Indústria química registra déficit recorde no 1º trimestre, diz Abiquim

O déficit acumulado na balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 12,7 bilhões no primeiro trimestre do ano, recorde do indicador para o período e um expressivo aumento de 46,7% na comparação com o total, de US$ 8,7 bilhões, registrado entre os meses de janeiro e março do ano passado. O balanço foi divulgado nesta sexta-feira (8) pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Pela primeira vez em toda a série histórica da balança comercial de produtos químicos, medida desde 1989, o déficit acumulado em doze meses (abril de 2021 a março de 2022) atingiu a marca de US$ 50 bilhões, o qual tende a se agravar nos próximos meses com qualquer eventual reaquecimento dos volumes de importações. De janeiro a março, as importações de produtos químicos foram de US$ 16,7 bilhões, forte elevação, de 44,0% em relação ao mesmo período de 2021, devida particularmente ao aumento de 59,8% nos preços dos importados. Leia Mais Inflação surpreende e Brasil não deve chegar à meta neste ano, diz economista Preços da construção aumentam 0,99% em março, informa o IBGE Empresários querem retomar debate da desoneração e do papel de agências reguladoras Segundo a Abiquim, em termos de quantidades físicas, as mais de 12,3 milhões de toneladas importadas significaram uma redução de 9,9% na comparação com os três primeiros meses do ano passado. Houve retrações de volumes em praticamente todos os grupos de produtos, especialmente em intermediários para fertilizantes (11,7%), em resinas termoplásticas (29,9%) e em produtos químicos orgânicos (11,7%). As exportações, por sua vez, de praticamente US$ 4 bilhões, resultaram de um aumento de 36,0% na mesma comparação, tendo as quantidades exportadas, de 3,7 milhões de toneladas, contudo, apontado um recuo de 4,2%. Comparando março desde ano com o mesmo mês em 2021, os preços médios das importações de produtos químicos tiveram alta de 54,5% (de US$ 914/t para US$ 1.412/t). Especificamente os intermediários para fertilizantes tiveram um aumento inédito de 141,6%, no contexto do instável cenário internacional para oferta dessas mercadorias, particularmente agravado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, dois grandes provedores globais de fertilizantes. Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, os níveis inéditos de preços internacionais de commodities e a forte pressão dos custos relacionados à logística internacional são variáveis externas incontroláveis e de impacto doméstico potencializado pela elevada dependência do Brasil de insumos e matérias-primas que poderiam ser fabricadas no país em condições competitivas mais favoráveis. Este conteúdo foi originalmente publicado em Indústria química registra déficit recorde no 1º trimestre, diz Abiquim no site CNN Brasil.

Estudo mostra como resíduos gerados pelo fumo podem afetar a saúde

Um estudo de cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley do Departamento de Energia dos EUA (Berkeley Lab), publicado na revista Environmental Science & Technology, identificou pela primeira vez como as toxinas geradas pelo fumo, presente em superfíceis, podem apresentar risco potencial à saúde a longo prazo. Eles descobriram que as concentrações de compostos químicos tóxicos que permanecem em ambientes internos onde os cigarros foram fumados podem exceder as diretrizes de risco do Estado da Califórnia, o que significa que os não fumantes podem ser expostos a riscos à saúde vivendo em espaços contaminados. Também chamado de fumo de terceira mão, esse tipo de fumo passivo refere-se à nicotina residual e outros produtos químicos perigosos que contaminam o ambiente interno após o fumo. Isso pode estar no cheiro de uma roupa, em um quarto de hotel, ou qualquer ambiente no qual um fumante tenha passado. Pode parecer apenas um cheiro inofensivo, mas também é indicativo da presença de toxinas do tabaco. Leia mais Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta para abandono do tratamento na pandemia Brasil deve registrar 15 mil casos novos de câncer de boca em 2022, segundo o Inca No Dia Mundial sem Tabaco, confira dez passos para deixar de fumar Fumo passivo Há que pense que apenas fumantes correm risco de problemas de saúde, como câncer e doenças cardíacas. Mas os não-fumantes também são afetados, seja por conviver em ambientes e com fumantes ou o contato com superfícies internas onde um fumante esteve presente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a fumaça do tabaco contém mais de 4.000 produtos químicos conhecidos, muitos dos quais são prejudiciais, com pelo menos 40 que causam câncer. O fumo passivo é uma mistura da fumaça da ponta acesa de um cigarro e a fumaça exalada por um fumante. Quando ele contamina o ar, especialmente em espaços fechados, é inalado por todos, expondo fumantes e não fumantes aos seus efeitos nocivos. Isso pode ser a causa de câncer de pulmão em não fumantes e aumentar o risco de doença cardíaca coronária. Embora a maioria dos fumantes sejam homens, muitas mulheres e crianças são afetadas pelo fumo passivo. Os dados da OMS mostram que em todo o mundo, o fumo passivo causa cerca de 600 mil mortes prematuras por ano, a maioria (64%) entre mulheres. No entanto, mesmo aquele que não inala a fumaça, e esteja exposto à uma superfície contaminada pelo fumo também, também pode correr risco dessas doenças. Anteriormente, cientistas do Berkeley Lab descobriram que a nicotina em aerossol, liberada durante o ato de fumar e vaping, é adsorvida em superfícies internas, onde pode interagir com um composto presente no ar interno chamado ácido nitroso (HONO) — um componente comum do ar interno — para formar compostos altamente cancerígenos chamados nitrosaminas específicas do tabaco (TSNAs). A nicotina acumulada em superfícies domésticas pode gerar continuamente TSNAs, muito depois que a fumaça se ampliar pelo ambiente. Exposição a superfície contamida pelo fumo pode representar risco à saude / Foto: Reprodução / CNN Risco à saúde pelo fumo de terceira mão As TSNAs entram no corpo através de várias vias. O estudo estimou algumas doses por inalação e ingestão de poeira usando concentrações de ambientes internos com TSNAs. A equipe se concentrou nas exposições dérmicas, que são mais difíceis de medir e para as quais há muito menos informações. Essas exposições dérmicas podem ocorrer diretamente através do contato da pele com ar poluído ou uma superfície contaminada que abriga TSNAs – por exemplo, enquanto dorme em lençóis esfumaçados. Mas eles também podem ocorrer via química epidérmica, quando a nicotina já instalada na pele reage com o HONO ambiental para formar TSNAs diretamente na superfície do corpo. O químico Hugo Destaillats, do Berkeley Lab e principal autor do estudo, disse em um comunicado que a equipe integrou “novas informações produzidas na última década com nossos resultados mais recentes, para estimar as doses diárias a que as pessoas podem estar expostas quando vivem em casas contaminadas com fumo de terceira mão”. Os pesquisadores descobriram que a presença de óleos da pele e suor nas superfícies do modelo avaliado levou a um maior rendimento de TSNAs na presença do ácido nitroso, em comparação com superfícies limpas. “A nicotina é liberada em grandes quantidades durante o ato de fumar e reveste todas as superfícies internas, incluindo a pele humana”, disse Xiaochen Tang, que liderou os esforços experimentais do Berkeley Lab no Indoor Environment Group. Três TSNAs diferentes foram formados nesta reação, dois dos quais (chamados pelas siglas NNK e NNN) são carcinógenos conhecidos. Há menos informações toxicológicas para o terceiro, NNA, que não está presente na fumaça do tabaco. Por esse motivo, o estudo incluiu uma avaliação in vitro (ensaios feitos em laboratórios com equipamentos geralmente de vidro). Os pesquisadores avaliaram então, o efeito toxicológico da NNA em células pulmonares cultivadas em laboratório. “O contato com o NNA levou a danos no DNA, incluindo quebras de fita dupla, o resultado genotóxico mais deletério”, disse Bo Hang, co-autor da Área de Biociências do Berkeley Lab. Efeitos das substâncias na pele Para entender melhor as exposições das substâncias na pele, um grupo pesquisadores do Consórcio da Universidade da Califórinia Riverside e da UC San Francisco avaliaram como o composto NNK e a nicotina penetram na pele de camundongos. A coautora Manuela Martins-Green, da UC Riverside, apontou que “nas condições experimentais utilizadas, a análise dos metabolitos na urina do rato mostrou que, para ambos os compostos, o contacto dérmico direto resultou na acumulação e circulação no organismo por sete dias após a descontinuação da exposição dérmica.” A análise mostrou que a exposição através de todas essas vias – inalação, ingestão de poeira e absorção dérmica – sob condições internas típicas pode resultar em doses do composto NNK que excedem as diretrizes de saúde conhecidas como “Níveis de Risco Não Significativos” estabelecidos pelo Escritório de Risco de Saúde Ambiental da Califórnia. Essas exposições cumulativas podem contribuir para um risco elevado de câncer. As vias de exposição dérmica contribuem

Vendas do Grupo Syngenta sobem 25,7% e atingem US$ 18,1 bilhões no 1º semestre

O Grupo Syngenta, holding formada pelo braço agrícola das estatais do setor químico Chemchina e Sinochem, registrou vendas de US$ 18,1 bilhões no primeiro semestre de 2022, alta de 25,7% em comparação com o resultado de igual período do ano passado, informou a companhia nesta terça-feira (30). O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) avançou 32% na comparação anual, para US$ 3,5 bilhões. Leia mais Onda de calor na China afeta setor energético e agropecuária, dizem autoridades Produção de cloro e derivados deve crescer 20% este ano no país, diz associação Conexão Agro: Produção de milho no Mato Grosso dobra em apenas dez anos As vendas da divisão de proteção para lavouras aumentaram 25% no período para US$ 8,6 bilhões, com crescimento em todas as regiões de atuação (excluindo a China). A divisão de sementes apresentou vendas 17% maiores, para US$ 2,3 bilhões, com incremento no desempenho obtido em todas as principais regiões (excluindo a China). As vendas da Adama, de agroquímicos, cresceram 24% para US$ 3,6 bilhões, com crescimento robusto em todas as regiões-chave de atuação (excluindo a China). Já a operação do grupo na China teve aumento de 26%, para US$ 5,3 bilhões. A companhia atribui o desempenho no período aos seus novos lançamentos na área de inovação. O crescimento também foi apoiado pelo fortalecimento da posição de mercado nas principais localidades, pela produtividade do grupo como um todo e pelos preços mais altos necessários para compensar maiores custos. “O Grupo Syngenta continuou a promover a transição para um sistema de produção regenerativa de alimentos, desempenhando seu papel em acelerar a inovação com o intuito de nutrir e restaurar a saúde do solo, biodiversidade, clima e sistemas hídricos, ao mesmo tempo em que aumenta a produtividade e os ganhos para os agricultores”, disse a empresa em comunicado divulgado para imprensa e investidores. Segundo a nota, o grupo também está trabalhando com empresas dos setores alimentício e varejista. Este conteúdo foi originalmente publicado em Vendas do Grupo Syngenta sobem 25,7% e atingem US$ 18,1 bilhões no 1º semestre no site CNN Brasil.

Patrocinadora do Rio Oil&Gas, Ambipar Response é líder global em gestão de crise

A Ambipar Response, vertical da Ambipar especializada em gerenciamento de crises, serviços ambientais e industriais, atendimento a emergências ambientais, onshore e offshore, químicas e biológicas, patrocinou o RIO OIL & Gás 2022, o maior evento do setor de óleo e gás da América Latina. O encontro, que aconteceu em formato híbrido e presencial entre os dias 26 e 29 de setembro, no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro, promoveu o debate sobre temas como Upstream, Midstream & Downstream, Gás Natural & Energia, Indústria do Futuro, ESG, Transição Energética e Transformação Digital e apontou os possíveis caminhos, mais sustentáveis e inovadores, para o futuro da energia. Em sua 20ª edição, o Rio Oil & Gás contou com a participação de mais de 350 expositores (nacionais e internacionais) e dos principais executivos e especialistas do setor do Brasil e do mundo e, pela primeira vez, teve a presença de empresas de grande porte da indústria de óleo e gás.   Referência mundial em gerenciamento de crises Voltada ao atendimento das emergências ambientais ocorridas em rodovias, ferrovias, aeroportos, portos, terminais portuários, indústrias, mineradoras e dutos, a Ambipar Response conta com bases operacionais distribuídas estrategicamente na América do Sul, América do Norte, Europa, África e Antártida para prestar o melhor atendimento em gestão de crises. “Atendemos as principais empresas globais da cadeia produtiva de Óleo e Gás, atuando ativamente em projetos Upstream, Midstream e Downstream nas Bacias de Santos, Campos, Espírito Santo, Recôncavo, Sergipe-Alagoas, Potiguar, Paraíba e Amazonas. Além disso, estruturamos uma plataforma multisserviços que nos posiciona como a única organização no segmento de meio ambiente a ter capacidade de apoiar seus clientes, desde a avaliação inicial de viabilidade socioambiental do empreendimento até o mapeamento de riscos existente na instalação e operação, na execução dos serviços de contingência e emergência”, conta Fabricio Fonseca, Diretor da Ambipar Response.   Ampliação do portfólio Recentemente a Ambipar Response anunciou a aquisição da Witt O’Briens, líder global do setor de gerenciamento de crises e emergências. Além da consultoria no desenvolvimento de programas de emergência e resiliência para o governo dos Estados Unidos, a companhia tem, em seu portfólio, mais de 1.200 clientes, grandes empresas do mercado de petróleo, transporte, energia, mídia e tecnologia, para os quais oferece soluções customizadas e integradas voltadas tanto à prevenção como à mitigação e recuperação dos negócios, de forma a promover a segurança, o equilíbrio ambiental, financeiro e operacional dessas organizações. Tudo isso é viabilizado através de seu centro de gerenciamento e comando de crises (CECOE) posicionado estrategicamente em Houston, nos Estados Unidos, que atua 24 horas por dia e 7 dias por semana com equipe especializada em gestão de emergências ambientais, desastres naturais e simulados, e que em 2021 atendeu mais de 55.000 chamados. Com a aquisição da Witt O’Briens a Ambipar Response, já detentora das unidades de negócios Emergency Response, Marine Services, Response Air, Industrial Services, Environmental Services, Outsourcing, Medical Response e Training, passa a oferecer um portfólio ainda mais completo de soluções sustentáveis para o desenvolvimento do setor de óleo e gás e se torna a única empresa ‘’one stop shop’’ deste mercado.   Ambipar Response em números – Está presente em 38 países além do Brasil. – Conta com + de 400 bases de apoio – Atendeu + de 200 mil emergências – Tem + de 15 mil colaboradores treinados       Este conteúdo foi originalmente publicado em Patrocinadora do Rio Oil&Gas, Ambipar Response é líder global em gestão de crise no site CNN Brasil.

Nobel de Química vai para trio por pesquisas sobre construção de moléculas

Carolyn R. Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpless ganharam o Prêmio Nobel de Química, nesta quarta-feira (5), por criarem “uma ferramenta engenhosa para construir moléculas” através de seus estudos em bioquímica. O trio ganhou o prêmio por fundar e avançar nos campos da química de clique e química bio-ortogonal, que “levou a uma revolução na forma como os químicos pensam sobre a ligação de moléculas”, disse a Academia Real das Ciências da Suécia. A química de clique permite reações rápidas e diretas, onde “blocos de construção molecular se encaixam rapidamente”, disse o comitê. O princípio pode trazer benefícios reais no desenvolvimento de produtos farmacêuticos. BREAKING NEWS: The Royal Swedish Academy of Sciences has decided to award the 2022 #NobelPrize in Chemistry to Carolyn R. Bertozzi, Morten Meldal and K. Barry Sharpless “for the development of click chemistry and bioorthogonal chemistry.” pic.twitter.com/5tu6aOedy4 — The Nobel Prize (@NobelPrize) October 5, 2022 A Academia ressaltou que o Nobel de Química “é sobre transformar processos difíceis os deixando mais fáceis”. Os responsáveis pela definição dos laureados ainda destacaram que os químicos são movidos há muito tempo pelo desejo de construir moléculas cada vez mais complicadas. “Na pesquisa farmacêutica, isso geralmente envolve a recriação artificial de moléculas naturais com propriedades medicinais. Isto levou a muitas construções moleculares admiráveis, mas estas são geralmente demoradas e muito caras para produzir”, apontou a Academia. O presidente do Comitê do Nobel de Química, Johan Åqvist, afirmou que o Nobel desse ano “trata de não complicar demais as coisas, mas trabalhar com o que é fácil e simples”. “Moléculas funcionais podem ser construídas indo em rota direta”, disse. Leia mais: Prêmio Nobel de Física vai para trio por trabalhos em mecânica quântica O que os estudos de Svante Pääbo, Nobel de Medicina, revelam sobre as origens da humanidade Prêmio Nobel de Medicina vai para Svante Pääbo, biólogo sueco “A química do clique e as reações bio-ortogonais levaram a química para a era do funcionalismo. Isso está trazendo o maior benefício para a humanidade”, conclui a Academia. Os prêmios Nobel estão sendo entregues ao longo da semana. Os prêmios de Medicina e Física foram anunciados nesta segunda e terça-feira, respectivamente. O prêmio, no valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,7 milhões) será dividido igualmente entre os três cientistas. Laureado em 2001, o químico americano Barry Sharpless venceu seu segundo Nobel. Ele se juntou ao seleto grupo de pessoas formado pelo americano Linus Pauling, a franco-polonesa Marie Curie, o inglês Frederick Sanger e o americano John Bardeen. Duas entidades também acumulam mais de um prêmio Nobel – o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que venceu o Nobel da Paz em 1917, 1944 e 1963, e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), que venceu o mesmo prêmio em 1954 e 1981. Nobel de Química vai para trio por pesquisas sobre construção de moléculas / Prêmio Nobel Este conteúdo foi originalmente publicado em Nobel de Química vai para trio por pesquisas sobre construção de moléculas no site CNN Brasil.

Químico se torna 5ª pessoa a ter vencido Nobel mais de uma vez; conheça grupo

Nesta quarta-feira (5), a Academia Real das Ciências da Suécia concedeu o prêmio Nobel de Química a um trio de cientistas por seus estudos inovadores sobre construção de moléculas. Entre os laureados, está o químico americano K. Barry Sharpless, que entrou para o seleto grupo de pessoas que já venceram um Nobel mais de uma vez. Em 2001, ele também estava entre o trio vencedor do mesmo prêmio. Naquela ocasião, Sharpless e outra dupla de químicos foram premiados pelas pesquisas que deram novas possibilidades à fabricação de remédios pela indústria farmacêutica. Nascido em 1941 no estado americano da Pensilvânia, Sharpless tem um PhD em química pela Universidade de Stanford e dá aulas no instituto Scripps Research. Com o prêmio desta quarta (5), mais uma vez Sharpless dividirá a premiação de 10 milhões de coroas suecas, equivalentes a cerca de R$ 4,17 milhões. Entre o primeiro prêmio Nobel, em 1901, até a edição de 2021, os prêmios foram entregues 609 vezes – para 943 pessoas e 25 organizações. A considerar os prêmios de Medicina, Física e Química, que já foram entregues este ano, a lista de pessoas cresce para 949. No entanto, ao longo de toda essa história, além de Sharpless, apenas outras quatro pessoas (e duas organizações) venceram o Nobel mais de uma vez. Conheça o grupo completo abaixo. Leia mais: Nobel de Química vai para trio por pesquisas sobre construção de moléculas Prêmio Nobel de Física vai para trio por trabalhos em mecânica quântica Prêmio Nobel de Medicina vai para Svante Pääbo, biólogo sueco Marie Curie Nobel de Física (1903), Nobel de Química (1911) Em rara fotografia, Marie Curie aparece em seu laboratório, em 1905. / Getty Images A franco-polonesa Marie Curie é a única mulher a ter ganho mais de um prêmio Nobel na história. Logo na terceira edição da premiação, em 1903, ela foi laureada com o Nobel de Física junto de seu marido, Pierre Curie, “em reconhecimento dos extraordinários serviços que prestaram por suas pesquisas conjuntas sobre os fenômenos de radiação”. Em 1906, Curie se tornou viúva após a trágica morte de seu marido em um atropelamento, mas ela prosseguiu sozinha com os trabalhos do casal. Em 1911, ela se tornou a primeira pessoa a ter vencido mais de um prêmio Nobel ao ser laureada com o Nobel de Química “em reconhecimento por seus serviços ao avanço da química pela descoberta dos elementos rádio e polônio, pelo isolamento do rádio e pelo estudo da natureza e dos compostos deste elemento notável”. Linus Pauling Nobel de Química (1954), Nobel da Paz (1962) Retrato do cientista americano Linus Pauling, duas vezes ganhador do Prêmio Nobel, enquanto posa em frente a uma lousa no Instituto Linus Pauling, em Menlo Park, na Califórnia, em meados de janeiro de 1983. / Janet Fries/Getty Imagens O ilustre químico americano Linus Pauling é a única pessoa a ter sido laureado sozinho por duas vezes. Após o desenvolvimento da mecânica quântica nos anos 1920, na década seguinte, Linus Pauling esteve entre os pioneiros no uso da mecânica quântica para entender e descrever como os átomos se unem para formar moléculas. Em 1954, ele venceu o Nobel de Química “por sua pesquisa sobre a natureza da ligação química e sua aplicação na elucidação da estrutura de substâncias complexas”. Nessa mesma década, em plena Guerra Fria, ele se destacou por sua atuação no movimento contra armas nucleares, tendo sido tachado como suspeito de comunista, com alguns episódios de revogação de seu passaporte. Em 1962, venceu o Nobel da Paz “por por sua luta contra a corrida armamentista nuclear entre o Oriente e o Ocidente”. John Bardeen Nobel de Física (1956 e 1972) Professor John Bardeen, ganhador do Prêmio Nobel de Física, a primeira pessoa a ganhar o mesmo prêmio duas vezes. Ele foi co-inventor do transistor e um contribuinte para a teoria da supercondutividade. / Keystone/Getty Images O físico americano e pesquisador na Universidade de Illinois, John Bardeen, foi a primeira pessoa a vencer o mesmo prêmio Nobel mais de uma vez. Em 1956, ele dividiu o Nobel de Física com outros dois cientistas “por suas pesquisas sobre semicondutores e sua descoberta do efeito transistor”. Em 1972, ele voltou a dividir em trio o mesmo prêmio “por sua teoria da supercondutividade desenvolvida em conjunto, geralmente chamada de teoria BCS”. Os trabalhos com participação de Bardeen focam no fenômeno de que certos metais, quando resfriados a temperaturas extremamente baixas, se tornam super condutores – conduzindo corrente elétrica sem resistência. Ele também ajudou na compreensão de que, nessas condições, os elétrons deixam de se movimentar aleatoriamente para se emparelhar em movimento ordenado. Frederick Sanger Nobel de Química (1958 e 1980) O bioquímico britânico Professor Frederick Sanger recebeu seu segundo Prêmio Nobel de Química em 1980. Aqui ele está olhando para um modelo de uma molécula de DNA. / Getty Images O bioquímico britânico Frederick Sanger nasceu em uma pequena vila na Inglaterra. Ele começou seus estudos de Química na Universidade de Cambridge, onde recebeu seu PhD e passou o resto da vida pesquisando. O grande foco de seu trabalho foi em torno das proteínas, principalmente a insulina, que regula o teor de açúcar no sangue. Na década de 1940, Sanger estudou a composição da insulina e usou ácidos para quebrar a molécula em partes menores. Seu trabalho identificou como as cadeias de aminoácidos estão ligadas em uma proteína. Por isso, em 1958, ele recebeu o Nobel de Química “por seu trabalho sobre a estrutura das proteínas, especialmente a da insulina”. E, em 1980, dividiu com outros dois cientistas o mesmo prêmio “por seus estudos fundamentais da bioquímica de ácidos nucléicos, com particular atenção ao DNA recombinante”. Organizações multivencedoras Além deste pequeno grupo de pessoas, duas entidades também acumulam mais de um prêmio Nobel em sua história. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) possui a maior quantidade de prêmios vencidos, tendo ganho o Nobel da Paz em 1917, 1944 e 1963. Na primeira ocasião, pelo trabalho nos cuidados de soldados feridos, prisioneiros de guerra e suas famílias

Envenenamento por chumbo mata quase 1 milhão de pessoas por ano, alerta OMS

A cada ano, cerca de 1 milhão de pessoas morrem de envenenamento por chumbo no mundo. A exposição a baixos níveis de chumbo também afeta outros milhões de indivíduos, incluindo crianças, que podem desenvolver problemas de saúde ao longo da vida, como anemia, hipertensão e intoxicação dos órgãos reprodutivos. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma que os efeitos neurológicos e comportamentais do chumbo podem ser irreversíveis. A OMS recomenda que a fonte de exposição ao chumbo deve ser identificada e ações tomadas para reduzir e acabar a exposição para todos os indivíduos com um nível de chumbo no sangue superior a 5 µg/dl. Segundo a OMS, não há nível seguro de exposição ao chumbo, o que prejudica a saúde, principalmente a saúde das crianças. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que 1 em cada 3 crianças – até 800 milhões em todo o mundo – têm níveis de chumbo no sangue iguais ou superiores a 5 µg/dl. “A exposição ao chumbo é especialmente perigosa para os cérebros em desenvolvimento das crianças e pode resultar em redução do quociente de inteligência (QI), atenção, capacidade de aprendizado prejudicada e aumento do risco de problemas comportamentais. Esse dano evitável ao cérebro das crianças leva a uma trágica perda de potencial”, afirma Maria Nera, diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS. Leia mais Envenenamento acidental de crianças por pequenas baterias aumentou, diz estudo Papinhas caseiras contêm tantos metais tóxicos quanto opções prontas, diz estudo Doenças não transmissíveis se tornam principal causa de morte no mundo, diz OMS O chumbo é tóxico para vários sistemas do corpo, incluindo o sistema nervoso central e o cérebro, o sistema reprodutivo, os rins, o sistema cardiovascular, o sistema sanguíneo e o sistema imunológico. Estima-se que a exposição ao chumbo seja responsável por 21,7 milhões de anos perdidos por incapacidade e morte (anos de vida ajustados por incapacidade, ou DALYs em inglês) em todo o mundo, devido aos efeitos de longo prazo na saúde. A OMS estima que 30% das deficiências intelectuais idiopáticas, 4,6% das doenças cardiovasculares e 3% das doenças renais crônicas podem ser atribuídas à exposição ao chumbo. Exposição ao chumbo Existem muitas fontes de exposição ao chumbo em ambientes industriais, como mineração e fundição, reciclagem de lixo eletrônico e baterias de chumbo-ácido, encanamento e munição em ambientes que podem expor crianças e adolescentes, principalmente em economias em desenvolvimento. A exposição também pode ocorrer em ambientes não industriais, pois a tinta à base de chumbo pode ser encontrada em residências, escolas, hospitais e playgrounds. As crianças podem ingerir flocos e poeira, de brinquedos ou superfícies pintadas com chumbo, ou serem expostas através de cerâmicas vitrificadas com chumbo e alguns medicamentos e cosméticos tradicionais. “Fizemos progressos significativos. O mundo viu a redução significativa no uso de chumbo em tintas nos últimos 10 anos, com mais de 84 países agora tendo controles juridicamente vinculativos para limitar a produção, importação e venda de tintas com chumbo. Agora também temos uma proibição global de gasolina com chumbo. Mas ainda há mais trabalho a ser feito”, diz Lesley Onyon, chefe da Unidade de Segurança Química do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde. Lesley afirma que o envenenamento por chumbo é totalmente evitável por meio de uma série de medidas para restringir o uso de chumbo e monitorar e gerenciar exposições. “É por isso que este ano estamos ampliando o escopo para evitar todas as fontes de exposição ao chumbo”, afirma. Fontes importantes de exposição incluem contaminação ambiental da reciclagem de baterias de chumbo-ácido e de operações de mineração e fundição de chumbo mal controladas. Além do uso de remédios tradicionais contendo chumbo, esmaltes cerâmicos de chumbo usados ​​em recipientes para alimentos, tubos e outros componentes contendo chumbo em sistemas de distribuição de água e tinta à base de chumbo. A OMS identificou o chumbo como um dos dez produtos químicos de maior preocupação de saúde pública que precisam de ação dos países para proteger a saúde de trabalhadores, crianças e mulheres em idade reprodutiva. A OMS pede a todos os países que proíbam a tinta com chumbo, identifiquem e eliminem todas as fontes de exposição infantil ao chumbo e conscientizem o público sobre os perigos do uso indevido de produtos que contenham chumbo. Este conteúdo foi originalmente publicado em Envenenamento por chumbo mata quase 1 milhão de pessoas por ano, alerta OMS no site CNN Brasil.

Venda da Braskem ganha mais importância em meio a cenário adverso

A Braskem divulgou sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2022 e alguns analistas avaliam que a venda das participações de Novonor e Petrobras na companhia ganhou ainda mais importância em meio a um cenário macro desafiador para a empresa. As vendas no Brasil ficaram estáveis na base anual, mas as exportações caíram 18%. Na Europa, as vendas recuaram 7% e, nos Estados Unidos, 18%. A desaceleração das economias em função das sucessivas altas de juros mundo afora e o risco cada vez maior de uma recessão a níveis globais impacta também o setor petroquímico. Por outro lado, a venda da Braskem seria um dos únicos fatores a destravar os papéis da companhia no curto prazo. “Sinalizamos o forte fluxo de notícias sobre o processo de desinvestimento da Novonor e da Petrobras, o que pode ser o principal impulsionador no curto prazo ou até que os investidores tenham mais visibilidade sobre a decisão final”, avalia o UBS. “Acreditamos que os investidores continuam a ver sua potencial venda como um dos poucos gatilhos para as ações em meio ao difícil cenário macro”, diz o BTG Pactual. Por volta das 13h, as ações da Braskem recuavam 3,5%. Siga o Radar Econômico no Twitter

A alta de 20% da Braskem e como as eleições podem frustrar acionistas

VEJA Mercado em vídeo | Fechamento | 11 de outubro. As ações da Braskem destoaram do clima de pessimismo da bolsa e fecharam em forte alta de 20% depois da gestora americana Apollo apresentar uma nova oferta pela petroquímica que avaliaria a empresa em cerca de 37 bilhões de reais. Fontes próximas às negociações, contudo, rechaçam o otimismo do mercado e enxergam como improvável a conclusão de qualquer negócio antes do segundo turno. A importância do resultado das eleições para os rumos da Braskem e os ventos britânicos que elevaram a aversão ao risco nas bolsas são os assuntos do VEJA Mercado desta terça-feira, 11. Siga o Radar Econômico no Twitter Continua após a publicidade

Braskem vai financiar sozinha 25% da redução do imposto do diesel

A Medida Provisória que compensa a redução de cerca de 3,6 bilhões de reais em impostos do óleo diesel e do gás de cozinha, cortando subsídios ou aumentando impostos de outros setores, parecia, num primeiro momento, que traria como principais prejudicados os bancos. E eles dizem que será isso que vai acontecer, com a carga tributária sobre o lucro líquido subindo de 45% para 48%. Mas esse impacto não se compara ao que a petroquímica Braskem deve enfrentar. Sozinha, a maior empresa petroquímica do país vai responder por quase 25% da compensação total do imposto do diesel. Em 12 meses, a empresa registrou em seus balanços cerca de 850 milhões de reais em créditos fiscais por meio do regime especial da indústria química (Reiq), que a partir da MP, editada ontem pelo governo federal, deixarão de existir. Na prática, isso significa que não adiantou a pressão do mercado: a conta do diesel mais barato para os caminhoneiros acabará ficando em boa parte para a Petrobras. Junto com a Odebrecht, a estatal é a maior acionista da Braskem. O impacto não recai apenas na empresa petroquímica. São 20 representantes do setor, além da Braskem, que deixarão de ter direito ao benefício, e que arcarão juntas com 1,5 bilhão de reais dos 3,6 bilhões de reais de impacto da medida. Toda a indústria química está em alerta e alega que haverá também um impacto generalizado em cadeias produtivas do agronegócio, do setor de cosméticos, perfumaria, embalagens, alimentação e até no setor médico. Isso porque uma das matérias primas principais, que deixará de ter o subsídio, é a nafta. O componente é base de diversas cadeias de produção importantes. “Tem impacto na limpeza da casa, com desinfetantes. Tem impacto na limpeza da louça, com os detergente. Tem impacto na roupa que se veste, com calçados e camisas (desde o solado, passando por botões até o tecido de poliéster). Tem impacto na escova de dentes, na escova de cabelo (feitas de plástico)”, enumera o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos. “No dia 5 de fevereiro, o presidente Bolsonaro nos deixou tranquilos quando disse que não se falaria em compensação. E agora fomos pegos de supresa”, disse. Relacionadas EconomiaOs passos para o pacote trilionário de Biden ser, enfim, aprovado2 mar 2021 – 13h03 EconomiaOfertas de vagas em regime home office crescem mais de 300% em 20202 mar 2021 – 12h03 EconomiaPEC Emergencial e auxílio emergencial: O que está em jogo no Congresso2 mar 2021 – 11h03 Apesar da garantia de Bolsonaro, o setor chegou a fazer um manifesto, assinado inclusive pela Federação das Indústrias de São Paulo, comandada por Paulo Skaf, e que se aproximou do presidente. Pelos cálculos da indústria química, apresentados ao governo há duas semanas, o fim do Reiq reduz em até 2 bilhões de reais o faturamento do setor, com clientes que deixam de comprar por conta de preços mais altos. E isso significaria 500 milhões de reais a menos de arrecadação, na conta da Abiquim, que também alega que a reclamação não é simples choradeira do setor. “Choradeira teve nos últimos dez anos quando 800 linhas de produção da indústria química foram descontinuadas no Brasil”, diz Passos. Pelo texto da MP, o subsídio do Reiq ainda valeria para a cadeia produtiva de setores de saúde e farmacêutico que produzem máscaras ou seringas, por exemplo. Mas estudos de tributaristas já mostram que não tem como carimbar um crédito fiscal para a compra da nafta que será usada apenas para essa cadeia de produção. Agora o setor vai tentar trabalhar para alterar a medida provisória no Congresso Nacional. Se ela caducar, sem ser apreciada pelos parlamentares, é possível até que quem está recebendo hoje o subsídio tenha de devolver, segundo explica a tributarista Ana Claudia Utumi. Os investidores logo perceberam o impacto que a medida teria na Baskem e as ações da empresa chegaram a cair quase 5% na bolsa de valores durante o pregão. Os valores dos créditos a título de Reiq são informados pela companhia em seus demonstrativos trimestrais. Quem também observa o caso com preocupação são os credores da Odebrecht que aguardam a venda da empresa, como ficou estabelecido no plano de recuperação judicial. Vender bem a Braskem é a chance para tentar recuperar parte dos bilhões que são devidos pelo conglomerado da família Odebrecht. Se a Braskem, que já enfrenta problemas ambientais em Alagoas e uma briga política com o governo do México, se desvalorizar mais por conta da nova medida, Odebrecht e Petrobras serão as grandes prejudicadas. Continua após a publicidade