Entenda como a química ajuda a comer de maneira estratégica na festa de Réveillon
As tradicionais festas de fim de ano podem ser uma oportunidade para os exageros na hora de se alimentar. Conhecer a composição química dos alimentos pode ajudar a evitar alguns desses excessos que podem fazer mal à saúde além de gerar um desconforto no dia seguinte. Uma das formas de controlar o que vamos absorver depois de comer é saber o que são as fibras alimentares, em que ordem as ingerir e como elas funcionam durante a digestão. As fibras alimentares podem ser divididas em dois grupos: solúveis e insolúveis, como explica o professor Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). “A grande maioria das fibras alimentares vem das plantas e consiste em polímeros de açúcares (polissacarídeos) que ficam nas paredes celulares de todas as células vegetais. Então, vamos entender melhor: as fibras insolúveis constituem polissacarídeos como a celulose e as hemiceluloses, que por interagirem fortemente entre si não dissolvem em água facilmente. Já as pectinas (componentes importantes nos frutos), ao contrário, se dissolvem com relativa facilidade, mesmo em água fria, e são, portanto, parte do grupo das fibras solúveis”, explica. Leia mais Especialistas explicam mitos e verdades sobre alimentação nas ceias de fim de ano Saiba como aproveitar as ceias de fim de ano sem desconforto no dia seguinte Entenda como o ambiente favorece o desenvolvimento da obesidade infantil Diferenças dos tipos de fibras De acordo com o especialista, as funções desses dois tipos de fibras na alimentação são distintas nos alimentos que consumimos. “Faz diferença também a forma que são preparados. Podemos consumir uma fruta fresca ou um suco de frutas, tomates na salada ou molho de tomate. Até o cafezinho tem fibras e o modo como se prepara também faz diferença”, acrescenta. As fibras insolúveis têm uma função mecânica mais acentuada e servem para dar maior consistência ao bolo alimentar. Sem esse tipo de fibra os seres humanos provavelmente conseguiríamos digerir muito pouco dos alimentos consumidos além de permanecer em um estado de diarreia constante. “O outro extremo, isto é, um excesso de fibras insolúveis, causaria constipação, pois o bolo alimentar ficaria cada vez mais sólido. Portanto, nós, humanos, somos adaptados a ingerir um certo balanço de fibras solúveis e insolúveis tal que mantenha o trânsito dos alimentos pelo sistema digestivo imperceptível. É importante ter um balanço entre os alimentos consumidos”, pontua. Já as fibras solúveis participam ativamente da função mecânica, mas além disso, por apresentarem solubilidade mais alta em água e alta viscosidade, dificultam o trânsito de moléculas dentro do bolo alimentar. O professor da USP explica que, por esse motivo, essas fibras “capturam” parte dos açúcares simples e gorduras, e evitam que elas sejam absorvidas em excesso. “Acredita-se que quando nos alimentamos de fibras, forma-se uma camada viscosa na superfície interna do intestino, denominada camada e água não-agitável, que exerce a função de ‘filtrar’ o que é absorvido. Se esse efeito é bom ou ruim para quem ingere fibras depende de quanto e de qual o tipo. Depende também da ordem que adotamos para comer durante as refeições”, diz. Estratégias na hora da ceia Começar pela salada faz sentido, segundo o especialista. Como as folhas têm boa mistura de fibras insolúveis e solúveis, esses materiais não só irão dar um suporte físico melhor ao bolo alimentar, mas com as fibras solúveis ricas em pectinas, acabam ajudando na formação da camada de água não agitável, criando uma espécie de filtro que controla a absorção do que vem depois. “Com isso, já se sabe que ao comer fibras antes dos doces que vêm na sobremesa, o pico de açúcar no sangue será menor. O mesmo acontece com as gorduras. Isso ocorre porque a estrutura complexa de polímeros da parede celular forma uma rede que captura moléculas menores. O cafezinho ao fim da refeição irá adicionar mais fibras solúveis e tanto melhor se não for adoçado”, diz. Os frutos contêm mais fibras solúveis enquanto folhas e raízes contêm mais fibras insolúveis. As sementes apresentam em geral um equilíbrio entre os dois tipos de fibra, explica o professor. No caso dos frutos, em geral, há ingestão de uma quantidade maior de açúcares, o que será equilibrado na ingestão pela grande quantidade de pectinas (fibras solúveis). Já as sementes têm outras características: são armazenadoras de proteínas ou de gorduras e as fibras insolúveis acabam modulando a digestão de outra forma. “Temos ainda de lembrar que tudo muda se o alimento for cozido. Nesse caso a proporção de fibras solúveis se torna maior. No caso dos alimentos processados como sorvetes, iogurtes e sopas prontas, há sempre a adição, mesmo que em pequenas quantidades, de polímeros que funcionam como fibras”, conclui. Resumindo: fibras estão na parede celular das células vegetais e têm composição química e propriedades diversas, fibras podem ser divididas em dois grandes grupos: solúveis e insolúveis, as insolúveis se correlacionam mais com função mecânica e as fibras ajudam a formar camadas viscosas nas paredes intestinais: a camada de água não-agitável, o cozimento pode alterar a proporção de fibras solúveis e insolúveis em um dado alimento. (Com informações do Jornal da USP) Este conteúdo foi originalmente publicado em Entenda como a química ajuda a comer de maneira estratégica na festa de Réveillon no site CNN Brasil.
O ESG é realmente relevante – e por quê?

Neste ano de 2022, o portal da McKinsey & Company escreveu o artigo “Does ESG really matter – and why?” com algumas reflexões e pontos importantes para serem destacados na implementação de práticas de ESG, e por isso, esta semana, trouxemos uma tradução livre para manter vocês por dentro do assunto. “Embora algumas questões interessantes tenham sido levantadas sobre as práticas de ESG, a necessidade de as empresas entenderem e lidarem com suas externalidades provavelmente se tornará essencial para manter sua licença social”. Desde que o acrônimo ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) foi usado pela primeira vez em 2005, seu valor só tem aumentado. Para contextualizar, as pesquisas na internet sobre ESG quintuplicaram desde 2019, e mesmo as pesquisas por “CSR” (responsabilidade social corporativa) – uma área de foco anterior que reflete mais o engajamento corporativo do que mudanças em um modelo de negócios principal – caíram. Em todos os setores, geografias e tamanhos de empresas, as organizações têm investido em recursos para melhorias nas práticas de ESG. Mais de 90% das empresas S&P 500 (Standard and Poor’s 500), assim como 70% das empresas Russell 1000, agora publicam relatórios ESG. Em várias jurisdições, reportar os elementos e práticas ESG ou é obrigatório, ou está sendo cobrado ativamente. Nos Estados Unidos, a Securities and Exchange Commission (SEC) está considerando novas regras que exigem a divulgação mais detalhada dos riscos relacionados ao clima e às emissões de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, também foram propostas, ou estão pendentes, regulamentações adicionais da SEC sobre outras áreas do ESG. O crescimento constante do ESG também ficou claro no setor de investimentos, que mesmo com novos investimentos mostrando queda, ações de fundos sustentáveis aumentaram de US$ 5 bilhões em 2018 para mais de US$ 50 bilhões em 2020 – e depois para quase US$ 70 bilhões em 2021; esses fundos ganharam US$ 87 bilhões em dinheiro líquido no primeiro trimestre de 2022, seguidos por US$ 33 bilhões no segundo trimestre. Até a metade de 2022, os ativos sustentáveis globais chegaram a cerca de US $2,5 trilhões. Isso representa uma queda de 13,3% em relação ao final do primeiro trimestre de 2022, mas ainda é menor do que o declínio do resto do mercado, que chegou a 14,6% no mesmo período. As grandes responsáveis pela sua ascensão, nada mais são do que as mudanças climáticas e as propostas ambientais do ESG, mas isso não quer dizer que outros pontos, tais como os da esfera social, também não tenham ganhado destaque. Uma análise descobriu que as propostas de acionistas relacionadas às questões sociais aumentaram 37% na temporada de procuração de 2021 em comparação com o ano anterior. Após o início da guerra na Ucrânia e a tragédia que se seguiu, bem como os efeitos cumulativos geopolíticos, econômicos e sociais, os especialistas disseram que a relevância do ESG atingiu o pico. A atenção, eles afirmam, se voltará cada vez mais para os elementos mais fundamentais de uma hierarquia do tipo Maslow de necessidades dos setores público e privado, e no futuro, a preocupação atual com ESG pode ser lembrada apenas como uma moda passageira e seguir o caminho de siglas semelhantes que foram usadas no passado. Outros argumentaram que o ESG representa uma combinação estranha e instável de elementos e que a atenção deve ser focada apenas na sustentabilidade ambiental. Em paralelo, os desafios à integridade do investimento em ESG têm se multiplicado. Embora alguns desses argumentos também tenham sido direcionados a policy makers, analistas e fundos de investimento, a análise apresentada neste artigo é focada em uma empresa de nível individual; em outras palavras: o ESG realmente importa para as empresas? Qual é a lógica estratégica baseada nos negócios? Um olhar crítico sobre o ESG As críticas ao ESG não são novas. À medida que o ESG se tornou popular e ganhou cada vez mais força e destaque, também encontrou dúvidas e críticas consistentemente. As principais objeções se enquadram em quatro categorias principais. 1. ESG não é desejável, porque é uma distração: Talvez a opinião mais latente contra o ESG seja dizer que ele atrapalha o que os críticos veem como a essência do que as empresas devem fazer: “ganhar o máximo de dinheiro possível, respeitando as regras básicas da sociedade”, como Milton Friedman expressou há mais de meio século. Se visto desta perspectiva, o ESG pode ser apresentado como uma espécie de espetáculo secundário – um movimento de relações públicas ou até mesmo um meio de lucrar com os motivos mais nobres de seus clientes, investidores, ou empregados. ESG é algo “bom para a marca”, mas não fundamental para a estratégia da empresa. É aditivo e ocasional. As classificações ESG e o provedor de pontuação MSCI, por exemplo, descobriram que quase 60% dos votos do “Say on climate” – pesquisa de opinião sobre o clima – de 2021 foram eventos únicos e menos de um em cada quatro desses votos foi programado para ter acompanhamento anual. Outros críticos classificaram os esforços do ESG como “greenwashing”, “purpose washing” ou “woke washing”. Uma pesquisa da Edelman, por sua vez, relatou que quase três, em cada quatro investidores institucionais, não confiam nas empresas para alcançar seus compromissos declarados de sustentabilidade, ESG ou diversidade, equidade e inclusão (DEI). 2. ESG não é viável porque é intrinsecamente muito difícil: Uma segunda crítica é que, além de atender aos requisitos técnicos de cada um dos componentes “E”, “S” e “G”, atingir o equilíbrio necessário para implementar o ESG de uma forma que ressoe entre as várias partes interessadas é simplesmente muito difícil. Ao buscar retorno financeiro, o objetivo é claro: aumentar o valor em seu máximo para a corporação e seus acionistas. Mas e se a questão for mais ampla e as soluções viáveis muito mais complexas? Resolver para várias partes interessadas, como os stakeholders, pode ser repleto de compensações e pode até ser impossível. Para quem um gerente deve pagar os extras do ESG? Para o cliente, por meio de preços mais baixos? Para os funcionários, por
3M anuncia que deixará de produzir “químicos eternos” até o final de 2025
A 3M, o conglomerado por trás dos Post-Its e da fita adesiva, deixará de fabricar as controversas substâncias per e polifluoralquil (PFAS) até o final de 2025. Os produtos químicos, comumente conhecidos como “produtos químicos eternos”, são encontrados em centenas de utensílios domésticos e usados para fazer revestimentos e produtos que podem repelir água, graxa, calor e óleo. A ciência mais recente sugere que esses produtos químicos são muito mais perigosos para a saúde humana do que os cientistas pensavam inicialmente. Leia Mais Produção de plásticos reciclados no Brasil bate recorde em 2021, diz associação Startup que lançou vodka de carbono recapturado agora produz combustível de aviação com mesma técnica Produtos da Coca-Cola podem parecer um pouco diferentes no próximo ano Em um comunicado nesta terça-feira (20), a 3M disse que sua decisão é “baseada em consideração cuidadosa e uma avaliação completa do cenário externo em evolução”, reconhecendo que os regulamentos estão reprimindo os produtos químicos. Por exemplo, a Agência de Proteção Ambiental anunciou uma proposta no início deste ano para rotular “produtos químicos eternos” como substâncias perigosas. A Califórnia também anunciou um processo recentemente para recuperar os custos de limpeza do PFAS. “Embora o PFAS possa ser fabricado e usado com segurança, também vemos uma oportunidade de liderar em um cenário regulatório e comercial externo em rápida evolução para causar o maior impacto para aqueles a quem servimos”, disse o CEO da 3M, Mike Roman, em um comunicado. “Esta ação é outro exemplo de como estamos posicionando a 3M para um crescimento sustentável contínuo, otimizando nosso portfólio, inovando para nossos clientes e entregando valor de longo prazo para nossos acionistas.” A empresa espera sofrer um impacto financeiro de cerca de US$ 1,3 bilhão a US$ 2,3 bilhões nos próximos anos devido à descontinuação do PFAS. No entanto, a 3M (MMM) disse que o PFAS representa uma “pequena parcela” de sua receita. Na última década, os fabricantes de produtos químicos pararam voluntariamente de produzir dois dos produtos químicos mais usados para sempre, incluindo PFOS e PFOA. No nível federal, a Food and Drug Administration dos EUA eliminou gradualmente o uso de certos produtos químicos PFAS em 2016. O FDA e os fabricantes concordaram em 2020 em eliminar gradualmente alguns produtos químicos PFAS de embalagens de alimentos e outros itens que entraram em contato com alimentos. No entanto, o monitoramento do meio ambiente pela FDA mostrou que os produtos químicos tendem a permanecer. – Jen Christensen da CNN contribuiu para esta reportagem. Este conteúdo foi originalmente publicado em 3M anuncia que deixará de produzir “químicos eternos” até o final de 2025 no site CNN Brasil.
Como fica a venda da Braskem depois de balanço frustrante?
A Braskem reverteu o lucro de 3,5 bilhões de reais no terceiro trimestre de 2021 para um prejuízo de 1,1 bilhão de reais no terceiro trimestre de 2022. Os números decepcionaram bastante o mercado financeiro. Por volta das 17h30 desta quarta-feira 9, as ações da companhia caminhavam para amargar uma queda de 5,5% na bolsa de valores. Para alguns bancos, uma combinação de fatores ajuda a explicar o momento ruim da empresa que apresentou a maior valorização do Ibovespa em 2021. “Durante o trimestre, quase todos os spreads foram reduzidos em uma combinação de menor demanda global, aumento da oferta, inflação e maiores custos de matérias-primas, que devem ser mantidos no curto prazo”, avalia o UBS. Sobre a venda das participações de Petrobras e Novonor (antiga Odebrecht) na Braskem, que equivalem a cerca de 75% do capital da empresa, os analistas preveem que o cenário ruim pode dificultar a venda nos patamares ventilados no mercado – algo entre 45 e 50 bilhões de reais. “Acreditamos que esse ambiente deve ofuscar as notícias recentes de que investidores em potencial estariam dispostos a adquirir a empresa, embora nosso cenário base permaneça que a Novonor tenha limitado incentivos para concluir o desinvestimento”, diz o banco. Já o Bradesco BBI avalia como improvável a operação por parte da Petrobras. “Acreditamos que as chances de venda da Braskem tenham diminuído significativamente. Nosso cenário base é que a Petrobras não venderá sua participação de 36% na Braskem; portanto, encontrar um comprador disposto a se unir sob a atual estrutura de acionistas torna-se mais difícil”, conclui. Importante ressaltar que o momento de baixa das ações da Braskem na bolsa pode diminuir o valor das propostas de eventuais interessados. Siga o Radar Econômico no Twitter Continua após a publicidade
Fragrâncias naturais repelentes de insetos e uso potencial em revestimentos arquitetônicos de interiores

Existe uma enorme biodiversidade de espécies no planeta Terra. Insetos de diferentes espécies são um importante constituinte dessa biodiversidade. Como espécie predominante no planeta, os seres humanos estão frequentemente em conflito com outras espécies do planeta. Os insetos não são exceção a isso. Sabe-se que estão presentes na Terra há 480 milhões de anos, antes mesmo dos seres humanos. Várias espécies de insetos se adaptaram a diferentes ambientes. Desde que a humanidade começou a modificar seu próprio ambiente para se adequar ao seu conforto, novas espécies de insetos surgiram. Esses insetos prosperam nos sistemas ecológicos criados como resultado da atividade humana. Além disso, muitas espécies de insetos que não dependiam desses sistemas ecológicos migraram para essas ecologias devido à adequação em termos de ambiente, condições de temperatura e fácil acesso a uma variedade de nutrientes que são descartados como resultado da ação humana em larga escala. atividade. Desde sua interação com os insetos, os seres humanos têm tentado afugentá-los usando uma ampla variedade de métodos. Esses métodos vão desde práticas antigas de fragrâncias de agentes obtidos naturalmente, barreiras, como janelas, malhas de diferentes materiais, até simplesmente matar os insetos com métodos mais modernos, como pega-moscas ou inseticidas. Embora os métodos modernos sejam conhecidos por serem eficientes, existem algumas preocupações com eles. Os apanhadores de moscas trabalham em espécies selecionadas que são conhecidas por serem atraídas por um determinado estímulo (por exemplo, luz). Inseticidas usados em insetos podem muitas vezes entrar na cadeia alimentar humana por meio de bioacumulação. Pode causar mais doenças em seres humanos, enquanto há uma demanda mundial por produtos agrícolas cultivados organicamente e livres de pesticidas para consumo humano e de gado. Esses agentes químicos muitas vezes acabam nos sistemas hídricos (rios, lagos e adquirentes subterrâneos), sobrecarregando os recursos de água doce disponíveis para a flora e fauna da Terra. Esses agentes químicos usados para matar insetos muitas vezes atuaram como agentes para aumentar a imunidade dos insetos em relação a eles. Consequentemente, muitas vezes são necessárias doses mais altas desses repelentes para obter o mesmo efeito. As atividades biológicas de insetos que não são alvos, como as abelhas, também são impactadas negativamente. Então, isso levou à busca de novos métodos para obter uma atmosfera livre de insetos sem esses agentes químicos nocivos. Fragrâncias obtidas de agentes naturais (como plantas e vegetação) apresentam um caso promissor. Tais fragrâncias têm sido empregadas por seres humanos por muitos anos para repelir insetos. Fundo A utilização de fragrâncias é uma prática secular, desde pendurar plantas machucadas nas casas até queimar folhas para afastar mosquitos. Essas práticas ainda são prevalentes em países em desenvolvimento. Esses fumegantes brutos foram posteriormente utilizados em formulações de óleo para aplicação em roupas e pele, conforme registrado pelos antigos estudiosos gregos, romanos e indianos. Os insetos possuem dendritos ciliados de neurônios receptores de odor (ORN) que podem ser encontrados externamente (por exemplo, antenas). Esses receptores de odor se ligam a moléculas de odor voláteis e podem ser bloqueados por repelentes sintéticos como DEET (N, N-dietil-3- metilbenzamida) 8. Para deter herbívoros, as plantas produzem “voláteis de folhas verdes” quando as folhas são danificadas. Esses compostos voláteis, incluindo acetato de geranil e citronela, 6-metil-5-hepten-2-ona e geranil acetona, são conhecidos por serem um estímulo para os receptores de odor de mosquito. Esses voláteis também são repelentes tóxicos para insetos. Esses repelentes podem ser adicionados a revestimentos de superfície funcionais para obter interiores de edifícios livres de insetos. A prática de encapsular fragrâncias em revestimentos arquitetônicos de interiores ganhou popularidade nos últimos anos, principalmente para mascarar o cheiro de tinta ou solvente usado. Essa tendência nos dá uma nova oportunidade. Podemos encapsular essas fragrâncias com um mecanismo de liberação lenta para proporcionar uma atmosfera livre de insetos, bem como o aroma do ambiente natural. Várias fragrâncias, suas fontes e as espécies alvo são fornecidas na Tabela abaixo. TABELA 1 » Fragrâncias, fontes e organismos alvo. Usando fragrâncias em revestimentos arquitetônicos Esta seção discute a aplicação de fragrâncias em revestimentos de superfície. Diferentes metodologias estão disponíveis para incorporar fragrâncias repelentes de insetos em revestimentos de superfície. Encapsulamento O método de encapsulamento foi empregado pela primeira vez para produzir microcápsulas de corantes usados na indústria de impressão de papel. O método é empregado para controlar a taxa de liberação de fragrâncias voláteis. O modo de liberação pode ser estável ou cíclico por um tempo limitado. A liberação também pode ser dependente das condições ambientais externas ou de alguns estímulos externos, como a pressão. A taxa de liberação de moléculas encapsuladas é governada pela lei de difusão de Fick. A equação pode ser dada da seguinte forma: Taxa de liberação =d(massa do agente liberado)/d(tempo)=Área de superfície/H onde H = área de superfície da barreira de difusão*Coeficiente de difusão do agente encapsulado (Saturação Solubilidade do agente encapsulado (-) K, e K = Coeficiente de partição da barreira com o entorno*concentração de espécies encapsuladas no ambiente circundante) O encapsulamento de fragrâncias para agregar funcionalidade à pintura arquitetônica é uma tendência recente. O processo envolve a adição de uma barreira de difusão ao redor da molécula da fragrância. Os polímeros mais comuns usados para criar esta barreira de difusão ou simplesmente uma concha ao redor da molécula da fragrância incluem polímeros de melamina formaldeído, poliuretano, uréia formaldeído, sozinho ou em combinação com uréia, metacrilato de metila, álcool vinílico, quitosana, polissacarídeos, etc. Diferentes moléculas de fragrância terão diferentes taxas de liberação e duração de liberação dependendo da morfologia das partículas de fragrância encapsuladas. Os polímeros encapsulados podem ser adicionados na fase de descida da mistura em taxas de cisalhamento lentas sem comprometer a estabilidade do polímero encapsulado. A incorporação desta emulsão encapsulada é semelhante à adição de qualquer outra emulsão aglutinante na formulação da tinta. Alguns exemplos de encapsulamento em tintas incluem tintas decorativas para interiores de certas empresas de renome. Essas tintas possuem emulsões encapsuladas em fragrâncias para mascarar o odor durante o processo inicial de cura. Os níveis de percepção das fragrâncias variam entre as espécies, desde humanos a insetos. KE Kaissling lançou luz
Seu processo orçamentário está travado nos números do ano passado?

As decisões orçamentárias são muitas vezes ancoradas no passado. Veja como desalojá-los. Lembra da sua última reunião de orçamento? Se você é como muitos CFOs, foi um processo longo e exaustivo que não foi particularmente eficaz. À medida que os apresentadores lhe mostravam seus planos, você provavelmente desafiou todos os números e explorou todas as suposições. No final, você pode ter aumentado um pouco as metas, mas, para ser honesto, você tem que admitir que o orçamento final de cada unidade para o próximo ano se parecia muito com o que seus gerentes propuseram no início do processo orçamentário – o que por sua vez, não foi muito diferente da última previsão para este ano ou do desempenho real do ano anterior. Ouvimos variações dessa história repetidas vezes em empresas de todos os setores e regiões, e os executivos se perguntam por que o processo se desenrola assim e o que eles podem mudar nele. A resposta curta, em muitos casos, é que você está ancorado. A ancoragem é um viés psicológico bem conhecido pelo qual uma informação fica em sua mente e influencia sua interpretação de informações subsequentes, mesmo que você não tenha consciência disso. No caso do orçamento, ficar preso nos mesmos números de ano para ano é quase inevitável. Mas existem maneiras de orientar o processo para desafiar o status quo ou a alocação padrão – e elas também funcionam com outros processos de definição de metas ou alocação de recursos. Muitos estudos mostraram que mesmo números obviamente irrelevantes influenciam as estimativas. Em um exemplo, os entrevistados foram solicitados a estimar a idade de Mahatma Gandhi no momento da morte. Antes que eles tivessem que responder, metade foi questionada se Gandhi tinha menos ou mais de 9 anos quando morreu; a outra metade foi questionada se ele tinha menos ou mais de 140 anos. Ambas as perguntas são absurdas e suas respostas óbvias, então você acha que os entrevistados as teriam desconsiderado completamente. No entanto, o primeiro grupo, em média, deu estimativas da idade de Gandhi na morte que eram 17 anos mais jovens do que o segundo grupo. Se as pessoas podem ser ancoradas por insumos obviamente irrelevantes, imagine a atração gravitacional de números altamente relevantes no processo orçamentário, como os resultados deste ano ao discutir as metas do próximo ano. Muitas técnicas de gestão tentam superar esse desafio. O orçamento base zero é um deles, mas o processo é demorado e irrealista anualmente. Outro é o exercício “o que seria necessário”, em que o CFO questiona os gerentes sobre, por exemplo, o que seria necessário para dobrar sua taxa de crescimento presumida ou alcançar os mesmos resultados com metade dos recursos. Quando usados com moderação, esses são desafios úteis que podem levar as equipes a repensar suas suposições. Mas eles também podem levar a conversas sobre orçamento ineficazes se se tornarem muito familiares, pois os apresentadores aprendem a esperar o desafio e aprimoram seus argumentos para um determinado número de orçamento ou meta de desempenho. A maioria dessas técnicas ainda é suscetível à influência do desempenho passado. Na verdade, descobrimos que as âncoras são tão poderosas que apenas outra âncora pode desalojá-las. A reancoragem combate a âncora da história e da convenção com outra âncora, fundamentada em um conjunto diferente de fatos. Por exemplo, considere apenas um aspecto de uma discussão de orçamento em que você concorda com metas de vendas para várias regiões. Para reancorar a discussão, você precisaria dar três passos. Identifique o que determinará o desempenho. Defina critérios baseados em fatos que definam o que é possível em relação às vendas, como tamanho do mercado, participação de mercado atual e número de funcionários da força de vendas em relação aos concorrentes. Não tente incluir todos os fatores que afetam as vendas; os critérios precisam ser plausíveis, não exaustivos. É importante garantir que dados objetivos possam ser encontrados para aqueles que você escolher. As metas (ou resultados) deste ano não devem ser um fator – elas já têm peso suficiente como âncora. Alternativamente, dados de benchmarking de concorrentes podem ser bastante úteis neste contexto. Descobrimos que três a sete critérios objetivos geralmente são suficientes para obter um modelo plausível, “bom o suficiente”. Por exemplo, uma empresa de produtos de consumo construiu esse modelo usando apenas quatro critérios: tamanho atual do mercado, crescimento projetado do mercado (em valor absoluto em dólares, não em termos percentuais), posição competitiva atual e uma métrica composta para intensidade competitiva. Estimar o potencial de vendas. Isso não deve exigir um esforço maciço. O objetivo aqui é definir as metas de vendas do próximo ano como se você não conhecesse as deste ano, contando apenas com os critérios que você definiu. Muitas técnicas de modelagem fazem isso, mas a mais simples – uma regressão estatística baseada em seus critérios – geralmente é suficiente porque não se destina a ser um modelo preditivo. Para calibrar seu modelo, você precisa verificar se ele é direcionalmente consistente com as vendas dos últimos anos, gerando resultados plausíveis na maioria dos casos. Provavelmente é preciso o suficiente se a saída do modelo estiver dentro de 10% dos números históricos em dois terços dos territórios de vendas. Se não for esse o caso e os resultados do modelo forem extremamente diferentes dos seus planos existentes na grande maioria dos casos, pode ser porque os critérios ou os dados usados no modelo estão errados. Mas se você confirmar que os critérios e os dados estão corretos, seus números históricos podem ser totalmente arbitrários. Em tais circunstâncias, você precisará de um repensar mais fundamental do que a reancoragem pode fornecer. Posicione o modelo como uma segunda âncora. Com um modelo bem construído em mãos, você pode usar sua saída para desafiar o status quo e mudar a dinâmica da discussão. Por exemplo, em vez de iniciar uma reunião de orçamento dizendo: “Você está no caminho certo para vender 100 unidades este ano e pretende 103 no próximo ano. Eu acho que você pode fazer melhor”, você pode mudar a conversa para algo mais concreto: “Você está mirando em 103 unidades no próximo ano, mas o modelo me diz que você tem potencial para mirar em 120”. É claro que isso exigirá uma discussão mais longa. Felizmente, em
Premissas Estratégicas

Na última semana, iniciamos o assunto acerca do planejamento estratégico, sua função e possíveis benefícios para a organização. Hoje, daremos continuidade explorando algumas ferramentas disponíveis dentro do planejamento estratégico para que este ocorra da maneira mais fluida e eficiente possível. Premissas estratégicas Fique atento às principais tendências e interrupções e teste suposições estratégicas É fundamental verificar e responder às tendências e interrupções que podem afetar sua estratégia e seus planos estratégicos — e alterar suas premissas estratégicas. Os ciclos de planejamento estratégico devem incorporar algum mecanismo para verificar a relevância das premissas (consulte também “Planejamento de Cenários”). Ignorar ou desvalorizar tendências e disrupções pode deixar lacunas críticas tanto em suas premissas estratégicas quanto em seu processo de planejamento estratégico, porque você pode estar ignorando ameaças e oportunidades para sua proposta de valor e posicionamento competitivo. O Gartner define as sete áreas-chave de mudança disruptiva como um “TPESTRE” de áreas de tendência interconectadas (veja a figura), e em uma de suas pesquisas, descobriu que apenas 38% das organizações têm um processo formal para esse tipo de detecção de tendências. Executivos de todas as funções e equipes podem usar o construto TPESTRE para identificar as principais tendências a qualquer momento – desde a experiência humana aumentada até organizações orientadas a propósitos e sustentabilidade habilitada digitalmente – e analisar seu impacto. A partir daí, eles podem construir suposições estratégicas em torno das tendências à medida que começam a mapear quais ações podem ser necessárias em termos de modelos de negócios, pessoas/capacidades, sistemas e recursos de TI. Após interrupções humanitárias ou geopolíticas repentinas, como a pandemia de COVID-19 ou a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma estrutura como o TPESTRE pode ajudá-lo a identificar e monitorar uma série de riscos que podem afetar sua empresa ou função e você pode precisar incluir no planejamento de cenários. Planejamento de cenário O planejamento de cenários como ferramenta de planejamento estratégico para funções O objetivo do planejamento de cenários é garantir o melhor resultado imediato enquanto prepara planos de ação alternativos adequados, dependendo de como uma situação se desenrola. Acordar proativamente tanto as decisões operacionais de curto prazo quanto os planos estratégicos de longo prazo reduzirão o tempo que você leva para responder aos riscos e oportunidades emergentes. Isso pode ajudar sua função a antecipar, em vez de controlar de forma reativa, os efeitos negativos de um grande evento ou interrupção. A ferramenta permite que os executivos e suas equipes explorem e avaliem futuros alternativos plausíveis para tornar os planos estratégicos mais robustos e resilientes. A interrupção e a volatilidade relacionadas à pandemia mostraram a importância de aproveitar uma variedade de cenários para redefinir a estratégia de negócios e os planos estratégicos. Comumente usado por estrategistas no nível organizacional, o planejamento de cenários no nível funcional é igualmente valioso. Muitos líderes funcionais têm pouca experiência com planejamento de cenários estratégicos, embora possam trabalhar regularmente com seu CFO para construir cenários de orçamento e previsão. Aqueles que podem aprender e aplicar o planejamento de cenários no planejamento estratégico podem ajudar sua organização a navegar por condições voláteis e dinâmicas de forma mais eficaz, especialmente em áreas como cadeia de suprimentos , onde a disrupção permanece alta. A exploração de cenários permite determinar planos de ação ou estratégias adequadas para diferentes futuros possíveis. Ele revela como reagir a um futuro específico e qual conjunto de ações faria sentido, não importa quais condições se desenvolvam. Para os líderes de equipes funcionais, desenvolver cenários e suas premissas subjacentes é, por si só, um exercício útil para corroborar ou desafiar estratégias e mantê-las atualizadas. Estratégia adaptativa Use o planejamento estratégico adaptativo para permitir uma resposta dinâmica Em um mundo cada vez mais volátil e incerto, a estratégia pode rapidamente se tornar desatualizada. Para enfrentar este desafio, o planejamento estratégico deve ser adaptativo, quanto mais rápida a taxa de mudança nas condições operacionais e quanto mais interrupções você precisar integrar à estratégia de longo prazo, mais adaptáveis devem ser seus modelos de estratégia. Uma abordagem de estratégia adaptativa é o que garante que sua organização possa identificar novas oportunidades mais cedo e responder mais rapidamente do que seus concorrentes, aumentando a probabilidade de você ter sucesso em um mundo digital dinâmico. Para que uma abordagem seja verdadeiramente adaptativa, é necessário que apresente quatro práticas principais (veja a figura) projetadas para mover a empresa de um processo rígido, de cima para baixo e baseado em calendário para uma abordagem de estratégia mais orientada a eventos. A estratégia funcional pode incorporar os mesmos princípios. Embora uma abordagem verdadeiramente adaptativa seja baseada em todas as quatro práticas principais, os líderes funcionais podem se concentrar, inicialmente, nas práticas que abordam seus desafios estratégicos imediatos. Em vez de exigir informações perfeitas e completas para execução, a estratégia adaptativa usa as informações disponíveis para identificar as ações imediatas necessárias para que uma empresa ou função seja bem-sucedida. Essas ações podem variar desde o foco em áreas de alta prioridade até a realização de investimentos fundamentais ou a realização de experimentos para testar ideias. Você pode usar insights dessas ações, juntamente com quaisquer novas informações e análises, para identificar seu próximo conjunto de ações. A estratégia adaptativa exige que você revise a estratégia sempre que informações novas (e relevantes) estiverem disponíveis, por isso é importante examinar continuamente o contexto de negócios para identificar mudanças e ajustar – quando necessário – a estratégia em resposta às mudanças. (Veja também “Suposições Estratégicas”.) * Os fluxogramas pertencem ao Grupo Gartner e foi feita apenas uma tradução livre por nossa equipe, a fim de entendimento geral de seu conteúdo.
Como é ganhar o Prêmio Nobel? Confira reações de alguns vencedores
1 de 15 Ilustração dos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov. Eles foram premiados com o Nobel da Paz 2021 Crédito: Niklas Elmehed/Prêmio Nobel 2 de 15 A jornalista Maria Ressa levou o Nobel da Paz nesta sexta-feira (8); ela divide o prêmio o russo Dmitry Muratov Crédito: Reprodução / Prêmio Nobel 3 de 15 Dmitry Muratov, jornalista russo premiado com o Nobel da Paz neste ano Crédito: Divulgação/Prêmio Nobel 4 de 15 Ilustração do romancista Abdulrazak Gurnah; ele levou o Prêmio Nobel de Literatura 2021 Crédito: Niklas Elmehed/Prêmio Nobel 5 de 15 O vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, Abdulrazak Gurnah, durante aula na Universidade de Kent, no Reino Unido Crédito: Reprodução/University of Kent (7.nov.2018) 6 de 15 Ilustração de David Julius e Ardem Patapoutian, os ganhadores do Prêmio Nobel 2021 em Medicina Crédito: Niklas Elmehed/Prêmio Nobel 7 de 15 David Julius em vídeo chamada com Ardem Patapoutian após resultado do Nobel de Medicina Crédito: Foto: Twitter/Holly Ingraham 8 de 15 Ardem Patapoutian nasceu no Líbano; ao saber do prêmio, ele agradeceu aos EUA pela ‘chance de uma ótima formação e apoio à pesquisa básica’ Crédito: Foto: Twitter/Prêmio Nobel 9 de 15 Ilustração que representa o trio de pesquisadores vencedores do Nobel de Física; Syukuro Manabe (esquerda), Klaus Hasselmann (centro) e Giorgio Parisi (direita) Crédito: Niklas Elmehed/Prêmio Nobel 10 de 15 O físico japonês Syukuro Manabe; ao lado de outros dois colegas, ele levou o Prêmio Nobel 2021 de Física Crédito: Foto: Nobuko Manabe 11 de 15 O físico alemão Klaus Hasselmann; ao lado de outros dois colegas, ele levou o Prêmio Nobel 2021 de Física Crédito: Foto: Twitter/Prêmio Nobel 12 de 15 O físico italiano Giorgio Parisi; ao lado de outros dois colegas, ele levou o Prêmio Nobel 2021 de Física Crédito: Foto: Twitter/Prêmio Nobel 13 de 15 Benjamin List e David MacMillan recebem o Prêmio Nobel de Química 2021 pelo desenvolvimento de uma nova ferramenta precisa para a construção molecular Crédito: Niklas Elmehed/Prêmio Nobel 14 de 15 Benjamin List estava em um café com sua esposa, Sabine List, quando recebeu o telefonema de Estocolmo anunciando que ele havia ganhado o Nobel Crédito: Foto: Twitter/Prêmio Nobel 15 de 15 David MacMillan levou o Nobel em Química ao lado do colega Benjamin List; anúncio foi feito nesta quarta-feira (6) Crédito: Foto: Reprodução/Princetown Às cinco da manhã, o estimado astrofísico Jim Peebles, de 86 anos, foi acordado repentinamente pelo toque do telefone. “Pela minha experiência, os únicos telefonemas a essa hora da noite são más notícias”, disse ele. Esta, no entanto, foi uma ótima notícia. “A frase inicial foi: ‘o comitê do Nobel votou para conceder a você o Prêmio Nobel de Física. Você aceita?’”, lembrou Peebles. A formulação o surpreendeu. Quem não aceitaria um Prêmio Nobel? “Você conhece o fiasco de Bob Dylan?”, ele disse durante uma entrevista por telefone à CNN Internacional. “Isso pode ter colocado um alerta sobre eles.” O “fiasco” que Peebles menciona refere-se ao Prêmio Nobel de Literatura de 2016, concedido de forma controversa a um Dylan. Ele não compareceu à cerimônia de premiação. Pouco conecta Peebles, um especialista em cosmologia teórica, com o músico Dylan. Mas um dos contrastes mais marcantes pode estar em suas reações ao ganhar um Nobel — e o compositor está longe de ser o único laureado cuja coroação acabou sendo um caso estranho. Vencedora do Nobel da Paz diz que Facebook é “tendencioso contra fatos” Nobel da Paz vai para jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov Nobel de Literatura vai para o romancista Abdulrazak Gurnah Os cinco comitês são secretos, protegendo suas escolhas do mundo exterior — incluindo os próprios laureados, que são informados de suas vitórias poucos minutos antes de serem anunciadas ao público. Esse mantra de não dar informações antes da premiação pode levar a algumas surpresas animadoras, como aconteceu com Benjamin List — o co-vencedor do Prêmio Nobel de Química deste ano — que estava tomando café com sua esposa quando recebeu a notícia. “Uma ligação da Suécia aparece no meu telefone e eu olho para ele, ele olha para mim e eu corro da cafeteria para a rua. Isso foi incrível. Foi muito especial. Eu nunca vou esquecer”, ele disse a repórteres na quarta-feira (6) após o anúncio de sua vitória. Também pode ser muito menos comemorativo. “Eu estava deitado na cama e minha esposa acordou e ouviu meu telefone vibrar. E ela gritou comigo porque meu telefone a estava acordando”, disse David MacMillan, que dividiu o prêmio com List, à BBC Radio 4 na quinta-feira (7). “Perdi a ligação. Eu não acreditei que isso estivesse acontecendo, então voltei para a cama”, acrescentou ele — provavelmente a frase mais identificável já pronunciada por um especialista em imidazolidinone quiral catalisadores. E para alguns, a ascensão repentina ao Prêmio Nobel é uma intrusão totalmente indesejada. “Ó! Cristo!”, disse a autora britânica-zimbabuense Doris Lessing quando os repórteres chegaram do lado de fora de sua casa para informá-la que ela havia ganhado o Prêmio Nobel de Literatura em 2007. “É uma coisa maravilhosa”, disse Reinhard Genzel, astrofísico que ganhou o Prêmio Nobel de Física no ano passado, à CNN Internacional sobre sua vitória e os meses que se seguiram. “Mas também é uma tarefa árdua.” Como é ganhar um Prêmio Nobel Poucos vencedores do Nobel podem dizer honestamente que suas vidas não mudaram quando receberam o telefonema — contanto que eles acreditem nisso, claro. “Hoje em dia você recebe esses ‘trotes’, e pensei que esta fosse mais uma deles”, disse Abdulrazak Gurnah, o vencedor do prêmio de literatura deste ano, à BBC na quinta-feira (7). “Esse cara disse: ‘Olá, você ganhou o Prêmio Nobel de Literatura’, e eu disse: ‘vamos, saia daqui. Me deixe em paz’”, disse Gurnah. Frequentemente, os vencedores não podem ser contatados, deixando-os inteirados de suas vitórias por meio do noticiário, de sua família ou mesmo de seus vizinhos. O economista Paul Milgrom foi acordado no meio da noite na Califórnia por seu colega Robert Wilson batendo na porta de sua casa. “Paul, é Bob Wilson. Você
Economia encerra cerimônias do Nobel; conheça os laureados até aqui
O Nobel de Economia que será entregue na próxima segunda-feira (11) encerra a temporada de premiações deste ano. Até o começo da cerimônia deste ano, no dia 4, 603 prêmios haviam sido concedidos em toda a história. Com os vencedores deste ano, já são 972 pessoas ou instituições reconhecidas por grandes feitos relacionados ao desenvolvimento da Física, Química, Medicina, Literatura, Ciências Econômicas e à promoção da paz. Confira os vencedores deste ano nas cinco categorias já definidas. Nobel da paz O Nobel da Paz ficou com os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov, que foram laureados “por sua corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia”, disse a organização. A filipina Maria Ressa foi indicada por expor “o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo em seu país natal”. Leia mais sobre o Nobel Nobel da Paz para jornalistas é valorização da democracia, diz Eugênio Bucci Imigrantes merecem compaixão, não arame farpado, diz Nobel de Literatura BCs não têm ferramentas para combater mudanças climáticas, diz Nobel de Economia Ela é fundadora e diretora da Rappler, empresa de mídia digital voltada para o jornalismo investigativo que vem fazendo denúncias contra a campanha antidrogas do presidente Rodrigo Duterte, “que se assemelha a uma guerra travada contra a própria população do país”, diz a organização do prêmio. Além disso, a empresa de Ressa tem documentado o uso das mídias sociais para espalhar notícias e fazer campanhas de ataque a oponentes políticos. falsas, assediar oponentes e manipular o discurso público. O russo Dmitry Muratov foi um dos fundadores do jornal independente Novaja Gazeta, em 1993, e é o editor-chefe da publicação há 24 anos. O Novaja Gazeta tem uma postura crítica com relação ao presidente Vladimir Putin e vem publicando, desde seu início, artigos sobre corrupção e violência estatal, prisões ilegais e fraude eleitoral. Física O prêmio de física foi entregue a três acadêmicos. Dois deles, Syukuro Manabe e Klaus Hasselmann, foram contemplados por seus estudos sobre como a humanidade influencia o clima na Terra. O japonês Manabe é meteorologista e climatologista da Universidade de Princeton, e o alemão Hasselmann é oceanógrafo e modelador climático, professor afiliado do Instituto de Meteorologia da Universidade de Hamburgo. Eles dividiram o prêmio com o físico italiano, Giorgio Parisi, que, segundo o Comitê, contribuiu om o desenvolvimento da teoria dos materiais desordenados e os processos aleatórios. O trio de pesquisadores recebeu o reconhecimento no último dia 5. Química O alemão Benjamin List e o britânico David MacMillan recebem o Prêmio Nobel de Química 2021 pelo desenvolvimento de uma ferramenta para a construção molecular conhecida como organocatálise, que, segundo o Comitê, foi responsável por “tornar a química mais verde” ao produzir catalisadores (como os de escapamentos de carros) orgânicos e baratos. Os químicos criaram essa classe de catalisadores orgânicos no mesmo ano, em 2000, mas não chegaram a trabalhar juntos no desenvolvimento da solução. Medicina David Julius e Ardem Patapoutian explicaram a base molecular para a detecção de calor, frio e força mecânica, “que é fundamental para nossa capacidade de sentir, interpretar e interagir com o ambiente interno e externo”, diz o Comitê que entrega o Prêmio Nobel de Medicina. Julius é um neurocientista americano, membro da Academia Nacional de Ciências e da Academia Americana de Artes e Ciências da Universidade da Califórnia. O libanês Patapoutian é biólogo molecular e dedica sua carreira a estudar a transdução sensorial, que é a transformação de sinais químicos ou físicos em impulsos elétricos. É professor no Departamento de Neurociências do Instituto Scripps Research, nos Estados Unidos. Literatura A história de vida de Abdulrazak Gurnah contribuiu para levá-lo ao Nobel de Literatura de 2021. Nascido e crescido na ilha de Zanzibar, no Oceano Índico, o romancista chegou à Inglaterra como refugiado no final da década de 1960, onde publicou dez romances e contos que têm como pano de fundo a experiência do refugiado. Este conteúdo foi originalmente publicado em Economia encerra cerimônias do Nobel; conheça os laureados até aqui no site CNN Brasil.
Estudo diz que fumar maconha causa envelhecimento precoce
Um novo estudo publicado na revista Drug and Alcohol Dependence descobriu que fumar Cannabis (maconha) pode acelerar o processo de envelhecimento natural do corpo. Já é sabido que a velocidade com que envelhecemos não depende apenas do tempo. Alguns fatores ambientais também têm papel fundamental na taxa do envelhecimento. E essas influências contribuem para alterações da epigenética — mecanismos bioquímicos que alteram o funcionamento das células e até traços de hereditariedade sem mexer diretamente no DNA. No estudo, feito por pesquisadores dos Estados Unidos, os cientistas analisaram os epigenomas de 154 pessoas. Os participantes foram escolhidos aos 13 anos e precisavam relatar o nível anual de uso de maconha por um período de 17 anos. Dessa forma, os pesquisadores usaram dois relógios epigenéticos separados para analisar amostras de sangue de cada indivíduo. Maconha medicinal e autismo: “Estou trazendo meu filho de volta”, diz mãe Estudo do envelhecimento amplia compreensão de alterações no cérebro, diz pesquisadora Maconha medicinal pode ser usada para tratamentos sem causar dependência Com o avanço da tecnologia, a ciência desenvolveu ferramentas como “relógios epigenéticos”, que analisam os padrões de metilação do DNA (modificação química) para determinar a idade biológica de uma pessoa. Neste caso, os autores do estudo queriam investigar se fumar maconha traz uma discrepância entre o epigenoma de um indivíduo e sua idade real. A pesquisa descobriu que quem faz uso de maconha com frequência, quando atinge 30 anos, tem maior ativação genética além do envelhecimento natural. “O uso de maconha trouxe mudanças epigenéticas ligadas ao envelhecimento acelerado, com evidências sugerindo que os efeitos podem ser principalmente devido à inalação de hidrocarbonetos entre os fumantes de maconha”, escreveram. O estudo também mostrou que houve uma relação dose-efeito observada de tal forma que apenas dentro da população de usuários de maconha, níveis mais altos de uso na vida estavam ligados a uma maior aceleração epigenética da idade. As alterações aconteceram em um gene repressor de receptor de hidrocarboneto específico chamado AHRR — esse mesmo gene apresenta alterações semelhantes associadas ao tabagismo e à poluição do ar. Os pesquisadores acreditam que os efeitos epigenéticos do envelhecimento da cannabis são provavelmente causados pelo ato em si de fumar, e não pela ingestão de tetra-hidrocarbinol (THC), substância da maconha, ou qualquer outro componente ativo da erva. “Essas descobertas são todas consistentes, embora não possam estabelecer conclusivamente, um papel causal do uso de maconha no envelhecimento epigenético”, escreveram. Os cientistas afirmam que outras pesquisas são necessárias para explorar os mecanismos por trás dessa ligação. Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudo diz que fumar maconha causa envelhecimento precoce no site CNN Brasil.