atingir, então não se trata de uma questão a se preocupar. O obstáculo é algo que “atrapalha” o alcance do objetivo. Voltando ao exemplo acima, o primeiro caso se trata de alguém que deseja comer algo, se ele não tiver comida em casa, isso será um obstáculo. Para remover essa barreira, ele terá que ir ao mercado ou shopping mais próximo para comprar alguma comisa e resolver o problema. No segundo caso, podem haver muitos obstáculos que impedem de atingir o objetivo central. Então, após identificar e remover o obstáculo, poderemos atingir o objetivo. Quais são as principais soft skills que podem contribuir com a Resolução de Problemas? Quais são os 5 principais passos para Resolução de Problemas? Tipos de Resolução de Problemas Agora que já demos nossa introdução de alguns termos importantes para o conteúdo, vamos apresentar 4 métodos principais de Resolução de Problemas para a sua empresa: Ciclo PDCA O Ciclo PDCA vem a partir da significado Plan-Do-Check-Act, em português, Planeja-Fazer-Checar-Agir. É importante frisar que há uma diferença entre o PDCA o PDSA, onde este último é mais voltado para a padronização de processos. O PDCA é um modelo de quatro fases voltado para Melhoria Contínua nos negócios ou no gerenciamento de processos. O Ciclo PDCA pode ser resumido da seguintes maneira: Método DMAIC O Método DMAIC é uma estratégia da qualidade utilizada para a melhoria de processos. Em geral, o DMAIC pode ser implementado como um procedimento de Melhoria Contínua ou como uma etapa de outro processo. Ele faz parte de uma iniciativa de projeto Six Sigma. A Metodologia DMAIC pode ser referenciada da seguinte maneira: D = Define (Definir) M = Measure (Medir) A = Analyse (Analisar) I = Improve (Melhorar) C = Control (Controlar) Metodologia 8D A Metodologia 8D é largamente usada pela Ford e pelo seus fornecedores. Essa metodologia foi desenvolvida pela Ford e é largamente usada por muitas indústrias manufatureiras. Os 8 passos da metodologia estão mencionados abaixo: Método A3 É largamente utilizar pela Toyota e pelos seus forcedores. As oito etapas do Método A3 estão mencionadas abaixo: Conforme foi dito no início do texto, há diversas outras formas de resolução de problemas, aqui trouxemos algumas que a grande maioria das empresas costuma implementar e pode ser bastante útil para sua organização. Se ficou em dúvida ou gostaria de dar alguma sugestão, entre em contato com a W2S Consultoria! Autor do texto: Igor Monteiro ( https://www.linkedin.com/in/igor-monteiro/ )

Trio ganha Nobel de Química pela descoberta de pontos quânticos usados em telas de LED

Os cientistas Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov ganharam, nesta quarta-feira (4), o Prêmio Nobel de Química de 2023 pela “descoberta e síntese de pontos quânticos”. Nanopartículas e pontos quânticos são usados ​​em luzes LED e telas de TV e também podem ser usados ​​para orientar cirurgiões durante a remoção de tecido cancerígeno. O prêmio com mais de um século é concedido pela Real Academia Sueca de Ciências e vale 11 milhões de coroas suecas (cerca R$ 5 milhões). Esfera gigante com maior telão de LED do mundo é inaugurada em Las Vegas com show do U2 Imagem química revela os segredos ocultos em pinturas egípcias Nobel de Física vai para trio que usa luz para estudar a dinâmica de elétrons nos átomos “Os pesquisadores utilizaram principalmente pontos quânticos para criar luz colorida. Eles acreditam que, no futuro, os pontos quânticos poderão contribuir para a eletrônica flexível, sensores minúsculos, células solares mais finas e talvez para a comunicação quântica criptografada”, afirmou o Prêmio Nobel em publicação feita no X, anteriormente conhecido como Twitter. Quem são os ganhadores? BREAKING NEWSThe Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award the 2023 #NobelPrize in Chemistry to Moungi G. Bawendi, Louis E. Brus and Alexei I. Ekimov “for the discovery and synthesis of quantum dots.” pic.twitter.com/qJCXc72Dj8 — The Nobel Prize (@NobelPrize) October 4, 2023 Bawendi é professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Brus é professor emérito da Universidade de Columbia e Ekimov trabalha para Nanocrystals Technology Inc. Brus foi contratado pela AT&T Bell Labs em 1972, onde passou 23 anos, dedicando grande parte do tempo ao estudo de nanocristais. Bawendi nasceu em Paris e cresceu na França, na Tunísia e nos EUA. Bawendi fez sua pesquisa de pós-doutorado com Brus, depois ingressou no MIT em 1990 e tornou-se professor em 1996. Ekimov nasceu na União Soviética e trabalhou para o Vavilov State Optical Institute antes de se mudar para os Estados Unidos. Em 1999, Ekimov foi nomeado cientista-chefe da Nanocrystals Technology Inc. Terceiro da safra de prêmios deste ano, o Nobel de Química segue os de medicina e física anunciados no início desta semana. Estabelecidos no testamento do inventor e químico sueco da dinamite Alfred Nobel, os prêmios por conquistas na ciência, literatura e paz são concedidos desde 1901 com algumas interrupções, principalmente devido às guerras mundiais. O prêmio de economia é uma adição posterior financiada pelo banco central sueco. Os laureados da química incluem muitos grandes nomes da ciência, incluindo o pioneiro da radioatividade Ernest Rutherford e Marie Curie, que também ganhou o prêmio de física. O prêmio de química do ano passado foi para os cientistas Carolyn Bertozzi, Morten Meldal e Barry Sharpless pelo trabalho pioneiro em “química de cliques”, descobrindo reações que permitem que moléculas se encaixem para criar novos compostos. Veja também: Cientistas recebem Nobel de Medicina por pesquisa que levou à vacina contra Covid Com informações da Reuters Este conteúdo foi originalmente publicado em Trio ganha Nobel de Química pela descoberta de pontos quânticos usados em telas de LED no site CNN Brasil.

Análise: O problema com a “regra de três” do prêmio Nobel

Algumas das mentes mais brilhantes da ciência serão catapultadas da obscuridade acadêmica na próxima semana, quando forem anunciados os Prêmios Nobel de física, química e medicina ou fisiologia. As honras, estabelecidas pelo industrialista sueco Alfred Nobel há mais de um século, representam o auge da conquista científica, celebrando avanços transformadores que muitas vezes levam décadas para serem feitos. Além da enorme publicidade, os prêmios também atraem a sua parcela de críticas, por vezes provocando controvérsia e ressentimento sobre quem é escolhido e quem fica de fora, disse Martin Rees, cosmólogo e físico britânico e ex-presidente da Royal Society, a sociedade científica mais antiga do mundo. Leia Mais Prêmio Nobel da Paz poderá homenagear indígenas, mulheres e ativistas ambientais Fundação Nobel volta atrás e cancela convites de Rússia, Belarus e Irã para cerimônia deste ano Especialista brasileira defende PL das Fake News em cúpula do Prêmio Nobel Rees disse que um desafio para os comitês do Nobel é a natureza cada vez mais colaborativa da maior parte das pesquisas científicas. A imagem do gênio solitário tendo um momento eureca já se foi há muito tempo, se é que alguma vez existiu. Além disso, as descobertas podem ser feitas simultaneamente por equipes diferentes. Contudo, os comitês de seleção do Nobel, de acordo com as regras estabelecidas por Alfred Nobel em 1895, só podem homenagear até três pessoas por prêmio. Este requisito pode ser uma dor de cabeça, disse Rees. “Pode ser um projeto onde várias pessoas trabalharam em paralelo e eles destacam algumas e outras não. Pode ser que exista uma equipe e não seja óbvio que aqueles que eles escolheram da equipe sejam as figuras dominantes”, disse Rees, que é astrônomo real do Reino Unido e autor de “If Science Is to Save Us”. Por exemplo, o Nobel de física de 2017 reconheceu a detecção de ondas gravitacionais – “ondulações” no espaço geradas pela colisão de buracos negros a 1 bilhão ou mais de anos-luz de distância. Os principais artigos que relatam esta descoberta tiveram quase 1 mil autores”, observou Rees. No entanto, apenas três receberam o prêmio – Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne. Da mesma forma, um candidato frequentemente discutido ao Prêmio Nobel da medicina ou da química é o mapeamento do genoma humano, um projeto transformador que só foi totalmente concluído em 2022 e envolveu centenas de pessoas. David Pendlebury, chefe de análise de pesquisa do Instituto de Informação Científica da Clarivate, que identifica indivíduos “dignos do Nobel” analisando a frequência com que colegas cientistas citam os seus principais artigos científicos ao longo dos anos, concorda que a regra das três pessoas é uma restrição. Prêmio Nobel / Niklas Halle’n/AP “Tornou-se realmente uma enorme transformação na ciência o fato de ser cada vez mais uma ciência de equipe – grandes grupos que enfrentam problemas mais difíceis, redes colaborativas internacionais”, disse Pendlebury. “Esta regra de três parece ser um impedimento se eles quiserem reconhecer uma equipe”. A regra de que um prêmio só pode ser concedido a três pessoas vem dos estatutos da Fundação Nobel, que é responsável por cumprir as intenções do testamento do Nobel, segundo o site do Prêmio Nobel. Peter Brzezinski, secretário do comitê do Prêmio Nobel de Química, disse que não há planos para mudar a regra. No entanto, ele disse que o comitê segue um processo detalhado assim que as nomeações são feitas, até o final de janeiro. “Iniciamos o processo pedindo a vários especialistas de todo o mundo que escrevam relatórios descrevendo o campo em que a descoberta foi feita, delineando as principais descobertas neste campo e também mencionando indivíduos que deram as contribuições mais importantes”, explicou. “Lemos toda a literatura relevante, participamos de conferências e escrevemos relatórios também dentro do comitê”, acrescentou Brzezinski. “Com o tempo, muitas vezes conseguimos identificar um número limitado de cientistas que fizeram a descoberta. Se isso não for possível, não poderemos propor um Prêmio à Academia”. Visão retrospectiva Os comitês do Nobel normalmente destacam trabalhos que aconteceram décadas antes – uma visão retrospectiva que muitas vezes é necessária, uma vez que pode levar algum tempo até que a significância de alguma pesquisa científica se torne clara. Os Nobel também se concentram em três disciplinas científicas, conforme designadas no testamento de Alfred Nobel. Áreas como matemática, ciência da computação, ciências da terra e do clima e oceanografia estão excluídas. Cerimônia do Prêmio Nobel em Estocolmo, em 2021 / Pascal Le Segretain/Getty Images Mesmo nas áreas da química, física e medicina e fisiologia, apenas cinco áreas de 114 diferentes subdisciplinas científicas representam mais de metade dos Prêmios Nobel atribuídos entre 1995 e 2017, de acordo com um estudo de 2020. São elas física de partículas, física atômica, biologia celular, neurociência e química molecular. Rees, no entanto, observou que ter uma visão de longo prazo e dar maior reconhecimento a determinados campos pode, por vezes, fazer com que os comitês do Nobel parecem fora de sintonia com as prioridades científicas da época. Um exemplo é a inteligência artificial, ou IA, que está transformando a vida das pessoas em um ritmo sem precedentes. Dois nomes importantes na área são Demis Hassabis e John Jumper, os inventores do Google DeepMind do AlphaFold – um programa de IA que decodifica as estruturas 3D de proteínas a partir de sequências de aminoácidos. Eles ganharam o Prêmio Lasker de US$ 250 mil este ano e o Prêmio Revelação um ano antes. Desde que o seu artigo principal foi publicado há pouco mais de dois anos, foi citado mais de 8.500 vezes, disse Pendlebury. “Isso é, na minha experiência, simplesmente incrível em termos da velocidade com que as citações foram acumuladas, então, obviamente, é uma descoberta intelectual enorme e importante”, disse Pendlebury, que vem compilando sua lista de “laureados por citações” desde 2002. Medalha de Prêmio Nobel / Angela Weiss/Pool via REUTERS Os comitês do Nobel ocasionalmente concederam elogios a avanços recentes – como quando o prêmio de química foi para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna em 2020, menos de 10 anos após seu

Tintas que respiram: revestimento com capacidade de absorver gases nocivos da atmosfera

Um novo estudo permite que a aplicação de uma camada de tinta nas paredes de uma casa tenha a finalidade de absorver as emissões de CO2, também purifica o ar que respiramos, e elimina patógenos nocivos. Catalisadores ativados por luz que podem neutralizar os poluentes transportados pelo ar estão sendo incorporados às tintas com o objetivo de limpar o ar das cidades. Na Europa, metade do consumo anual de energia das cidades vai para aquecimento e resfriamento. Apesar do movimento da UE em direção à descarbonização, 75% do aquecimento e resfriamento vem de combustíveis fósseis, enquanto apenas 19% é gerado a partir de energia renovável. As energias renováveis não são amplamente utilizadas e muita energia está sendo desperdiçada”, disse o professor Dmitry Shchukin, da Universidade de Liverpool, Reino Unido. Ele desenvolveu uma tinta termo-reguladora que pode absorver e liberar calor dentro de edifícios de tijolos, mantendo as salas quentes sempre que necessário, utilizando o excesso de energia. A ideia principal era reformar casas antigas com tais tintas”, disse o Prof. Shchukin. ‘Se você tem uma casa histórica antiga, por exemplo, não pode destruí-la e construir uma nova’.Os edifícios são o maior consumidor de energia”, diz ele.  A tinta, que foi desenvolvida como parte de um projeto chamado ENERPAINT, poderia ser usada como uma forma de isolamento para aumentar a eficiência energética de casas antigas sem gastar uma fortuna, diz ele. Durante o dia, ela coleta o calor produzido pelos radiadores ou mesmo pelas pessoas, depois a libera à noite quando a temperatura cai, pois as caldeiras normalmente são desligadas para economizar nas contas.  Então, como isso é feito? Materiais de mudança de fase “Os fabricantes de tintas e revestimentos têm suas próprias tintas e nós apenas fornecemos alguns aditivos – cerca de 5% – para a tinta”. Estes aditivos são os chamados materiais de mudança de fase (PCMs), tais como parafinas, hidratos de sal e ácidos graxos, embalados em cápsulas protetoras do tamanho de nanômetro que melhoram a transferência de calor. Os PCMs podem armazenar grandes quantidades de energia térmica e mudar de estado – de sólido para líquido e vice-versa – sem alterar sua própria temperatura. O desenvolvimento desta tinta, que está sendo testada atualmente, é parte de um projeto mais amplo chamado ENERCAPSULE, onde o Prof. Shchukin está projetando revestimentos adequados para encapsular PCMs em nanoescala para uso em tintas, têxteis e medicamentos. Para as tintas, usamos hidratos de sal devido ao seu baixo custo e densidade de armazenamento de energia volumétrica muito alta”, disse o Prof. Shchukin. No entanto, estes foram muito difíceis de encapsular, pois são corrosivos e hidrofílicos (dissolvem-se na água)”. O professor foi capaz de encapsular os hidratos de sal em estruturas de polímeros tão pequenos quanto 10nm, o que os protege do ambiente ao redor, mas também permite que eles respondam ao calor de forma controlada. Durante o dia, quando estas nanocápsulas de energia absorvem e armazenam calor em sua temperatura de fusão, os PCMs se transformam em líquido e durante as noites frias cristalizam a uma temperatura definida, liberando calor e aquecendo a sala, explica o Prof. Shchukin. Ele diz que empresas européias, chinesas e russas estão mostrando interesse em suas pesquisas, e que agora ele espera fazer nanocápsulas para tintas que possam ajudar a esfriar edifícios. Projeto AIRLITE Outro tipo de tinta desenvolvida e comercializada através de um projeto chamado AIRLITE utiliza nanopartículas para purificar o ar. Estas tintas podem reduzir poluentes, como dióxido de nitrogênio, matar bactérias, vírus e mofo, remover maus cheiros e repelir poeira e sujeira. O objetivo da Airlite (tinta) era criar algo que fizesse diferença para a saúde humana e o bem-estar no ambiente construído”, disse Chris Leighton, vice-presidente de vendas e marketing da AM Technology, a empresa por trás da tinta Airlite. Quando os raios ultravioleta do sol brilham sobre a tinta – feita com nanopartículas de dióxido de titânio, que são catalisadores – os elétrons são liberados na superfície. Os elétrons interagem com a umidade do ar, quebrando moléculas de água em íons altamente reativos, de curta duração e sem carga, chamados de radicais hidroxila. Estes radicais atacam moléculas poluentes e as transformam em substâncias inofensivas. Incorporar os catalisadores na tinta foi o desafio, diz Leighton. A própria tinta (tradicional) é um poluente”, disse ele. Se você colocá-los (catalisadores) em uma tinta, a tinta ataca a si mesma e você teria toxinas gasosas produzidas”. Onde foi aplicada pela primeira vez? A tinta foi testada pela primeira vez em 2007 no túnel poluído Traforo Umberto I, em Roma, Itália. Após a limpeza do túnel e a remoção de toda a fuligem e sujeira, a tinta foi pintada com uma camada de tinta neutralizante de poluentes. Foram instaladas luzes UV para ativar as propriedades fotocatalíticas da tinta. Os níveis de poluição foram reduzidos no túnel após a renovação”, disse Leighton. Por exemplo, um mês após as reformas, os níveis de óxido de nitrogênio tinham reduzido em 20% no centro do túnel. Desde então, a tinta tem sido usada em hospitais, escolas, aeroportos, escritórios e casas em todo o mundo, diz Leighton. No ano passado, 21 artistas de rua utilizaram estas tintas para criar o primeiro mural europeu que absorve poluição, que se estende por 100 metros quadrados de um prédio de sete andares em Roma. Leighton acrescenta que o uso da tinta no exterior dos edifícios pode refrigerar espaços interiores durante o tempo quente, porque reflete o calor da luz solar, economizando energia que iria para o resfriamento e, portanto, reduzindo as emissões de CO2. Quer ser o primeiro a receber esse tipo de novidade no Brasil? A W2S está montando um time de peso para te ajudar, não deixe de nos acompanhar nas redes e fique por dentro de tudo que vem por aí. W2S Consultoria Partes do artigo foram retiradas do link: https://ec.europa.eu/research-and-innovation/en/horizon-magazine/paints-eat-pollutants-and-heat-homes -POR Wiliam Saraiva

P&D na indústria de tintas: Por que os formuladores devem voltar ao básico ?

Quando falamos da área de P&D na indústria de tintas é unanime que a grande maioria das fabricantes segue trabalhando no modelo de experimentação por tentativa e erro, validado por testes físicos e de validação dos atributos percebidos. Embora até hoje esse fluxo de trabalho seja uma realidade para a maioria das indústrias já podemos afirmar que os desafios do futuro exigirão novas abordagens e maneiras de se trabalhar, e para isso é preciso estar atento. As formulações de tintas podem ter permanecido semelhantes ao longo dos anos, mas houve um aumento drástico nas propriedades esperadas desses produtos. Os regulamentos mudaram com relação aos ingredientes e seu uso. A quantidade de produtos disponíveis também sofreu alteração, sem contar que no Brasil, o Programa Setorial da Qualidade gerido pela Abrafati, segue estabelecendo critérios mínimos de qualidade que precisam obrigatoriamente ser cumpridos, além disso, o programa avança ano após ano, incluindo novos testes, categorias de produtos e intensificando o número de amostras coletadas no mercado, tudo isso, aumenta ainda mais as exigências que os formuladores precisam cumprir sem deixar de pensar na competitiva e rentabilidade dos produtos – um desafio e tanto não é mesmo?   Boas formulações e matérias primas de qualidade são fatores chave de sucesso em qualquer exercício de desenvolvimento de produto. O paradigma preço/qualidade sempre prevaleceu na escolha dos fornecedores, mas uma nova gama de critérios de decisão está evoluindo rapidamente. Inovação passou a ser critério básico na hora da escolha dos parceiros e quem não estiver atento as movimentações, facilmente estará fora do jogo. A sustentabilidade, também se tornou uma pauta na qual os formuladores precisam estar atentos. Em muitos casos, comprar dos fornecedores habituais não será mais uma opção — o que terá um grande impacto nos programas de P&D. Não é apenas sobre preço/qualidade Tomemos como exemplo o mix preço/qualidade. Esses dois elementos agora devem ser avaliados de acordo com uma série de outras métricas, como sustentabilidade, aplicação do produto ou saúde (por exemplo, sem solvente). Para aumentar a complexidade, cada um desses fatores tem, em si, uma gama de subfatores. A lista de considerações e os impactos que elas têm umas sobre as outras rapidamente se torna longa e muito difícil de manejar (Figura 1). FIGURA 1 » A crescente lista de fatores de decisão na seleção de fornecedores de ingredientes. Passamos de um paradigma preço/qualidade para toda uma matriz. Contabilizar apenas Sustentabilidade, Qualidade e Custo cria pelo menos sete fatores diferentes a serem considerados na compra de um material. Esses fatores adicionais incluem a pegada de um material usado, a origem da produção (transporte) e o método de produção (energia, resíduos envolvidos). Também é importante observar os fatores relacionados a como as matérias primas foram desenvolvidas, qual o número de testes executados, o uso do material e os resíduos resultantes produzidos – para citar apenas alguns. Além disso, os formuladores agora devem responder rapidamente às mudanças na disponibilidade dessas matérias primas. Sem dúvida, isso complica ainda mais o processo de formulação. Embora a importância de usar insumos mais seguros, mais inteligentes ou mais sustentáveis já esteja bem documentada, exatamente como tudo isso acontece no laboratório ainda está por acontecer. A realidade de ser sustentável Em resposta a um consumidor mais consciente do meio ambiente e a um ambiente regulatório mais rígido, as empresas buscarão cada vez se ajustarem a pauta da  sustentabilidade. Essa busca, no entanto, terá um efeito indireto sobre preço, qualidade e outras métricas. Um ingrediente de base biológica pode parecer bom no papel, mas não é apenas uma questão de adicioná-lo a uma formulação. Pode não funcionar do ponto de vista da aplicação do produto. A forma como é processado pode ter consequências ambientais, descartando-o se uma empresa quiser legitimar seus objetivos de sustentabilidade. O transporte é outro fator. Comprar ingredientes de lugares distantes não ajudará no alinhamento com as metas de sustentabilidade. O fornecimento local é a alternativa óbvia, mas pode ser muito mais caro, o que novamente afeta o fator preço. Esse é um dos temas mais importante, que se resume na implementação do ESG e vamos falar com mais detalhes em outros artigos sobre a implementação de programa. Colabore e entenda o porquê À medida que novos fatores (além do preço/qualidade usual) se tornam cruciais, os formuladores precisarão mudar seu modus operandi e adotar uma abordagem de baixo para cima. Os formuladores e, de fato, os experimentalistas químicos precisam repensar tudo, desde o ponto zero. Isso ajudará a dar um passo para trás, realmente entender por que certas formulações não funcionam e descobrir o potencial que surge desse conhecimento. Os formuladores também devem se sentir à vontade para colaborar fora de sua esfera, compartilhando informações e se envolvendo com tecnologias de compartilhamento e visualização de dados. Para encontrar e usar os ingredientes certos para P&D de produtos, os formuladores farão bem em trabalhar de maneira holística e colaborativa. Isso significa conectar-se com novas e diversas partes de seu departamento ou organização (mesmo organizações externas) para trazer o conhecimento certo em um estágio inicial do desenvolvimento do produto. Ao fazer isso, eles podem evitar avançar na linha com um protótipo apenas para descobrir que ele não fará o corte em certas métricas, como a pontuação de sustentabilidade. Também é fundamental entender  as matérias primas de uma forma que nunca foi feita antes. A maneira tradicional de superar a mudança tem sido usar produtos de tentativa e erro, aprimorando, geralmente adicionando novas substâncias às fórmulas, para chegar a um protótipo físico que pareça funcionar. O conhecimento resultante é temporário e transitório. Ele vive na cabeça das pessoas e geralmente é acessível apenas a um número limitado de membros da equipe (se houver). O que é necessário é uma compreensão profunda e compartilhada das formulações, por que funcionam e por que não. Sem esses insights cruciais, os programas de P&D das empresas de tintas e, portanto, o desenvolvimento de produtos, serão muito lentos. A formulação bem-sucedida exigirá que a intuição seja substituída pela ciência. Requer compartilhamento de dados, para que

Estudo revela forma de oxigênio nunca antes vista

Uma equipe liderada pelo pesquisador Yosuke Kondo, do Departamento de Física do Instituto de Tecnologia de Tóquio, no Japão, encontrou dois isótopos de oxigênio nunca antes vistos: o oxigênio-27 e o oxigênio-28. De acordo com o artigo científico, publicado na revista Nature, o oxigênio-28 é de particular interesse dos cientistas. Ele possui 8 prótons e 20 nêutrons — o maior número de nêutrons já visto em um isótopo de oxigênio. Leia Mais Dutos “misteriosos” perto de relíquias bíblicas são descobertos em Jerusalém Comida em gel: cientistas usam impressão 3D para melhorar textura de alimentos Astrônomos descobrem lançamentos de “balas de canhão cósmica” por estrela morta Para entender melhor a descoberta, é preciso saber que o núcleo de um átomo contém prótons (partículas positivas) e nêutrons (partículas neutras). Dessa forma, cada elemento químico é definido por seu número atômico, ou seja, o número de prótons que possui em seu núcleo. Já o número de nêutrons pode variar, levando ao surgimento dos isótopos: variações no número de nêutrons de um mesmo elemento químico. Segundo o estudo, a descoberta surpreende as previsões teóricas. O relato dos pesquisadores é de que o oxigênio-28 é formado apenas por um curto período de tempo, até decair em quatro nêutrons. Para os cientistas, explorar outras reações que produzem esse isótopo pode ser um caminho para compreender sua existência. VÍDEO – Cientistas descobrem possível saída para produzir oxigênio em Marte Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudo revela forma de oxigênio nunca antes vista no site CNN Brasil.

Pesquisadores desenvolvem novo tipo de gelo em laboratório

Pesquisadores descobriram uma nova forma de gelo, mais semelhante à água líquida do que qualquer outro gelo conhecido. O achado foi nomeado como MDA, “gelo amorfo de média densidade”. A pesquisa foi conduzida por especialistas da University College London e da Universidade de Cambridge, ambas no Reino Unido, e os resultados foram publicados na revista Science. “Neste caso, os átomos de hidrogênio e oxigênio que você deveria esperar, arranjam-se desordenadamente. Por isso, é possível esse nome de amorfo. Mas existem outras formas de gelo até este momento, como 20 tipos de gelo cristalinos, em que os átomos arranjam-se ordenadamente”, explica o especialista na área Julio Larrea Jimenez, professor do Departamento de Física Experimental do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), que não esteve envolvido no estudo. Para o especialista, o mais surpreendente no trabalho internacional está na densidade do gelo descoberto. “Ele está em um valor intermediário entre os amorfos já reportados e, em particular, esse valor é muito próximo ao da densidade da água líquida”, afirma Jimenez em comunicado. Leia mais Cientistas descrevem composição do veneno do escorpião-marrom pela primeira vez Especialistas desenvolvem gelatina que simula corpo humano em testes balísticos Pesquisadores testam método que torna carne bovina mais gostosa Condições extremas No artigo, os pesquisadores detalham que o MDA não existe naturalmente no planeta Terra. Para produzi-lo, foi necessário colocar a água em condições extremas. U tilizando nitrogênio líquido, eles foram capazes de produzir um sistema com a temperatura de -196 graus Celsius. Nesse sistema, estavam o gelo cristalino e bolas de metal que foram colocados em um moinho eletrônico, capaz de aplicar uma grande quantidade de energia sobre o gelo. A pesquisa sugere que o MDA talvez seja natural em algumas luas do sistema solar. “Em analogia, você pode ter energia mecânica vindo de forças gravitacionais. Então, nas luas de Júpiter, por exemplo, você tem laços de forças gravitacionais que estão atuando justamente como esta forma de gelo e, além disso, você tem temperaturas muito frias”, diz o professor. Embora o conhecimento sobre a água seja amplo, a comunidade científica ainda se vê intrigada diante de mistérios como a nova forma de gelo descoberta. De acordo com o professor da USP, o conhecimento sobre o elemento é recente em uma perspectiva histórica. “A partir do início do século 19, ou seja, quase 200 anos atrás, os físicos começaram a descrever melhor a água através de fases. A descoberta do ponto crítico da água, por exemplo, aconteceu praticamente 200 anos atrás e abriu a origem de uma nova área na física, a termodinâmica”. Um dos maiores empecilhos para a plena compreensão da água é o número imenso de partículas que podem ser encontradas em uma pequena quantidade de matéria. Para os especialistas, diferentes técnicas devem ser aplicadas nesse processo de experimentação. “Para descrever todas essas partículas, se requer um tipo de formação de algoritmo. Eles chamam de machine learning, para poder de forma mais precisa descrever esse sistema”, pontua. (Com informações de Guilherme Castro Sousa, do Jornal da USP) Este conteúdo foi originalmente publicado em Pesquisadores desenvolvem novo tipo de gelo em laboratório no site CNN Brasil.

Unigel investirá até US$ 1,5 bi na Bahia para produção de “hidrogênio verde”

A indústria química brasileira Unigel anunciou nesta quarta-feira (18) que investirá até US$ 1,5 bilhão em seu complexo na Bahia para produção do chamado “hidrogênio verde“, a primeira instalação do país para o produto em escala industrial. Localizada em Camaçari (BA), a fábrica deve ter a primeira de três fases inaugurada até o fim deste ano, ampliando a capacidade até chegar a 2027 produzindo 100 mil toneladas de hidrogênio, ou 600 mil de um de seus derivados, a amônia. A primeira fase do projeto foi anunciada em meados do ano passado, com investimento de US$ 120 milhões e capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano de hidrogênio verde e de 60 mil toneladas por ano de amônia verde. O hidrogênio é usado como combustível para veículos e insumo em indústrias como siderurgia e refino de petróleo. A amônia também pode ser empregada como combustível de navios graneleiros e na fabricação de fertilizantes e acrílicos. Leia Mais Preço do etanol cai em 13 estados e no DF na semana, mostra ANP Reforçaremos compromisso de sustentabilidade fiscal e ambiental, diz Haddad em Davos Marina Silva abre Fórum Econômico Mundial em debate sobre mudanças climáticas Mas diferente da produção tradicional, na qual o insumo é o vapor do gás natural, o hidrogênio verde é obtido a partir da conversão de energia de origem eólica ou solar, com uso de eletrolisadores que serão fornecidos pela europeia thyssenkrupp nucera. Parte da energia a ser empregada na produção virá de energia eólica da Casa dos Ventos, com quem a Unigel firmou um contrato bilionário em setembro de 2021. Segundo o presidente da Unigel, Roberto Noronha Santos, no começo a maior parte da produção da nova fábrica deve ser enviada a clientes no exterior, dada a crescente demanda de regiões como a Europa por produtos que reduzam ou eliminem totalmente as emissões de carbono, como é o caso do hidrogênio verde. “A Unigel já opera um dos dois únicos terminais de amônia no Brasil, no porto de Aratu (BA)”, disse Santos à Reuters. “Também temos acesso à infraestrutura e a fontes de energia no Polo de Camaçari.” Segundo o diretor executivo da Unigel, Luiz Felipe Fustaino, a companhia está avaliando opções para levantar os recursos para a segunda e terceira fases do projeto, o que pode incluir joint ventures e uma oferta inicial de ações (IPO). A empresa, criada em 1966, chegou a tentar uma estreia na bolsa paulista em agosto de 2021, mas desistiu devido às condições adversas do mercado. No entanto, obteve o registro de companhia aberta e, após mudanças regulatórias implementadas recentemente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), poderá vender ações usando um processo mais ágil do que no passado. “Mas isso ainda é uma alternativa em estudo”, disse Fustaino. Corrida pelo ouro verde Além da fábrica da Unigel, há outros projetos-piloto de produção de hidrogênio verde no país, um no Ceará, outro no Rio de Janeiro, ambos em caráter experimental. A emergência do combate ao aquecimento global tem uma corrida por projetos de descarbonização. No começo do mês, a Índia aprovou um plano de incentivo de US$ 2,1 bilhões para promover o hidrogênio verde, no esforço para produzir 5 milhões de toneladas do combustível até 2030. Em dezembro, o Egito concedeu licença para um projeto de amônia verde com capacidade anual de 1 milhão de toneladas, com investimento de US$ 5,5 bilhões. Um mês antes, Portugal revelou um plano para se tornar um grande exportador de hidrogênio verde, com investidores privados planejando gastar 10 bilhões de euros. Este conteúdo foi originalmente publicado em Unigel investirá até US$ 1,5 bi na Bahia para produção de “hidrogênio verde” no site CNN Brasil.

Por que o chocolate é tão bom? Resposta pode estar na lubrificação

Cientistas decodificaram o processo físico que ocorre na boca quando se come um pedaço de chocolate. O doce se transforma de um sólido em uma emulsão suave que muitas pessoas acham totalmente irresistível. A equipe de pesquisa interdisciplinar da Universidade de Leeds, no Reino Unido, analisou cada uma das etapas do processo de consumo. Os achados poderão levar ao desenvolvimento de uma nova geração de chocolates de luxo que terão a mesma sensação e textura, mas serão mais saudáveis. Os pesquisadores apontam que a sensação provocada pelo chocolate surge pela forma como ele é lubrificado, seja pelos ingredientes, pela saliva ou uma combinação dos dois. A gordura desempenha uma função-chave quase imediatamente quando um pedaço de chocolate está em contato com a língua. Depois disso, as partículas sólidas de cacau são liberadas e se tornam importantes em termos de sensação tátil, de modo que a gordura mais profunda no interior do chocolate desempenha um papel bastante limitado e pode ser reduzida sem afetar a sensação do chocolate. Leia mais Chocolate com alto teor de cacau traz benefícios para saúde de idosos, diz estudo Entenda como o ambiente favorece o desenvolvimento da obesidade infantil Saiba quais são os benefícios do chocolate para o corpo “A ciência da lubrificação fornece percepções mecanicistas sobre como a comida realmente se apresenta na boca. Você pode usar esse conhecimento para projetar alimentos com melhor sabor, textura ou benefícios para a saúde”, explica Anwesha Sarkar, professora de coloides e superfícies na Escola de Ciência Alimentar e Nutrição de Leeds, em comunicado. A especialista afirma que se um chocolate tiver 5% de gordura ou 50% de gordura ainda vai formar gotículas na boca que provocam a deliciosa sensação. No entanto, é a localização da gordura na composição do chocolate que importa em cada estágio da lubrificação. “Estamos mostrando que a faixa de gordura precisa estar na camada externa do chocolate, isso é o mais importante, seguido por um revestimento eficaz das partículas de cacau pela gordura, que ajuda a fazer o chocolate tão bom”, acrescenta. Sensação e textura O estudo, publicado na revista científica ACS Applied Materials and Interface, não investigou a questão do sabor do chocolate. Em vez disso, os pesquisadores se concentraram em sua sensação e textura. Os testes foram conduzidos usando uma marca luxuosa de chocolate amargo em uma superfície 3D semelhante a uma língua artificial projetada na Universidade de Leeds. Os especialistas usaram técnicas analíticas de um campo da engenharia chamado tribologia para conduzir o estudo, que incluía imagens. A tribologia trata de como as superfícies e os fluidos interagem, os níveis de fricção entre eles e o papel da lubrificação: neste caso, a saliva ou os líquidos do chocolate. Esses mecanismos todos acontecem na boca quando o chocolate é comido. Quando o chocolate está em contato com a língua, ele libera uma película gordurosa que reveste a língua e outras superfícies da boca. É esta película gordurosa que faz com que o chocolate fique macio durante todo o tempo em que está na boca. “Com a compreensão dos mecanismos físicos que acontecem quando as pessoas comem chocolate, acreditamos que uma próxima geração de chocolate pode ser desenvolvida que poderá oferecer a sensação de um chocolate com alto teor de gordura, mas sendo uma escolha mais saudável“, disse Siavash Soltanahmadi, da Escola de Ciência Alimentar e Nutrição de Leeds e principal pesquisador do estudo. Para o especialista, a pesquisa abre a possibilidade de que os fabricantes possam projetar de forma inteligente o chocolate amargo para reduzir o teor geral de gordura. “Acreditamos que o chocolate amargo pode ser produzido em uma arquitetura de camadas gradientes com gordura cobrindo a superfície de chocolates e partículas para oferecer a experiência de autoindulgência procurada sem adicionar muita gordura dentro do corpo do chocolate”, pontua. Os pesquisadores sugerem que as técnicas físicas utilizadas no estudo podem ser aplicadas na investigação de outros alimentos que passam por uma mudança de fase, onde uma substância passa do estado sólido para o líquido, como sorvete, margarina ou queijo. Este conteúdo foi originalmente publicado em Por que o chocolate é tão bom? Resposta pode estar na lubrificação no site CNN Brasil.

Uso de medicamentos para a saúde mental cresce no Brasil; especialistas alertam sobre cuidados

A comercialização de antidepressivos e estabilizadores de humor cresce a cada ano no Brasil. Dados do Conselho Federal de Farmácia apontam que a venda desses medicamentos cresceu cerca de 58% entre os anos de 2017 e 2021. Antes da pandemia de Covid-19, cerca de 193 milhões de pessoas tinham transtorno depressivo maior e 298 milhões de pessoas tiveram transtornos de ansiedade em 2020. Após o ajuste para a pandemia, as estimativas iniciais mostram um salto para 246 milhões para transtorno depressivo maior e 374 milhões para transtornos de ansiedade. Estimativas recentes sugerem que uma em cada oito pessoas, quase um bilhão de indivíduos em todo o mundo, vive com uma condição de saúde mental. No primeiro ano da pandemia, houve um aumento estimado de 25% na prevalência de depressão e ansiedade no mundo. Diante do aumento na procura por fármacos que auxiliam no apoio de condições de saúde mental, especialistas destacam a importância do acompanhamento médico e terapêutico e os riscos do uso indiscriminado dos remédios. Leia mais Música contribuiu para redução do estresse durante lockdown na pandemia, diz estudo Esquizofrenia pode ter relação com alterações vasculares no cérebro, diz estudo Música pode melhorar desempenho de crianças com déficit de atenção, sugere estudo Como funcionam os medicamentos O professor da área de Epidemiologia da Universidade Federal de Sergipe e consultor do Conselho Federal de Farmácia, Wellington Barros da Silva, explica como funciona a ação dos antidepressivos e estabilizadores de humor no organismo humano. “Esses medicamentos, de uma forma geral, alteram o que nós chamamos de mediadores químicos, substâncias que o nosso organismo produz, responsáveis pelos estágios de humor. Como, por exemplo, a dopamina e a serotonina, importantes neurotransmissores”, diz. A produção dessas substâncias pelo corpo humano influencia diretamente o estado de humor das pessoas. Problemas como depressão e ansiedade alteram o funcionamento dos mediadores químicos e os medicamentos agem regulando a produção desses mediadores, com o objetivo de estabilizar a condição emocional. Os ansiolíticos e sedativos vão atuar primeiramente no cérebro, onde existem receptores específicos para os fármacos, como explica a pesquisadora Alline Cristina de Campos, professora do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). “O que os remédios vão fazer é facilitar a inibição do nosso cérebro através de um neurotransmissor chamado Gaba e diminuir a ansiedade”. O Gaba é o ácido aminobutírico, principal neurotransmissor inibidor do sistema nervoso central, que atua como indutor de relaxamento e facilitador de concentração. Os especialistas alertam que antidepressivo e ansiolíticos agem diretamente no sistema nervoso e, portanto, devem ser utilizados com cuidado. O acompanhamento médico é fundamental para entender e controlar os efeitos desses fármacos. “Quando nós estamos há muito tempo sob o efeito desse medicamento, nosso corpo se acostuma e é como se o nosso cérebro começasse a produzir menores quantidades desses neurotransmissores. Se você retirar abruptamente esse medicamento, vai causar a ausência desse neurotransmissor, não completamente, mas no nível que o nosso cérebro precisa”, alerta Aline. Desse modo, um processo de adaptação é necessário para readaptação do cérebro. Riscos do uso indiscriminado Os antidepressivos ou ansiolíticos podem causar a dependência dos pacientes se forem utilizados de forma indiscriminada. “Quando há alteração na produção dessas substâncias no organismo, ele tenta se reequilibrar reagindo ao medicamento, porque é uma substância estranha no nosso corpo”, explica Silva. A dependência passa pelas diversas alterações no mecanismo biológico do organismo humano. O processo de desmame, que consiste em uma redução gradual da dose para minimizar os efeitos do remédio, também é fundamental. “É o uso abusivo e, muitas vezes, desnecessário de medicamentos que induz você a provocar um desequilíbrio entre o uso desse medicamento e a resposta do organismo. Isso vai provocar o fenômeno que nós chamamos de dependência”, aponta Silva. O acompanhamento médico é necessário para que seja determinado o tipo de medicamento, a dosagem e o tempo de uso, de acordo com cada quadro clínico. A prescrição pode ser feita pelo médico psiquiatra. A pandemia também foi um fator considerável para o aumento da comercialização desses fármacos. De 2019 para 2020, o crescimento foi de 17% e, de 2020 para 2021, foi de 12%. “É um indício de que a pandemia de fato afetou a saúde mental das pessoas, provavelmente em função de algumas questões, como o confinamento a que nós fomos obrigados a ficar e a própria situação de ansiedade que é provocada por uma doença da qual não se tinha conhecimento nem nada”, indica Silva. Sinais de que a saúde mental não vai bem Os sintomas de transtornos mentais, como ansiedade ou depressão, são diversos e podem variar de uma pessoa para outra. No entanto, especialistas em saúde mental citam alguns sinais que podem indicar a necessidade de ajuda especializada. O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e professor de psicologia Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca que as pessoas devem ficar atentas à qualidade das relações sociais. “É preciso observar de que maneira são mantidos os vínculos de trabalho, de amizade, de relacionamento e o quanto esses vínculos são saudáveis. É importante entender o quanto a presença entre outras pessoas se torna algo que dê prazer e bem-estar”, afirma. Para o psicólogo, o isolamento é uma característica que deve ser avaliada com atenção. Segundo ele, é possível estar isolado mesmo diante de reuniões com familiares ou amigos. O especialista diz que a avaliação psicológica considera o indivíduo em suas particularidades em uma análise do que é comum e do que pode ser um sinal de adoecimento. “Costumamos trabalhar, em um processo de avaliação mais ampliado, qual é o normal de cada um, considerando a maneira como a pessoa se desenvolve para poder avaliar o momento presente. O quanto ela está satisfeita com a própria vida, o quanto ela consegue ter encontros que gerem prazer e bem-estar, o quanto ela consegue efetivamente se reconhecer como parte de um grupo ou da sociedade”, explica Torres. Sinais que podem indicar problemas na saúde mental